Eu estava neste trem, posteriormente comentarei minha experiência:
Acidente em Duque de Caxias - 25 de agosto de 2001
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Acidente em Duque de Caxias - 25 de agosto de 2001
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Re: Acidente em Duque de Caxias - 25 de agosto de 2001
Eu estava de férias em agosto de 2001. Minha namorada, atual esposa, morava na casa dos pais no bairro Apolo XI, distrito Lote XV, bairro limítrofe de Belford Roxo com Duque de Caxias. Eu estava indo doLeblon para lá, e apesar de fazer mais baldeações, eu sempre prefiri utilizar os trens, por ser mais rápido e seguro (além de mais barato, mesmo com mais baldeações). Pois bem, neste dia eu desceria exatamente em Duque de Caxias, pois ía aproveitar para comprar material para a festa de dois anos de minha afilhada, que também morava, aliás mora até hoje, no Apolo XI. Peguei um ônibus da linha 460 e desci em São Cristóvão, embarcando 10 minutos depois no trem em direção a Gramacho (na época ele ainda não ía até Saracuruna, se eu não me engano). A viagem transcorreu tranqüilamente e eu, como sempre, me acomodei no último carro de passageiros da composição. Ao sair de Vigário Geral, o trem começou a andar lentamente por um bom trecho, como se estivesse com tráfego à frente, mas após ultrapassar a ponte que atravessa o limite de municípios entre Rio de Janeiro e Duque de Caxias, ele acelerou e atingiu a velocidade normal, devia estar a uns 60 km/h. Antes de chegar em Duque de Caxias, a linha faz uma curva pra esquerda e outra pra direita. Ao fazer esta curva pra esquerda, eu já me levantei para desembarcar, pois a estação Duque de Caxias estaria a uns 300 metros aproximadamente. Alguns passageiros também levantaram. Foi aí que senti um solavanco forte, semelhante a uma freiada brusca, e dois segundos depois um tranco, que fez alguns passageiros cairem no chão da composição. Eu estava me segurando, não cheguei a cair, mas me assustei. O trem parou completamente. Uma senhora que estava sentada começou na se abanar, passando mal, devido ao susto. Começamos a acalma-la e após alguns minutos ela melhorou. E nada do trem andar, na hora não sabíamos o que tinha acontecido. Foi aí que um dos passageiros, ou alguém na cabine do trem, não me lembro agora, fez as portas abrirem. Se foi na cabine eu não vi, pois eu estava no último vagão. Observei a linha totalmente silenciosa e desci para os trilhos, com algumas pessoas me seguindo. Auxiliamos algumas pessoas, inclusive a senhora que estava passando mal anteriormente, a descer. Nesta ocasião que tive de como um trem era alto e grande. Fui para a parte traseira do trem, não sei por qual motivo, acho que estava deslumbrado em andar nso trilhos, nessa época eu gostava e me interessava pelo assunto, mas não a ponto de me aventurar assim. Decidi procurar um local para sair da linha e alcançar a rua, e segui em direção à estação, já que estava próximo. Um grupo de aproximadamente 100 pessoas estava fazendo o mesmo. Foi então que, quanto mais nos aproximávamos da estação, mais gente falando, chorando e gritando era ouvida. "- O que aconteceu ?" pensei ... antes de chegar à outra curva da linha, pra direita, via uma das cenas mais chocantes que já presenciei: o primeiro carro do trem em que eu estava havia se chocado com o último carro de outra composição que estava descendo para o Rio de Janeiro ! A cena era horripilante, e na imagem acima não aperece pois eles já deviam ter deslocado as composições: o trem que ía para o Rio de Janeiro literalmente trepou no outro, o vagão estava meio que dobrado pra cima, dava pra ver de longe, com uma "dobra" 5 metros mais ou menos mais alta do que o trem que eu viajava. Passei ao lado do primeiro carro do meu trem e vi muito ferro retorcido e pessoas no chão do trem, com as pernas totalmente ensagüentadas. Chorei. Liguei para a minha namorada e ela já estava assistindo pela TV. Muita gente gritava e chorava no local, parecia o purgatório, sei lá ... pessoas comentavam que havia um corpo retalhado dentro da locomotiva, o que presumi ser do maquinista (não era, era de outro maquinista que estava seguindo para sua escala, de carona. O maquinista mesmo se jogou da composição em movkmento ao ver que o trem iria se chocar com o outro. Aproveitando um buraco no muro da ferrovia, alcancei a rua, o sol estava forte, e me encaminhei rumo ás lojas onde pretendia comprar ítens de decoração para festa da minha afilhada, mas eu já não tinha clima nenhum. Ouvi um helicóptero se aproximando para resgate, mas não vi onde ele desceu. Nas lojas em que eu passava as pessoas só comentavam sobre o acidente.
Enfim, dei muita sorte, pois andava no último carro, que poderia ter se acidentado se estivesse fazendo o caminho contrário, como aconteceu. Acredito que por algum motivo o trem que ía para o Rio descarrilou na mudança de linha e o trem que eu estava tenha se chocado no vagão descarrilado. Ou então, um avanço de sinal do trem que ía pra Gramacho, não dando tempo do trem que ía pro Rio sair da linha a tempo para evitar o choque.
Enfim, estou vivo !
Mas foi uma experiência que jamais vou esquecer. E por jamais esquecer que busquei esta matéria no Acervo do O Globo, me lembro como se tivesse sido ontem.
Enfim, dei muita sorte, pois andava no último carro, que poderia ter se acidentado se estivesse fazendo o caminho contrário, como aconteceu. Acredito que por algum motivo o trem que ía para o Rio descarrilou na mudança de linha e o trem que eu estava tenha se chocado no vagão descarrilado. Ou então, um avanço de sinal do trem que ía pra Gramacho, não dando tempo do trem que ía pro Rio sair da linha a tempo para evitar o choque.
Enfim, estou vivo !
Mas foi uma experiência que jamais vou esquecer. E por jamais esquecer que busquei esta matéria no Acervo do O Globo, me lembro como se tivesse sido ontem.