No dia 10 de abril a AENFER realizou duas importantes palestras técnicas. A primeira, do subsecretário de transportes do Estado do Rio de Janeiro, engenheiro Delmo Pinho, que discorreu sobre o “Programa de Investimento em Logística – PIL Ferrovias”, do governo federal, e “Novo Sistema Ferroviário de Cargas no Estado do Rio de Janeiro”, do governo estadual. Iniciou falando sobre o mau aproveitamento das linhas férreas brasileiras onde, na maioria dos cerca de 29 mil quilômetros, circula, em média, apenas um par de trens por dia. Mostrou a nova malha ferroviária brasileira proposta no “PIL – ferrovias” do governo federal, destacando os projetos previstos para o cinturão agrícola em formato de coração que abrange o Centro-Oeste e o Norte do Brasil, predominantemente na região do cerrado. Falou sobre a importância da ferrovia EF 354 – Transcontinental para a economia do Estado do Rio de Janeiro, com o incremento do transporte de novas cargas. Junto com a Ferrovia Norte-Sul, formará a espinha dorsal do sistema ferroviário brasileiro com um potencial (isso é um projeto de estudos do Peru) de poder chegar ao Pacífico. Essa ferrovia ligaria o Atlântico e o Pacífico, e poderíamos atender a diversas regiões do mundo. Ela foi objeto de um trabalho intenso na Secretaria de Transportes porque tem como pontos de passagem obrigatórios (Lei Federal nº 11.772, de 17/09/2008) o litoral Norte Fluminense, a região de Muriaé, Ipatinga, que é chamado o vale do aço, a serra da serpentina, além de outras províncias agrícolas e minerais, e o coração do Brasil Central. Sua construção pode mudar o cenário do Rio de Janeiro, permitindo que nós tenhamos uma perspectiva de ter um sistema logístico e portuário melhor. Atualmente, a ferrovia litorânea da FCA está parada. A de Angra dos Reis ainda existe, porém inoperante e sobram as linhas da MRS e a linha que traz bauxita de Minas e faz transbordo em Três Rios para a bitola larga para seguir para São Paulo. A verdade é que as grandes regiões dos cafezais e das plantações de cana que abasteciam a ferrovia não existem mais. Falou sobre o trabalho intenso na Câmara dos Deputados em Brasília no sentido de alterar a Lei 5.917 que é o Plano Nacional de Viação, com o objetivo de um dia poder contar com um T ferroviário de alta capacidade. Esse T seria formado pela EF 354 e pela EF 118 – Ferrovia Rio-Vitória. Entende que nós não podemos deixar de acompanhar com afinco a EF 354 porque o futuro ferroviário do Rio de Janeiro no dia em que essas duas ferrovias estiverem funcionando vai ser um espetáculo porque vai ser um volume de cargas inimaginável que hoje nós não temos, para se somar a um volume já apreciável que nós já temos nos nossos portos, vindo em grande parte pelas ferrovias, e vai mudar o cenário geoeconômico do estado do Rio de Janeiro. Mostrou a importância do superporto de Açu, no Norte Fluminense, destacando as áreas que já estão prontas e o seu entorno que será um importante polo industrial para o Brasil. Serão dois terminais portuários, TX1 e TX2; 17 km de cais; profundidade de até 26 m; 4 berços; demanda estimada de 90 Mtpa, sendo 30 Mtpa na primeira fase (mineroduto – 2014). Investimentos realizados até março/13: R$ 3,9 bilhões. Investimento total até 2014: R$ 5, 3 bilhões. Informou que já existe um investidor com o restante do dinheiro, R$ 1,4 bilhão, para investir de imediato no porto. Falou sobre o projeto da EF 118 que correrá em paralelo à EF 103 já existente. Destacou a parceria que foi desenvolvida com o estado do Espírito Santo para implementação dessa ferrovia, como também as diversas discussões havidas para aproveitamento parcial do leito da EF 103, onde a faixa de domínio se encontra preservada, o que representará redução significativa no custo da obra. A demanda prevista para a EF 118 será de 80% de minério de ferro. O projeto prevê que a ferrovia não passe dentro das cidades, porém, citou o caso de Rio Bonito onde pequenas obras rodoviárias não comprometerão o funcionamento da cidade e permitirá que, futuramente, com a ferrovia implantada, possam circular trens de passageiros ligando Rio Bonito à região metropolitana do Rio de Janeiro. Finalizando, para demonstrar a importância da região e dos investimentos previstos (EF 118 e EF 354) informou que o porto de Roterdã participará com 30% do investimento previsto para a construção de um terminal marítimo em Presidente Kenedy, município do Espírito Santo, localizado entre Campos e Vitória.
Após um breve intervalo, foi iniciada a segunda palestra.
O economista Eduardo Duprat contou o que levou à estruturação do “Plano de Estratégia e Logística de Cargas do Rio de Janeiro” e onde o governo espera que ele nos leve. Mostrou reportagem recente do jornal O GLOBO que destacou que as deficiências na logística representam 1,8% do preço dos produtos industriais no Brasil (FIESP); que o Brasil ocupa o 114º lugar entre 148 países no quesito infraestrutura (World Economic Forum); e que o país aplica apenas 16% do PIB em infraestrutura, contra 52% da Índia e 71% na média dos países desenvolvidos (McKinsey). Disse que a deficiência ocorre em praticamente todos os modais prejudicando as cadeias produtivas e todo o desenvolvimento do que se espera das iniciativas privadas e do próprio país. Mostrou os dados disponíveis em 2007, quando foi lançada a ideia do Plano Estratégico. Hoje possivelmente esses dados estão maiores, mas é o retrato da pujança do que se esperava do território Fluminense. Várias indústrias em instalação ou expansão num total de R$ 181 bilhões a serem aplicados entre 2011 e 2013, estando previstos, num período que iria até 2020, R$ 214 bilhões. Isso são indústrias dos vários setores de grandes portes com território mais ou menos mal distribuídos economicamente e concentração no eixo que leva do Rio a São Paulo e já na altura de Macaé – Campos, uma concentração devido a indústria extrativa mineral. Essa era uma previsão de investimentos, hoje já temos outras previsões. Esses investimentos repousam sobre um território complicado em termos geográficos com uma logística que tem que funcionar mas que já dialoga com esse território complicado. Temos que ter uma capacidade de infraestrutura, temos um número grande de portos, rodovias, aeroportos, estações aduaneiras com grande potencial de crescimento que precisam conversar entre elas. Mostrou os exemplos da Rodovia Presidente Dutra e da BR 101, onde vemos claramente faixas de domínio comprometidas sem capacidade de expansão de uma terceira faixa ou uma duplicação necessária. São rodovias projetadas há décadas atrás e que hoje estão comprometidas. Temos uma quantidade de portos organizados e muitas vezes pensamos em melhorar um porto e não melhorar outro, mas temos portos que precisam se complementar cada um com sua tipologia, temos condições de atender com o dinamismo que se espera e não termos navios parados para atender esses portos. Sobre o porto do Rio, a arrecadação é importantíssima para o estado, é um porto de desenvolvimento econômico fundamental. Então se começou a pensar num processo de ter aberturas e em três vias de acesso: ferroviário, marítimo e rodoviário além da integração porto-cidade. Existe todo um dinamismo acontecendo e a própria situação urbana que cresce. Caminhões vão aumentando de tamanho e o tempo não para, portanto é preciso se tomar desafios. A ferrovia é um patrimônio que não pode ser destruído. É preciso ter planejamento de gestão. A partir deste diagnóstico, mostrou planilha com previsão de investimentos do governo federal em novos acessos portuários para o estado. Destacou que o PELC RJ 2040 tem como referências três trabalhos já desenvolvidos: o PDTU (Plano Diretor de Transporte Urbano – para passageiros); o PNLT (Plano Nacional de Logística de Transportes) e o Plano Estratégico e o Plano PluriAnual do Rio de Janeiro. A matriz de priorização dos investimentos é composta de três vertentes:
> Estratégica – superar os entraves imediatos dos fluxos de cargas; e integrar macro e micro eixos de corredores de transportes;
> Econômica – reduzir os custos logísticos para o setor produtivo; e atrair novos investimentos;
> Sustentabilidade – reduzir emissões, com melhoria na qualidade de vida; e traduzir a visão de futuro em planejamento de intervenções logísticas.Desenvolverá metodologia buscando: transferência de tecnologia e conhecimento, elaboração de um plano de comunicação e elaboração de um plano de governança.Os estudos estratégicos previstos visarão: a melhoria na fluidez do tráfego rodoviário metropolitano; as soluções logísticas para o setor de óleo e gás; a criação e consolidação de Plataformas Logísticas; a conexão logística RJ-Sul de MG e Zona da Mata; a conexão logística no eixo Vale do Paraíba RJ-SP; e planos de investimentos para rodovias concessionadas.
Mostrou que o estado já está realizando levantamento visual em campo, com filmagem de vídeo 360º com seis câmeras de precisão (tipo street view) e um software de concatenação das imagens com um GPS de precisão para cadastramento das vias, tendo executado 5.627,40 km no período 12 a 28 de março.
Com essas medidas espera-se melhorar a eficiência do sistema logístico de cargas no Estado do Rio de Janeiro, pois irão melhorar as condições para as operações das empresas e para os usuários das vias com novos corredores logísticos, diminuirão os gargalos de trânsito e por consequência haverá redução da emissão de carbono, o estado contará com um banco de informações e dados para suporte ao planejamento e gestão da competitividade logística de cargas, serão desenvolvidos os modelos de governança e de comunicação que auxiliarão e enriquecerão a implantação do plano de ação proposto, e, finalizando, o governo estadual estará capacitado a receber financiamentos para os projetos prioritários identificados no Plano.
Fonte: AENFER
Palestras da AENFER em 10/04/2014
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