ESTAÇÃO MÉIER ( PRIMITIVA CAXAMBY)- A história- 1ª parte.
Pessoal, vou procurar aqui tentar resumir um pouco da história do Méier, mas com ênfase na sua estação ferroviária.
Logo após a inauguração da E.F.D.Pedro II em 29/03/1958, construiu-se uma parada onde atualmente situa-se a ponte de ferro da estação ou passagem superior.
Haviam poucas estações, mais especificamente; Corte, Venda Grande, Cascadura, Sapopemba, Maxambomba e Queimados e os comboios faziam paradas intermediárias.
Apesar de ter sido usado o termo construção, a fonte bibliográfica não explicita se havia um alpendre de acesso ou algo assim, ou se os passageiros desciam diretamente no trilho, pois na época, a linha era singela.
Os trens eram divididos por classes, mais especificamente a partir de 1861, onde o serviço de passageiros foi oficialmente regularizado e talvez as classes mais favorecidas com toda aquela indumentária, com ternos e paletós da época não estivessem dispostas a caminhar muito entre a até então enormes distâncias entre as estações oficiais nas raras ruas existentes e ainda sem pavimentação e as paradas foram surgindo.
Pois bem, a parada localizada onde hoje é a ponte do Méier foi oficialmente denominada
Parada do Caxamby , pois ali era o arraial que pertencia a enorme freguesia do Engenho Novo que era limítrofe com a freguesia de Inhaúma.
A linha singela da central "cortava" a região entre dois charcos, pois a região era alagadiça e os caminhos existentes eram a Rua Goiaz (grafia da época) que depois seria dividida também em Arquias Cordeiro e o Caminho de Dentro, futura Dias da Cruz.
Essas vias formavam uma continuação natural, na qual nunca tinha reparado e havia tráfego de bondes puxados por burros que seguiam da Rua Goiaz e iam para o Caminho de Dentro para atingir a Boca do Mato.
Na parada do Caxamby, foi construída também uma cancela, chamada cancela do Caxamby, justamente devido a esse tráfego de bondes.
A administração da ferrovia designou um guarda chamado José Francisco para operar a cancela e ele não tinha a perna direita, possuindo em seu lugar, uma prótese de madeira.
Com o passar do tempo, os usuários passaram a chamar a parada do Caxamby de Parada do Perna de Pau e o nome popular acabou ganhando força.
Portanto, é mito o que é lido na internet, que tal parada ficava na linha entre as Ruas Medina e Coração de Maria.
Agora vém o melhor, não muito tempo depois foi aberta outra cancela, essa sim, no ponto onde cruzando com a ferrovia, as Ruas Medina e Coração de Maria, hoje formam uma continuação.
Essa segunda cancela não teve nome oficial revelado pela fonte bibliográfica, assim como a informação se houve outro guarda.
Essa cancela naquele ponto passava pelas propriedades do Dr. Miguel e Joaquim Bastos e foi utilizada, pelo o que o livro sugere, até 1868, onde a estação de Todos os Santos foi construída uns 200 metros depois.
A família Duque estrada trouxe progresso a região e do casamento do Comendador Miguel João Meyer com D.Jeronima Duque Estrada, surgiram herdeiros que futuramente dariam os nomes às primeiras ruas do Méier.
A segunda linha chegou em 1871 e o tráfego de trens aumentou, trazendo mais progresso ao local.
O camarista Meyer faleceu e pouco tempo depois, a administração se interessou em construir uma estação que agora passava nas terras dos seus herdeiros.
Eles fizeram um contrato e exigiram que a nova estação se chamasse Meyer. Caso fosse desrespeitado, a doação seria desfeita.
Depois de um domingo de muito calor, foi em uma segunda-feira com chuva, no dia 13 de Maio de 1889, que a locomotiva Princesa Izabel fez a primeira parada na estação. Não havia uma festa especial para esse evento.
A então Parada do Meyer tinha então uma plataforma pequena e um prédio modesto de madeira.
Os terrenos passaram a valer mais com a estação e terraplanagem e foram vendidos em lotes menores e as primeiras ruas do Méier surgiram e hoje formam o baixo Méier, tais quais Lia Barbosa (parte da Amaro Cavalcanti), Manuela Barbosa, Ana Barbosa, Gláuber Barbosa, Carolina Méier e etc:
Isso foi em 1891.
Depois eu conto a segunda parte, que envolve situações curiosas sobre a cancela e a própria estação.