Pessoal.
Levantada a questão acima, eu já tinha percebido a existência de um casario cuja arquitetura era do século XIX e que ficava pouco depois da
interseção das Ruas Coração de Maria e Medina com a linha férrea.
Reparem que a base dessa casa é feita de pedra e é muito parecida com a edificação que apontamos como a Parada José dos Reis e Botafogo (Rio D'ouro),
sendo de padrão comum na época.
Segundo o Guia Briguiet, tal parada ficava antes das Ruas Coração de Maria e Medina, mais próximas da futura estação do Méier.
Conforme tinha conversado com o forista Melekh, tal parada não poderia ser no cruzamento das ruas, salvo se não houvesse prédio ou plataforma.
Mesmo assim, o trem ficaria parado e naquele momento bloqueando o tráfego?
Bom, voltando a tal casa, a mesma está bem longe do ponto onde era a mesma segundo o Guia Briguiet, mas não sendo a parada, fica a questão.
Seria uma casa de turma? Dá para perceber que está intimamente ligada a ferrovia.
Separei umas fotos com indicações para questionamentos. Vamos lá!
FOTO 1: A foto, de 1918, está voltada para a estação do Méier envolta por mim em um círculo azul escuro.
Em azul turquesa está a cabine onde penso ser ou ter sido a guarita da cancela.
Em vermelho, vejo duas hastes, que parecem ser as cancelas levantadas, mas o guard-rail está contínuo, como se não houvesse mais passagem de nível.
A linha vermelha na horizontal, marca o sentido da Rua Medina (a direita) e da Coração de Maria (do outro lado da linha).
Na seta preta, indico o casario misterioso.
A estação de Todos os Santos estaria bem mais atrás do fotógrafo.
Desculpem o tamanho excessivo da foto, mas é um "mal necessário"
Todos os Santos & Méier1918.jpg
FOTO 2: Agora, na foto de baixo, o Augusto Malta estava bem mais atrás.
Na tênue seta lilás (fiz assim para não estragar a foto), vemos a cobertura da estação de Todos os Santos encoberta pela vegetação a esquerda.
Ao fundo, indicado pela seta preta, dá para ver o casario. Reparem que não há portas voltada para a Amaro Cavalcanto, que estava sendo aberta naquele ano.
Parecia que as portas estavam voltadas para a Ferrovia.
Na seta verde, penso ser o acesso a estação de Todos os Santos, que na minha opinião, ainda não contava com acesso subterrâneo em 1918. Imagino o acesso pelos trilhos, mas a estação já tinha sido aumentada em tamanho.
T. Santos1918.jpg
FOTO 3: Abaixo, segue a aerofotografia de Todos os Santos em 1928, e portanto, 10 anos depois das fotos acima.
Para comparartivos, vemos em verde, a estação de Todos os Santos, já com a passagem subterrânea, cujas ruínas conhecemos hoje.
O círculo preto indica o casario, que existia ainda em 1928 e a linha vermelha, os prolongamentos das Ruas Coração de Maria e Medina.
Fica a pergunta, qual a chance dessa edificação ter sido a Parada Perna de Pau?
Atentem-se que ainda não acredito nisso, pois acho que a parada era no meio dos trilhos.
De qualquer forma, não sendo a parada, estava intimamente ligada a ferrovia, então o que seria?
Todos os Santos1928.JPG