Fórum de debates Trilhos do Rio

Pessoal,

Conforme eu tinha prometido, estou enviando abaixo uma foto da região de Tomás Coelho e uma pequena parte de Engenho do Mato (mais atrás do fotógrafo) no ano de 1929.

Algumas dúvidas pairam no ar. Já perdi a conta de quantas vezes ampliei essa foto e comparei com mapas antigos e a ferrovia e tenho mais dúvidas e perguntas que conclusão.

Abaixo estou mandando a foto com um grande maciço atrás, o qual identifiquei como sendo na direção de Cavalcanti.

Segue a foto sem marcações.
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Abaixo estou mandando a foto com marcações e algumas perguntas para quem conhece melhor a região.

De acordo com as marcações acima, seguem perguntas e comentários.

Pelo caminho que o Rio Timbó fazia, hoje parcialmente coberto, o mesmo "cruzava" com a Rio D'ouro na altura de Engenho da Rainha (mostrarei essa foto depois) e se aproximava da linha auxiliar próxima às ruas que formavam o bairro Engenho do Mato, como a Pereira Pinto e Engenho do Mato.
A direção da foto, eu posso dizer que praticamente descobri. O problema é a distância que foi batida.

Pela lógica, a foto foi batida logo depois da estação Tomás Coelho, sentido Cavalcanti, mas cadê a linha auxiliar? . A mesma deveria estar no lado esquerdo, mas há malto alto e não a vejo.

Será que ela estaria por ali mesmo?

Vejam a seta lilás que aponta para baixo. Seria a linha auxiliar? Mas nessa época, a mesma já tinha sido duplicada. Acho que o leito de ferrovia estaria mais visível.
O que marquei em um oval laranja seria ou é um sinal ferroviário?

O vagonete a esquerda não parece ser ferroviário.

Mais para o centro da foto e chegando a direita, marquei dois caminhos, um com seta azul e outro com seta cinza. Acho que tem grande probabilidade que um deles seja a Rua Silva Valle.

Se proceder então a Estação Engenho do Mato estaria fora da foto quase atrás do fotógrafo para a direita.
Vejam a construção que marquei com um oval verde e com parte do telhado demolido. Parece uma estação, não é?
Mas ali deve ser a Rua Silva Valle e a estação de Engenho do Mato estaria incoerente com a posição dos maciços 1, 2 e 3 que marquei.

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Foto do Google Street View- A foto abaixo parece mostrar um ângulo parecido com o da foto de 1929, sem me responsabilizar com a questão da distância.Vi algo muito parecido quando passei pelo viaduto novo sobre a estação de Tomás Coelho, mas o mesmo ainda não foi atualizado no google.
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Abaixo de acordo com a numeração que coloquei nos maciços 1, 2 e 3 na foto 2 e na minha opinião, marquei com um oval vermelho e seta, o que parece ser a direção da foto de 1929, mas insisto.
Cadê a linha auxiliar?
Em caso de discordância, tudo mudaria.

Agora o "pepino" é com os especialistas da região.
Saliento apenas que para a estação de E.mato aparecer, na minha opinião, o Malta teria que bater a foto pelo menos uns 60º mais para a direita, mostrando quase a totalidade do morro do Juramento.

A foto é interessantíssima, Adenilson !

Chato que agora estou meio atarefado, mas estou louco para ver com detalhes esta imagem, aliás, para mim, em um primeiro momento, pareceu claro onde a Linha Auxiliar está passando na imagem, mas preciso ver com mais critério ... seria onde você assinalou com a seta pra baixo mesmo, lilás.
Note que há uma pessoa atravessando a linha, e devido à perspectiva da imagem, para mim o leito me parece largo, entre o mato alto e o barranco onde passa uma via rente ao morro.
Em relação ao sinal ferroviário assinalado, parece algo assim mesmo ... mas você viu o sinal cá no canto, "estilo bandeira" (não sei o nome), na direção do que me parece um vagão danificado ?
Vou tentar ver melhor daqui a pouco, mas não sei se o sono me permitirá matar a curiosidade hoje, mas tentarei.

Parada Retiro Saudoso ?

Provavelmente era uma parada sem nada construído, só um ponto de embarque e desembarque ...

Dado.

Não vi referência sobre uma parada e sim sobre o local. Imagino que o trecho citado fosse entre a Ponta do Caju e a parada da Rua Bella.
Entendi que o "faz parada" do texto refere-se a uma forma cultural da época de dizer que a ferrovia passava por ali.

O texto está estranho, pois a estrada não faz paradas e sim o trem.

Abaixo trecho da Rua Carlos Seidl no Caju, que acredito estar próximo ao cemitério, mas ainda aquém deste.

O dia da foto é o mesmo da foto do pátio da Quinta do Caju e portanto, com a ferrovia ativa.

Tive a iniciativa de mencionar a E.F.Rio D'ouro, pois não há rede aérea de eletricidade e a bitola parece métrica.

Conclusão: Tudo indica que realmente é a Rio D'ouro.

Informações sobre a Serraria que aparece na imagem, talvez a sua localização nos ajude a precisar o trecho fotografado:

Bom dia. Sim, é a EFRD, pois toda aquela região do Caju bem como a de Benfica, era aprazível e densamente habitada. Leve-se em conta que não existia a Av. Brasil, e aquela região não tinha sido "cortada ao meio". Se trafegarem pela rua do Bonfim, e Mons. Manoel Gomes, terão idéia de como era a rua Carlos Seidl na época da foto. A degradação da região ocorreu com a abertura da Av. Brasil, e principalmente com as hordas de migrantes nordestinos que povoaram o Caju e a Maré...

Dado: Parece que a serraria "sobreviveu" bem ao incêndio, pois é muito triste ver o empreendedor "perder" o seu negócio com esse tipo de acidente.

A foto é 6 anos mais nova que o incêndio e a serraria está lá.

O que me chamou mesmo atenção foi a posição do morro atrás, aumentando a possibilidade que tal trecho seja entre as esquinas da atual Rua Boas Vindas com Carlos Seidl, pois estranhamente essa Rua Boas Vindas começa e termina a mesma rua.

Tchê: Me parece que o projeto inicial da avenida Brasil previa quase uma via beira-mar, não promovendo tal isolamento.
O aterramento ali feito depois é que causou tal degradação pela falta de planejamento.

Para se ter uma idéia toda a favela da Maré não era para existir.

É verdade, a Maré é uma excrescência que infelizmente existe graças à políticos oportunistas. Nas décadas de 50 e 60 um advogado de nome Magarinos Torres fez fortuna "vendende" lotes na maré. Esse advogado se tornou conhecido por abraçar causas de moradores de favelas. Lamentável que ainda exista gente assim...

Pois é, eu tive algumas dúvidas exatamente devido à posição do morro em relação à rua e à serraria. Me parece que seria no trecho entre o atual ramal do Arará e a curva pra direita da própria Rua Carlos Seidl adiante.
Acho que percorri toda a rua pelo Google Earth, e apesar de achar algumas (poucas) construções antigas, muros da época etc, não consegui localizar nenhum dos imóveis mostrados na foto antiga.
A presença de vários caminhões e carretas nas imagens, bloqueando a visão dos edificios também atrapalhou um pouco ...
Já fiz este trecho a pé, entre o Caju e Tomás Coelho pela antigo leito (pulando apenas o trecho do Jacarezinho), e no Caju digo que é relativamente tranquilo de se caminhar. Mas infelizmente é uma área bastante degradada, com muito tráfego de veículos pesados, e um mau cheiro, não sei o porquê ...