Fórum de debates Trilhos do Rio

_

Sonho em fazer essa viagem de trem desde que fui em Petrópolis pela primeira vez. É linda a serra, a paisagem, a floresta, a cidade...

Pessoal,
Sou um entusiasta da ferrovia, mas o discurso tem um certo tom paradoxal.
A reportagem menciona a modernização das ferrovias como um todo, mas também menciona maria-fumaça como as locomotivas a serem usadas.

Para vencer parte da serra em apenas 6 Km, então será utilizado o trecho original com cremalheira?

Para não ficar apenas no turismo e realmente ser uma opção de transporte eficiente, torço que na pior das hipóteses sejam utilizadas automotrizes Budd, pois exigem menos custo de manutenção, principalmente externas devido a sua capacidade maior de resistir a longo prazo às intempéries, além de poluirem menos que as velhas locomotivas. Sem falar nas janelas amplas.

Não sei porquê, tenho uma fixação pelas Budd. São muito bonitas.

Voltando ao assunto, acho o turismo muito sazonal. Vencida a novidade do passeio, como ficaria o marketing para atrair novos turistas?
Acho que tendo uma prioridade eficiente para o transporte, a arrecadação com o turismo será apenas uma "gordura" a mais nas receitas que os investidores esperam.

Não sou defensor de implantarem marias-fumaça em linhas turísticas. Ainda mais em trechos de serra como este.
Temos muito o que debater sobre isso, mas para manter uma linha regular, e não apenas turística (acho que deveria ser implantado um trem misto, ou melhor dizendo, com primeira e segunda classe) tem que se implantar algo mais moderno. Até porque, se a linha não tivesse sido erradicada, com certeza teria sido modernizada, com adoção de novas tecnologias e material rodante mais atual. A EF Corcovado é um exemplo, pois iniciou o tráfego com trens a vapor e hoje possui trens elétricos, que já tem algum tempo de vida, mas ainda servem com muita eficiência ao transporte de turistas.
A atração principal é a subida da serra, a paisagem, a bela vista, a natureza. E isso é independente de como estiver percorrendo o trecho: a pé, de bicicleta, de carro, ônibus ... claro que de trem seria mais que um detalhe, seria muito melhor ! Mas tem que ser feito de maneira correta, para que não dure meses e seja erradicado novamente.
Até hoje não obtive um projeto detalhado de tudo o que foi planejado para esta reativação. Gostaria muito de ver e quem sabe, opinar.
Vou entrar em contato com alguém e ver se consigo, para compartilhar aqui.

São tantos os projetos que já foram apresentados que realmente fica difícil de detalhar.

Uma das coisas que soube de um dos últimos apresentados (senão o último) era que o trem chegaria ao Alto da Serra em caráter turístico, com possibilidade de extensão ao Centro de Petrópolis para serviço regular de passageiros. A dúvida seria qual tecnologia usar. Mas ficou só na conversa mesmo, infelizmente.

Iphan e Magé vão trabalhar juntos para reativar ferrovia



Na última quinta-feira foi firmada uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Magé e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), visando a recuperação da primeira ferrovia do Brasil. O superintendente do órgão, Carlos Fernando de Souza afirmou que os recursos já estão liberados e o andamento do projeto depende apenas de uma assinatura do governo municipal.

No encontro dessa quinta-feira ficou definido que o Iphan e a Prefeitura vão trabalhar juntos para garantir a restauração da primeira estação e dos cerca de 14 quilômetros de trilhos entre Mauá e Vila Inhomirim, trajeto inaugurado no dia 30 de abril de 1854 pelo empreendedor Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá. A idéia é usar a ferrovia como atração turística. O projeto será ampliado para que o píer da antiga estação de barcas também seja restaurado e o plano é mais ambicioso ainda: usá-lo como ponto de partida de uma linha ligando Mauá a Praça Quinze, uma proposta antiga da Secretaria Estadual de Transportes.

“Nós temos o recurso, só não temos a assinatura. Estou esperando desde dezembro de 2010 pela resposta da Prefeitura. O que precisamos é que o prefeito crie um decreto indicando que a área é especial e de interesse social. Se este decreto e a autorização não forem feitas até dezembro, perderemos a verba”, disse ele ao prefeito, que assegurou que na próxima segunda-feira estará baixando o decreto e emitindo a autorização da qual o Iphan necessita.

Segundo Carlos Fernando, o primeiro passo para o início das obras será a remoção das famílias que ocupam a área da estação. “Eu preciso que as 80 famílias que invadiram a área sejam transferidas e esta é a parte mais fácil. A ferrovia liberou o espaço e o Ministério da Cidade a verba para todo reassentamento. Só precisaríamos apresentar o projeto estrutural assinado pela Prefeitura. Depois que isso for feito, começaremos a ver o projeto para fazer o trem andar”, disse o superintendente.

Empolgado com a idéia, o prefeito Nestor Vidal abriu a reunião perguntando se o trem vai andar ou não. A animação aumentou com a resposta positiva. ‘Esse projeto é de grande importância para nós. Precisamos devolver a história de Magé ao Brasil”, afirmou o prefeito.

Bom dia pessoal, acho que só faltou falar sobre o principal fator que emperra o projeto: o lobby das empresas de ônibus. É notório que as falidas prefeituras daquela região tem em seus orçamentos uma "generosa contribuição" doada por tais empresas, e temos ainda o "fator político", ou seja a retirada de invasores doas terras da ferrovia implicaria em uma perda de votos por parte de políticos inescrupulosos...Gostaria muito e espero ver o trem voltar a subir a serra, mas muita água ainda vai rolar...

Notícia de 2012 publicada no Jornal Extra. Até hoje, continua tudo na mesma ...