Bonde Sumaré (Santa Teresa-Alto da Boa Vista)
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Bonde Sumaré (Santa Teresa-Alto da Boa Vista)
Tópico para informações, dados e registros sobre o "Bonde Sumaré", que fazia o percurso entre Santa Teresa (Lagoinha) e o Alto da Boa Vista
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Re: Bonde Sumaré (Santa Teresa-Alto da Boa Vista)
No dia 4 de janeiro de 1903, a Companhia Edificadora, a serviço da Companhia Ferro-Carril Carioca, inicia o reconhecimento do terreno para implantação de ramal de bonde elétrico entre Santa Thereza (França) e o Alto da Boa Vista, com cerca de 17,5 km de extensão.
No dia 7 de junho de 1903, o Sr. Lauro Müller e mais duas pessoas percorrem a picada aberta através da Floresta da Tijuca no percurso a construir entre Santa Thereza e o Alto da Boa Vista. No dia 8 de junho após o acerto da Companhia Ferro-Carril Carioca com a Companhia Edificadora, inicia-se a construção do ramal, sobre o leito da futura estrada do Sumaré.
Em junho de 1904, início das obras de construção de novo ramal da Companhia Ferro Carril Carioca para o Alto da Boa Vista. No dia 9 de novembro de 1906 é inaugurado o trecho de 5 km de extensão até o Sumaré. Por motivo de uma desavença entre a Companhia Edificadora e a concessionária a obra é paralisada. Esta concessão era regulamentada pelo Decreto Municipal Nº 552 de 18 de agosto de 1898, e o acordo entre o Governo Federal e a Companhia Ferro Carril Carioca lavrado na Inspecção Geral de Obras Públicas em 30 de maio de 1904. O ramal contava com bitola de 1 metro.
No dia 14 de abril de 1905, a Light torna-se acionista da Companhia Ferro-Carril Carioca.
No dia 25 de abril de 1906, inauguração da segunda etapa do prolongamento da rede da Companhia Ferro Carril Carioca até o Alto da Boa Vista, com novo ramal entre Dois Irmãos (Lagoinha), no bairro de Santa Teresa, e o Sumaré. No mesmo dia é inaugurado o restaurante, no ponto final da linha, de propriedade da mesma companhia.
Em 1907, prosseguem os trabalhos de estudos e construção do prolongamento do ramal do Alto da Boa Vista da Companhia Ferro Carril Carioca. O primeiro trecho já se encontra em operação, desde 1906, até o km 5 no Sumaré. Os estudos de implantação estvam aprovados até o Km 18. As obras de preparo do leito foram concluídas num trecho de 7,640 km a partir do Sumaré, no qual já estavam assentados 5,240 km de trilhos. A previsão era que dentro de poucos meses a obra estivesse concluída até o Alto da Boa Vista, se não fossem os desentendimentos entre a construtora e a concessionária, levados aos tribunais, que logo paralisaram todas as obras. A obra foi executada com recursos da própria Companhia Edificadora que encontrou dificuldades para ser ressarcida.
Em julho de 1910, no Alto da Boa Vista, segundo relatos, operários da Light arrancaram os trilhos da Companhia Carioca assentados pela construtora Edificadora, assentando novos trilhos até na ponte nas proximidades do colégio Sacré Coeur. A Light, em nota oficial, declarou que desconhecia o fato."
No dia 7 de junho de 1903, o Sr. Lauro Müller e mais duas pessoas percorrem a picada aberta através da Floresta da Tijuca no percurso a construir entre Santa Thereza e o Alto da Boa Vista. No dia 8 de junho após o acerto da Companhia Ferro-Carril Carioca com a Companhia Edificadora, inicia-se a construção do ramal, sobre o leito da futura estrada do Sumaré.
Em junho de 1904, início das obras de construção de novo ramal da Companhia Ferro Carril Carioca para o Alto da Boa Vista. No dia 9 de novembro de 1906 é inaugurado o trecho de 5 km de extensão até o Sumaré. Por motivo de uma desavença entre a Companhia Edificadora e a concessionária a obra é paralisada. Esta concessão era regulamentada pelo Decreto Municipal Nº 552 de 18 de agosto de 1898, e o acordo entre o Governo Federal e a Companhia Ferro Carril Carioca lavrado na Inspecção Geral de Obras Públicas em 30 de maio de 1904. O ramal contava com bitola de 1 metro.
No dia 14 de abril de 1905, a Light torna-se acionista da Companhia Ferro-Carril Carioca.
No dia 25 de abril de 1906, inauguração da segunda etapa do prolongamento da rede da Companhia Ferro Carril Carioca até o Alto da Boa Vista, com novo ramal entre Dois Irmãos (Lagoinha), no bairro de Santa Teresa, e o Sumaré. No mesmo dia é inaugurado o restaurante, no ponto final da linha, de propriedade da mesma companhia.
Em 1907, prosseguem os trabalhos de estudos e construção do prolongamento do ramal do Alto da Boa Vista da Companhia Ferro Carril Carioca. O primeiro trecho já se encontra em operação, desde 1906, até o km 5 no Sumaré. Os estudos de implantação estvam aprovados até o Km 18. As obras de preparo do leito foram concluídas num trecho de 7,640 km a partir do Sumaré, no qual já estavam assentados 5,240 km de trilhos. A previsão era que dentro de poucos meses a obra estivesse concluída até o Alto da Boa Vista, se não fossem os desentendimentos entre a construtora e a concessionária, levados aos tribunais, que logo paralisaram todas as obras. A obra foi executada com recursos da própria Companhia Edificadora que encontrou dificuldades para ser ressarcida.
Em julho de 1910, no Alto da Boa Vista, segundo relatos, operários da Light arrancaram os trilhos da Companhia Carioca assentados pela construtora Edificadora, assentando novos trilhos até na ponte nas proximidades do colégio Sacré Coeur. A Light, em nota oficial, declarou que desconhecia o fato."
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Re: Bonde Sumaré (Santa Teresa-Alto da Boa Vista)
Informações abaixo replicadas do tópico "Breve Histórico dos Bondes do Rio de Janeiro"
A 18 DE AGOSTO de 1898, a Companhia Ferro-Carril Carioca obteve, pelo Decreto municipal n.º 552, autorização para prolongar as suas linhas de bonde do morro de Santa Teresa até a Tijuca.
O mirabolante projeto consistia na construção de uma linha de tração elétrica que, partindo da Lagoinha, e daí subindo o rio Trapicheiro, iria ter às nascentes do rio Carioca, donde, procurando a divisão de águas na encosta do Jardim Botânico, chegaria à garganta do Munganga, formando assim a linha tronco. Desta garganta, atravessando as nascentes do rio São João, a linha se ramificaria, indo um ramal para o Alto da Boa-Vista, na Tijuca, pelo vale do Arunganga, e o outro, na mesma direção do primeiro, pelo lugar denominado Mesa do Imperador, donde partiria um sub-ramal para o Jardim Botânico, pela estrada de Dona Castorina. Da linha que se dirigisse pela Mesa do Imperador ao Alto da Boa-Vista, sairia, no lugar conhecido por Lampião Grande, outro sub-ramal, em direção à praia da Gávea, passando pela Cachoeira e Cascata Grande, e, ainda, em frente ao antigo Hotel Itamarati, partiria outro sub-ramal que iria ter ao portão da chácara Mayrink, na Cascatinha.
Nada se fez durante oito anos; mas, a 15 de junho de 1906, havendo a Prefeitura aprovado os estudos e plantas da linha, deu a Companhia início imediato às obras, inaugurando, no dia 10 de novembro, o primeiro trecho, da Lagoinha ao lugar denominado Sumaré, a 325 metros de altitude.
Aí, numa esplanada obtida com o desmonte de 18.000 m3 de terra, foi edificado um pitoresco restaurante, também inaugurado nesse dia.
Os trabalhos de construção da linha, sob a responsabilidade do presidente da Companhia, Francisco Casemiro Alberto da Costa, tiveram a direção técnica dos engenheiros Arthur da Silva Pinto e Raymundo Floresta de Miranda.
Este arrojado cometimento teve, infelizmente, efêmera duração, pois, no ano seguinte – 1907 – foi ele causa de um dos mais rumorosos pleitos judiciais travados no Foro desta Capital, envolvendo, de um lado, o Sr. Casemiro da Costa, e de outro o seu velho amigo de 35 anos, o Dr. Joaquim Murtinho, grande acionista da Companhia. Em conseqüência, paralisou-se o tráfego, ficando tudo em abandono, sendo afinal declarada caduca a concessão.
Eis o que escreveu Olavo Bilac, a respeito da suntuosidade dos panoramas que se descortinavam nesse passeio.
“Fui ontem, pela primeira vez, ao Sumaré, e ainda tenho os olhos encantados, deslumbrados, cheios da visão da mais bela paisagem que eles até hoje viram. Sumaré é a primeira estação da estrada que o Sr. Casemiro da Costa está construindo, em prolongamento da Ferro Carril Carioca, desde Dois Irmãos até Tijuca – estrada que vai definitivamente entregar ao regalado gozo dos turistas, dos artistas e de toda a população, essas incomparáveis florestas que cingem, com o seu imenso e estupendo bálteo de esmeraldas, a cidade do Rio de Janeiro. Sumaré já é uma conquista maravilhosa. O panorama, que de lá se avista, é único e surpreendente. Diante daquela infinita extensão de águas, de terras, de montes, de céu, não há palavras com que a alma exprima o que sente: o assombro emudece, a admiração paralisa, o êxtase domina quem contempla aquilo; a impressão não é somente de prazer: é também de um respeito religioso, de uma adoração enlevada, diante daquela grandeza e daquela majestade”.
A 18 DE AGOSTO de 1898, a Companhia Ferro-Carril Carioca obteve, pelo Decreto municipal n.º 552, autorização para prolongar as suas linhas de bonde do morro de Santa Teresa até a Tijuca.
O mirabolante projeto consistia na construção de uma linha de tração elétrica que, partindo da Lagoinha, e daí subindo o rio Trapicheiro, iria ter às nascentes do rio Carioca, donde, procurando a divisão de águas na encosta do Jardim Botânico, chegaria à garganta do Munganga, formando assim a linha tronco. Desta garganta, atravessando as nascentes do rio São João, a linha se ramificaria, indo um ramal para o Alto da Boa-Vista, na Tijuca, pelo vale do Arunganga, e o outro, na mesma direção do primeiro, pelo lugar denominado Mesa do Imperador, donde partiria um sub-ramal para o Jardim Botânico, pela estrada de Dona Castorina. Da linha que se dirigisse pela Mesa do Imperador ao Alto da Boa-Vista, sairia, no lugar conhecido por Lampião Grande, outro sub-ramal, em direção à praia da Gávea, passando pela Cachoeira e Cascata Grande, e, ainda, em frente ao antigo Hotel Itamarati, partiria outro sub-ramal que iria ter ao portão da chácara Mayrink, na Cascatinha.
Nada se fez durante oito anos; mas, a 15 de junho de 1906, havendo a Prefeitura aprovado os estudos e plantas da linha, deu a Companhia início imediato às obras, inaugurando, no dia 10 de novembro, o primeiro trecho, da Lagoinha ao lugar denominado Sumaré, a 325 metros de altitude.
Aí, numa esplanada obtida com o desmonte de 18.000 m3 de terra, foi edificado um pitoresco restaurante, também inaugurado nesse dia.
Os trabalhos de construção da linha, sob a responsabilidade do presidente da Companhia, Francisco Casemiro Alberto da Costa, tiveram a direção técnica dos engenheiros Arthur da Silva Pinto e Raymundo Floresta de Miranda.
Este arrojado cometimento teve, infelizmente, efêmera duração, pois, no ano seguinte – 1907 – foi ele causa de um dos mais rumorosos pleitos judiciais travados no Foro desta Capital, envolvendo, de um lado, o Sr. Casemiro da Costa, e de outro o seu velho amigo de 35 anos, o Dr. Joaquim Murtinho, grande acionista da Companhia. Em conseqüência, paralisou-se o tráfego, ficando tudo em abandono, sendo afinal declarada caduca a concessão.
Eis o que escreveu Olavo Bilac, a respeito da suntuosidade dos panoramas que se descortinavam nesse passeio.
“Fui ontem, pela primeira vez, ao Sumaré, e ainda tenho os olhos encantados, deslumbrados, cheios da visão da mais bela paisagem que eles até hoje viram. Sumaré é a primeira estação da estrada que o Sr. Casemiro da Costa está construindo, em prolongamento da Ferro Carril Carioca, desde Dois Irmãos até Tijuca – estrada que vai definitivamente entregar ao regalado gozo dos turistas, dos artistas e de toda a população, essas incomparáveis florestas que cingem, com o seu imenso e estupendo bálteo de esmeraldas, a cidade do Rio de Janeiro. Sumaré já é uma conquista maravilhosa. O panorama, que de lá se avista, é único e surpreendente. Diante daquela infinita extensão de águas, de terras, de montes, de céu, não há palavras com que a alma exprima o que sente: o assombro emudece, a admiração paralisa, o êxtase domina quem contempla aquilo; a impressão não é somente de prazer: é também de um respeito religioso, de uma adoração enlevada, diante daquela grandeza e daquela majestade”.
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Re: Bonde Sumaré (Santa Teresa-Alto da Boa Vista)
Folhas das Plantas de Alinhamento da Secretaria Municipal de Urbanismo do Rio de Janeiro, década de 1950.
Remodelação da Estrada Dom Joaquim Mamede - PAA 5567
Remodelação da Estrada Dom Joaquim Mamede - PAA 5567
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