E.F.Rio D'ouro-Linha tronco

[Adenilson]

Melekh, tudo bom?
Seguem as respostas em azul.

Adenilson,



Você havia dito que está com duvidas em relação ao documento postado pelo companheiro Dado, que citam diversas estações, algumas que não temos nem nos mapas que possuímos.
Melekh. A questão foi a ordem das estações no quadro postado pelo Dado.
Vejamos a ordem a partir de Mangueira.

Mangueira- Melhoramentos ou ainda a E.F.Norte ( A referência deveria ser esta)
Ana Néri - Rio D'ouro ou Melhoramentos- depois eu comento
Jockey Clube- Melhoramentos
Jacaré - A princípio Melhoramentos. Depois eu comento.
Praia Pequena- Rio D'ouro
Cesário Machado- Melhoramentos.

Reparem que na grade de estações e paradas da Rio D'ouro haviam algumas que a princípio entendemos como ferrovias e traçados diferentes. Por isso a minha dúvida.


Parada Jacaré é uma delas.
A parada ficava entre Jockey Clube e Praia Pequena, mas espera aí . Essas duas eram de ferrovias e traçados distintos.
Será que havia um desvio ou o mais provável, Jacaré era um "apelido" de estação de Herédia de Sá devido ao uso da mesma pela Rio D'ouro?
Sabemos a princípio que Herédia de Sá teve o mesmo nome, mas Jacaré poderia ser um apelido em relação à concessão de uso.
Eu só me lembro desse documento postado pelo Dado com esse nome Jacaré.


Jockey Clube em alguns lugares dizem que é atual Triagem, em outros, é uma estação diferente, com quilometragem diferente.
Esse caso acho que é o mais fácil de deduzir. Já vi muitos mapas com a estação nomeada como Jockey Clube e exatamente no mesmo local da estação Triagem.
Poderia ser um nome popular em função da existência do Jockey Prado Fluminense.
A diferença de quilometragem poderia ser explicada pelas mudanças que estavam ocorrendo na época como a supressão de Mangueira como primeira estação sendo substituída por Alfredo Maia por exemplo, dentre outras alterações no traçado da ferrovia.

Cesário Machado também dizem que era Maria da Graça, mas vemos nos mapas que estão em lugares diferentes.
Essa sabemos que não é. Uma era uma parada e outra uma estação e cerca de 300 metros e muitos anos de diferença
Imagino a princípio que Maria de Graça tenha sido inaugurada depois da desativação de Cesário Machado
Vamos buscar documentos .

Herédia de Sá pelo que sabemos sempre teve esse nome.
Já comentei acima.


Praia Pequena não é Vieira Fazenda, pois estão em ferrovias diferentes, à primeira na EFRD, trecho da Av. Suburbana e a outra na L. Auxiliar.
Tudo bem. Sabemos disso, mas como explicar que o trem (pela grade de estações) saia de Praia Pequena e chegava em Cesário Machado?
Não devemos nos esquecer que ali era um grande manguezal e que deu origem ao nome Praia Pequena e esse nome deveria ser popular na época.
Salvo a existência de um traçado que não conhecemos, como explicar essa seqüência de estações sem pensar que Praia Pequena poderia ser um "apelido" para o nome de Vieira Fazenda, quando esta passou a ser utilizada pela Rio D'ouro?
Pense o seguinte e se colocando no lugar do usuário da Rio D'ouro e que usava o serviço para saltar em Praia Pequena pelo traçado original.
Como facilitar na memória do usuário, a estação correta para descer ou subir no caso da transferência para outra ferrovia ali perto?
Afinal de contas essa mudança de nome, seja oficial ou popular ocorreu com a Parada Alegria na alteração para Benfica, quando a homônima da E.F.Norte foi desativada.

A estação Ana Neri está próxima a Silva e Souza, de repente podem ser a mesma, temos checar.
Cai no mesmo caso acima. Talvez seja esse nome. Pelo menos a ordem das estações leva a crer isso e segue novamente a minha suposição de trens de uma ferrovia utilizar a mesma estação de outra, utilizando-se de nome próprio de acordo com a cultura e hábito dos seus usuários

Realmente, são vagas as documentações e informações que possuímos até agora, mas acredito que tenhamos que ir mais a fundo.
Com certeza. Tenho muita curiosidade sobre essa parte da história das nossas ferrovias.


+++++++++


Tche,


Você tem a tal reportagem?
Reforço as palavras do Dado, seja bem vindo amigo.


Abraços a todos.

[Melekh]

Adenilson,


Tudo tranquilo, eu entendi as colocações e diante disso estou separando nos mapas que tenho, nas mais diversas época, a lista de estações, por ferrovias e gradativamente irei postando, para ver se conseguimos entender tudo isso,

Abraços.

[tche]

Pelo que me consta, o tráfego de trens de passageiros foi suspenso em 1965, quando a Leopoldina passou a utilizá-lo para seus trens de carga. O tráfego de passageiros na Rio D`Ouro já estava sucateado quando ocorreu sua desativação em 65. Aliás, antes mesmo de 65, pois se a desativação do ramal de Três Rios se deu em Novembro de 64, é provável que desde essa época a linha da Rio D´Ouro já estivesse sendo utilizada pela Leopoldina. Não tenho certeza, mas parece que o referido tráfego de passageiros já era irregular e as estações estavam em estado de abandono, sendo mesmo provável que tenham sido "invadidas" por moradores de rua. Mas é certo que os trens da Leopoldina circularam ali até 1968, quando foi inaugurado o ramal de São Bento/Ambaí, tornando aquele trecho desnecessário. Quanto à foto da estação de Irajá em 1970, não me parece que haja parte de uma locomotiva diesel ali, pois a foto éde baixa resolução e pode deixar margem à enganos.

[tche]

A Estrada de Ferro Rio D´Ouro na década de 50 tinha cunho social, tanto é que havia um aporte financeiro do governo federal, e as passagens nos últimos anos eram gratuitas. Quando a capital federal mudou-se para Brasília em 1960, houve um acordo com o governo recém criado do estado da Guanabara para que tal situação fosse mantida pelo governador Carlos Lacerda, acordo esse que não foi cumpridologo por aquele que sempre foi inimigo de tudo que rodasse sobre trilhos... À partir de então, o estado da ferrovia chegou à tal ponto que chegou a ficar parcialmente paralisada em 1963, e o que manteve ativa a Rio D´Ouro foi justamente a utilização do leito da mesma pela Leopoldina em 1964/65...

[DadoDJ]

Minha nossa, Tche !
Informações valiosíssimas !
Não sei sua idade, mas chegou a utilizar os serviços da ferrovia ?

[Michel Soares]

Só corrigindo, até onde sei, Farrula é um bairro de Belford Roxo, entre o Piam e Nova Aurora.

Abraços

[tche]

Dado, nunca cheguei a utilizar os serviços da Rio D´Ouro pois não tenho idade para tal, {nasci em 58}, mas sou apenas um aficcionado pelo assunto. As lembranças vivas que tenho da estrada de ferro em questão são muito pequenas, tais como as estações de Colégio e Acari, entre outras. Mas pesquisei e ainda pesquiso muito sobre o assunto, e acho que ainda se tem muita coisa a descobrir, e entre eles montar um mapa com o trecho original e as posteriores modificações da avenida Automóvel Club entre Del Castilho e Pavuna...

[DadoDJ]

Com certeza, Tche ... muita coisa ainda há de ser descoberta.
Aliás, parece que quanto mais se procura e se descobre informações, mais mistérios surgem !
Por isso que esta ferrovia (ainda mais do que as outras) é tão fascinante !

[Adenilson]

Grandes informações Tchê.
Realmente então podemos bater o martelo sobre as atividades em definitivo para passageiros da Rio D'ouro. O ano foi 1965.
A partir daí, a Leopoldina teria utilizado a ferrovia por 3 anos.
Como eu te disse, a foto de Irajá que parece ter uma composição ao fundo não está com uma resolução impecável, mas não está nada que cause uma ilusão de ótica grande.

O que eu quis dizer é que talvez aquela foto não seja dos anos 70. Pode até ser.
Existe um panfleto da banda Painel de Controle na estação. Essa banda surgiu no final dos anos 60, mas não sei quanto tempo em termos de "anonimato".

O fato é que se a foto for de 1968 por exemplo, aumentam as chances do veículo ao fundo ser um trem.
De qualquer forma, as fotos da estação de Inhaúma que postei de 1968 não trazem indícios de trilhos, talvez pela falta de ângulo e/ou excesso de mato e/ou porquê os trilhos tivesse sido removidos rapidamente depois do fim do tráfego pelos trens da Leopoldina.

A Estrada de Ferro Rio D´Ouro na década de 50 tinha cunho social, tanto é que havia um aporte financeiro do governo federal, e as passagens nos últimos anos eram gratuitas. Quando a capital federal mudou-se para Brasília em 1960, houve um acordo com o governo recém criado do estado da Guanabara para que tal situação fosse mantida pelo governador Carlos Lacerda, acordo esse que não foi cumpridologo por aquele que sempre foi inimigo de tudo que rodasse sobre trilhos... À partir de então, o estado da ferrovia chegou à tal ponto que chegou a ficar parcialmente paralisada em 1963, e o que manteve ativa a Rio D´Ouro foi justamente a utilização do leito da mesma pela Leopoldina em 1964/65...

[DadoDJ]

Dos trens que circularam na Rio D´Ouro à partir de 1965, muitos deles eram à diesel. A Leopoldina utilizou o trecho inicial até Pavuna entre 1965 e 1968 para trens de carga, e muitas dessas composições eram à diesel. A reportagem de O Globo é do início de 1972 e menciona locomotivas à diesel e vagões de metal, semelhantes aos usados ainda hoje nos trechos entre Saracuruna e Guapimirim, APENAS NO TRECHO REMANESCENTE, ENTRE BELFORD ROXO E JACERUBA. A data "oficial" da extinção do trecho final da ferrovia, que seria de 1970 é, portanto incerta.

Pessoal, entrei em contato com a Agência "O Globo" a respeito desta matéria. Enviei mensagem no dia 1º, e no dia 2 me responderam por email a seguinte mensagem:

"Prezado Eduardo, bom dia.

Poderia me informar seus telefones de contato para passar informações sobre procedimentos de pesquisa e valores?

Abs

Atenção: É de responsabilidade exclusiva do cliente que recebe a fotografia a obtenção prévia e expressa de autorizações de terceiros, para uso de suas imagens ou de imagens de obras e bens de propriedade particular, retratados na obra fotográfica ora enviada. O cliente responderá, com exclusividade, por quaisquer reclamações de terceiros por uso indevido de suas imagens.

Créditos da fotografia: O licenciado fará constar das fotografias o crédito da AGÊNCIA O GLOBO.

O licenciado também deverá fazer menção ao nome do fotógrafo, sendo certo que a falta de qualquer dessas citações constituirá violação de direito de autor."

Após minha resposta, fornecendo telefones de contato, hoje de manhã ligaram pro meu celular (eu estava no serviço mas não quis nem saber, falei para a patroa que era uma ligação urgente ) e o atendente, bastante solícito aliás, me explicou o procedimento. Ele falou que me enviaria um email, e que aguardava contato para um agendamento. O teor da mensagem, que foi um resumo da nossa conversa se encontra abaixo:

"Prezado Eduardo, bom dia.

Conforme contato telefônico, fico a disposição para agendar uma visita para realizar a pesquisa.
Ratificando as informações dos valores: R$ 50/h da pesquisa, e R$ 5 por página impressa em A3, preto e branco na qualidade do microfilme. Esta pesquisa não compreende licenciamento para uso pessoal e comercial, ou seja, as páginas não podem ser expostas e publicadas sem que sejam feitas posteriormente um licenciamento.

Att"

Ou seja, como não temos a data ou período exato de publicação desta matéria, o atendente pode ficar pesquisando 3, 4 horas, e quem paga por isso é quem pediu a pesquisa ! R$ 50,00 a hora ! ! ! E quanto tempo vou saber que ele levou nas pesquisas ? Outra coisa: isso sem obter licenciamento, ou seja, não posso publicar a matéria ! Quanto isso deve custar ainda não sei ... agora o curioso é que eles não me enviam o material digitalizado, enviam a matéria impressa em formato A3 ! ! !
Que coisa mais anti-ecológica !
Isso para não caracterizar o restante do procedimento ...

Estou a analisar a questão ...