Estação Acari

[Luiz Eduardo]

Excelentes informações, Tchê. Eu me baseei no relato do Dado, que a princípio o morador deu bastante informação pra ele também. A erradicação desse trecho trás comoção até hoje para muitas pessoas ais quais sempre falamos quando vamos à campo.

Dado, estou querendo voltar em Petrópolis até o mês que vem. Deixo como sugestão para vcs de se fazer ou não uma expedição.

Voltemos à Acari,

[tche]

[You)tube][/Youtube]
Olá pessoal, voltando ao tópico original de Acari e em especial da duvida existente sobre o aerofotograma de 1975 em que a antiga estação parecia ter uma espécie de "puxadinho", que sinceramente não me lembrava, levei a foto em questão até um setor da instituição onde trabalho, setor esse que possui camaras e lentes de última geração que conseguem distinguir pequenos detalhes e que são usadas para a identificação de locais e de pessoas, e a dúvida então foi esclarecida: não se trata de um puxadinho, e sim da rampa de acesso de pessoas à plataforma. O fato de tal rampa parecer mais estreita que o telhado se deve ao aterramento dos mata-burros que existiam. Como a resolução da foto não é das melhores, tem-se essa falsa impressão. Aproveitei para levar o aerofotograma de 1975 de Inhaúma só por desencargo de consciência, e realmente o ponto assinalado não é a estação.

[Adenilson]

Tchê.

Parece que em Acari, o mistério está esclarecido, mas não sei qual foi o critério sobre a conclusão a respeito da estação de Inhaúma.
Poderemos realmente ter um longo debate pela frente, pois salvo algo "sobrenatural" não vejo com a edificação das aerofotogrametrias de 1928 e 1975 não serem a mesma edificação.

A questão é que tal edificação deixou de funcionar como estação cerca de 40 anos antes da sua demolição.
Provavelmente quem "conviveu" com a estação original em funcionamento deve estar no mínimo totalmente "gagá", mas a maioria está somente nos velhos albúns de fotografia

Quando questionados sobre a estação, a grande massa de pessoas deve associar o imóvel ao qual o Melekh foi informado como ter um portal parecido com a estação de Colégio, ou seja, a estação mais nova inaugurada em 1936, se não me engano.

Hoje por exemplo, tenho que explicar para muita gente mais nova que o bairro de Todos os Santos já teve uma estação, apesar que eu nunca a vi, pois os trens pararam de utiliza-la no ano que nasci e a plataforma foi demolida quando eu tinha uns 4 anos. Infelizmente pouca gente procura saber da história do bairro em que moram.

Você, que conhece bem a região da outrora Rio D'ouro, pergunte a um(a) jovem, se ele ou ela sabe que Inhaúma, Vicente de Carvalho ou Acari já teve uma estação de trem.

[tche]

Adenílson, as pessoas mais jovens se admiram quando lhes falo sobre as estações da Rio D´Ouro! Não imaginam que em Acari havia uma estação, nem mesmo que existisse uma estação em Inhaúma. Acham incrível, mesmo porque não existe a cultura de se informar sobre o passado, nem mesmo o recente. Coisas inerentes à um país que precisa caminhar muito antes de se declarar de "primeiro mundo"...

[tche]

Olá pessoal. Quando foi levantada aqui neste fórum a circulação de trens da Leopoldina em Petrópolis após a desativação em 64, embora que, para mim não houvesse dúvida alguma, encontrei uma tese de pós graduação da Prof. Dilma Andrade de Paula da Universidade Federal Fluminense, que tem o título de "Fim de Linha/extinção dos ramais da Leopoldina", trabalho esse que está disponível para consulta na Internet, que corrobora o que eu já havia postado e que esclarece detalhes não só da desativação do ramal de Petrópolis, que interessa à este tópico tendo em vista estar diretamente ligado à circulação de trens da Leopoldina pela E.F.R.D. Vejam nas páginas 307 e 308, detalhes inéditos referentes ao processo de extinção daquele ramal. Ainda no rodapé da pág. 308, é possível ver que o jornal A Folha, de Maio de 1963, noticiava a manifestação de comerciantes e notáveis de Petrópolis contra a desativação do ramal. Isso corrobora o que eu já havia postado e presenciado que em 1963 o tráfego ali já era muito fraco. Se o prefeito de lá colocou o trem para circular "na marra", acredito que tenha sido nos estertores daquele ramal. Vale a pena conferir todo esse estudo; podem encontrá-lo no Google. Abraços...

[DadoDJ]

Que excelente material, Tche !
O link é esse, o arquivo está em formato .pdf:
http://www.revistaferroviaria.com.br/up ... oldina.pdf
Vou tirar um tempo só para ler esta publicação !

[tche]

Olá pessoal, com essa reportagem de 17.02.64, que mostra um acidente com um trem na Serra de Petrópolis, esclarece-se a questão do tráfego da Leopoldina nas linha da Rio D´Ouro antes da data oficial de 05.11.64. A matéria esclarece que o tráfego ali tinha sido restabelecida naquela semana depois de "vários meses de paralisação", confirmando o que em já havia postado aqui que em "1963 o tráfego de trens mineiros da Leopoldina pelo ramal de Petrópolis era bastante escasso". Dá para concluir então que a desativação para passageiros das estações da Rio D´Ouro deve ter ocorrido Antes de 64, provávelmente no final de 62... Abraço à todos...

[DadoDJ]

Minha nossa !
Grande Tche !
Show de bola !

[Adenilson]

Segue abaixo, a estação de Acari, aparentemente ainda em operação, a qual destaquei por setas amarelas em sentidos opostos para não confundir a imagem e ao mesmo tempo especular, sobre o seu comprimento.

Com forma de halter, um pouco abaixo, parece ser a tal da rodoviária, já discutida por alguns membros.

AcariDGE.AER.01.56.jpg

[tche]

Olá pessoal, dá para ver que muita coisa se modificou nesses 58 anos. A região se favelizou, chegando ao ponto de se tornar perigosa. Não existia a Fazenda Botafogo nem a favela de Acari. Se assistirem ao filme Assalto ao trem pagador, poderão observar o quão bucólica e pacata era a região. Na cena da fuga do "Tião Medonho" ferido, nota-se a bitola mista da Rio D´Ouro na Automóvel Clube na esquina da Estrada de Botafogo antes de chegar à Pavuna, bem como as casinhas operárias no pé do viaduto de Coelho Neto, hoje desaparecidas ou "engolidas" pela imensa favelização...