Continuando, após alguns minutos conhecendo a estação Governador Portela e arredores, como a sede da AFALA (Associação dos Ferroviários Aposentados da Linha Auxiliar), um triângulo de reversão, casas antigas e instalações do pátio da estação, iniciamos nossa caminhada rumo à Arcádia. Teríamos cerca de 19 ou 20 kms pela frente, então não poderíamos perder tempo.
Logo na saída notamos que boa parte dos trilhos sumiram, ou estão aterrados. Centenas de metros à frente apareciam alguns vestígios e pequenos trechos de trilhos à mostra. Uma coisa que notamos é que ainda existem muitos postes telegráficos às margens do antigo leito ferroviário.

23. Trecho em corte logo após a estação Governador Portela, com trilhos ainda aparentes.
Ao chegarmos próximo do primeiro km de caminhada o leito fica mais estreito, e em algumas partes os trilhos sumiram, provavelmente roubados. A caminhada fica mais com cara de trilha mesmo.

24 e 25. Trechos do leito sem trilhos
Logo depois, a primeira surpresa: o leito ferroviário está cercado ! Colocaram uma cêrca de arame com uma pequena passagem. Neste trecho ainda há trilhos. Mas o leito ferroviário é patrimônio da União, não pode ser limitado ou bloqueado !

26. Cêrca de arame limitando a passagem
Aliás, diversas vezes nos deparamos com isso: cêrca e bloqueios limitando a nossa passagem. Infelizmente não tivemos outra alternativa a não ser vencer estas limitações. Entretanto não se caracteriza como uma invasão, pois o leito é da União, é público ! Bem, tudo bem que uma ou outra cerquinha foi cortada com um alicate, mas isso não conta não é mesmo ...
Após o primeiro quilômetro a vista deslumbrante da Serra da Viúva e da Serra do Couto começa a se descortinar à direita. O clima do município de Miguel Pereira é realmente ímpar, acho que estou dependente daquele ar, há tempos que não me sentia tão bem ao respirar !

27. Paisagem serrana, em dois ângulos
Depois de aproximadamente 1:30 de caminhada, com trechos que alternavam leito sem trilhos ou com trilhos e peças da via permanente, cortes grandiosos na rocha, mata relativamente fechada e outros apenas e incrivelmente ainda com brita, começamos a nos aproximar da localidade de Francisco Fragoso, onde existiu uma estação até o final da década de 1990, início dos anos 2000.

28. Chegando à Francisco Fragoso
Neste trecho, no centro da localidade, os trilhos cortam uma praça, onde existe um pequeno comércio. Paramos para nos abastecer e hidratar. Depois de poucos minutos, voltamos à caminhada e passamos em frente ao local onde ficava a estação de Francisco Fragoso, que foi demolida para a construção de instalações da CEDAE.

29. Praça em Francisco Fragoso

30. O grupo se recuperando para continuar a caminhada

31. Notem que na praça criada sobre o leito ferroviário, não respeitaram nem ao menos a faixa de domínio.

32. Local onde ficava a estação Francisco Fragoso. À direita da imagem, um trilho ainda resiste ...
Voltamos ao ritmo anterior e percorremos o trecho que me causava mais ansiedade: as proximidades do Viaduto Paulo de Frontin, que segundo os dados, ficava entre as estações de Francisco Fragoso e Vera Cruz.
Continuando a caminhada, passamos por mais algumas residências e logo o cenário voltava a ficar isolado da civilzação, apesar de ter algumas casas em altitude mais baixa ali próximo. Ao passar por uma espécie de pousada, três coisas me chamaram a atenção e de outro expedicionário: uma suntuosa construção do outro lado do vale; um grupo de filhotes de cabritos; e um cão, aparentemente SRD, deitado sobre uma árvore muito ofegante. Nós paramos e o outro expedicionário decidiu ir à suposta pousada perguntar de quem era e porque o cão estava amarrado embaixo da árvore, que já não oferecia sombra àquela hora, umas 15:30. Veio uma moça com uma bacia d'água para oferecer ao cão, já que seu pote estava ressecado de tanto tempo sem água e ao sol. O cão levantou-se rapidamente ao ver a água (coitado, estava mesmo sedento) e assustou a moça. Peguei a bacia da sua mão e despejei no pote do cão, que se saciou. Logo em seguida apareceu um rapaz todo ignorante, que nos respondeu grosseiramente quando perguntamos o motivo do cão estar ali amarrado. Após um certo debate, ele nos disse que ele fugia caso ficasse solto, e por fim, o levou para mais próximo da casa, onde havia vários veranistas, atraídos pelas corredeiras e quedas d'água ali próximo.
Corremos e alcançamos o restante do grupo, felizes com a sensação de dever cumprido.
Ao passarmos em magnífico corte na rocha, paramos para fazer mais um registro do grupo de guerreiros
Trilhos do Rio:

Da esquerda pra direita: DadoDJ (eu), Joseandro "Kel", Ivan Heringer, Carlos Alberto Souza, Luiz Eduardo, Edson Vander, Carlos Alberto Ramos "Melekh", Cesar, Leonardo Ivo. Vejam que linda obra o corte na rocha por onde passava a ferrovia !
Passados uns 40 minutos após passarmos por Francisco Fragoso, pudemos avistar, do outro lado do vale, a estação Vera Cruz !

Estação Vera Cruz, do outro lado do vale, em zoom 26x

E aqui, a mesma estação do outro lado do vale, sem o zoom.
Aparentemente, estávamos próximos do contorno da ferrovia no vale, onde fica o Viaduto Paulo de Frontin ... e estávamos mesmo ! Menos de 10 minutos de caminhada e algumas residências e postes telegráficos depois ... eis que surge a maravilha da engenharia ferroviária ! Viaduto Paulo de Frontin, datado de 1897, firme e forte, abandonado às intempéries e vítima do descaso governamental deste bendito país ...

O viaduto, visto de uma espécie de mirante, um espaço à parte no antigo leito ferroviário

E aqui, em zoom 26x, a inscrição indicando o ano e nome do viaduto
Ao chegarmos na curva que antecede a gigantesca obra, vimos que havia um acesso alternativo à estrada de rodagem que passa sob o viaduto. Resolvi descer para fazer algumas fotos por baixo:

O viaduto Paulo de Frontin, visto de outro ângulo
Tentei fazer uma imagem panorâmica, mas não deu muito certo, precisará passar por ajustes no Photoshop. Ao ver o mau resultado da montagem, olhei pra cima e visualizei o Ivan Heringer e o Joseandro "Kel" passando sobre o viaduto. Vejam como é alto, comparando as duas imagens abaixo !

Zoom 26x

Sem zoom !
Consta que o viaduto tenha em torno de 30 metros de altura, equivalente a um prédio de 9 ou 10 andares ! ! !
Aí começou a vir na minha cabeça algo que foi recomendado pelo membro do fórum
Christoffer, que era "Cuidado com a ponte, cuidado com a ponte, cuidado com a ponte" ... ele já havia passado por ali alguns anos atrás e recomendou muita cautela para evitar acidentes, que naquelas circunstância, teriam muitas chances de serem fatais.
Quando me dei conta, quase todos já haviam passado pelo viaduto. E eu fiquei pra trás ... com um detalhe terrível: sofro de ACROFOBIA, ou seja, medo de lugares altos !
Subi rapidamente, e quase sem fôlego, me aproximei do viaduto.

Após a subida, a travessia ...

Ao me aproximar, vi que o Luiz Eduardo ainda não havia feito a travessia. Me aproximei e resolvi ir próximo a ele. Não que eu fôsse me agarrar a ele, mas talvez eu ficasse mais tranqüilo (ou mais envergonhado ?)

Me aproximando da cabeceira ...

Um detalhe da cabeceira ...
E lá vamos nós ! ! !

Na beira do viaduto, fiz esta última fotografia antes da travessia. Nela está o Luiz Eduardo, cauteloso, mas fazendo fotografias no meio do viaduto !
Dali pra frente, me lembro mal do que houve, pois segundo todos disseram, eu estava "em transe". Me lembro que resolvi filmar a travessia, mas ao mesmo tempo que não podia olhar pra câmera, pra conferir as imagens, não podia olhar pra baixo totalmente, pois fatalmente eu ficaria tonto e poderia cair, pois a travessia é feita pelos dormentes ! ! ! Mas ao mesmo tempo eu tinha que olhar discretamente pra baixo, para pisar nos lugares certos. Me lembro que muitos do outro lado da travessia me gritavam "Dado, para de filmar ! Dado, para de filmar !"]
Apesar do lado direito possuir placas de concreto, muitas delas estavam soltas, uma verdadeira armadilha ! E mesmo indo pela estrutura metálica, com certeza mais segura e resistente, ela era muito estreita, devia ter no máximo uns 20 ou 30 cms de largura, não dava pra se equilibrar o tempo todo.
Pois bem, eu me lembro que pensei em não passar por cima (há um caminho alternativo por baixo, alguns kms após há uma ponte sobre o Rio Santana), mas foi rápido, quando vi já estava atravessando os dormentes, rapidamente, um a um. Quando havia pisado no quinto ou sexto dormente, já não sentia meus pés e pernas, parecia flutuar, peso zero ! E começou a ventar ! ! !

Como comecei a travessia rápido, alcancei o Luiz Eduardo rapidamente. Fiquei desesperado pois não tinha como ultrapassa-lo, seria arriscado pisarmos os dois no mesmo dormente. Mas o pior ainda estava por vir ...
No meio do viaduto, indo pelo meio como fizemos, há dormentes faltando ! ! !
Primeiramente, um dormente faltando. Tudo bem, esticando um pouco a perna, dava pra passar. O Luiz Eduardo pulo primeiro e eu fui logo atrás, quase no seu calcanhar ...

mais alguns dormentes à frente e ... novamente um intervalo, faltando um dormente. Mas como tudo que tá ruim pode piorar, logo depois, havia um espaço grande, faltando dois dormentes ! Um espaço gigante, onde qualquer um poderia passar ali e mergulhar para as páginas de acidentes ferroviários ...
O Luiz Eduardo,
aparentemente calmo

resolveu se equilibrar e tomou um caminho alternativo à direita, se equilibrando na estrutura metálica. Pra mim foram três momentos cruciais:
1-Ver ele atravessar pela estrutura e eu ficar sozinho;
2-Eu olhar para a largura da estrutura por onde ele passou e todo o vazio em volta dela;
3-E olhar para o espaço enorme onde faltava os dormentes !
Nem pensei, o desespero tomou conta !!! Troquei a câmera de mão, tomei impulso e ... pulei o espaço dos dormentes !
Consegui ! E a partir dali fui disparado, pulando os dormentes, novamente como se estivesse flutuando. Acho que naquele passo eu conseguiria andar até sobre as águas ...
Infelizmente, quando mudei a câmera de mão, a direcionei pra cima ! Perdi boa parte da filmagem naquele momento, só voltando a si após alguns momentos.
Até que uma voz ao fundo me chamava a atenção mas eu não conseguia compreender ...
Dado, dormente podre ...
Dado, dormente podre ...
DADO, DORMENTE PODRE !
Parei !
Era a voz do Joseandro, que estava do lado esquerdo, me alertando da existência de dormentes não confiáveis à frente. Parei na hora, eu já ía pisar em um deles ! Ele me estendeu o braço, e consegui me equilibrar pela estrutura metálica, buscando um outro caminho, pisando sobre os trilhos, semprer auxiliado pelo "Kel". Assim consegui alcançar o outro lado, sendo aplaudido por todos que me aguardavam. O Luiz Eduardo já havia passado por uma experiência semelhante, ao atravessar as colossais pontes na ligação Saracuruna - Visconde de Itaboraí, mas ele disse que esta foi uma experiência única, sem palavras ... Pretendo colocar o vídeo que fiz durante a travessia aqui neste tópico, em breve, após algumas edições.

Compare a imagem acima com a de baixo, da década de 1980

O poste do lado de cá do viaduto ainda existe !
Após recuperar o fôlego (eu havia tido uma certa indisposição horas atrás, mas após esta travessia tava "novinho em folha" !) continuamos nossa caminhada. Logo após o viaduto, um trecho de mato alto e ... novamente uma cêrca bloqueando nosso caminho ! Nada que um alicate não resolvesse ...

Nada pode nos parar !
Logo após este obstáculo, atravessamos um milharal ! Curiosamente, no meio do milharal, uma placa indicando a presença do viaduto resiste ao tempo. Esta placa deve ter pelo menos uns 30 anos !

Placa indicando a proximidade do viaduto aos trens que subiam a serra.
Estávamos chegando a Vera Cruz. Os trilhos novamente voltaram a aparecer, a maioria "dentro" de propriedades (na verdade as casas é que foram construídas no leito ferroviário) e em outro terreno, um trilho foi utilizado como ... trilho ! Só que para o portão da garagem ...
Uma antiga caixa d'água denuncia a proximidade da estação Vera Cruz. Abaixo podemos ver a caixa d'água e a estação ao fundo, descaracterizada:

A caixa d'água e a estação Vera Cruz ao fundo.

A estação Vera Cruz

Vários "puxadinhos" foram feito na estação original !

Estação Vera Cruz
Tentamos contornar a estação, mas havia alguns indivíduos estranhos, o que nos fez abortar uma abordagem pessoal e mais detalhada da estação. Voltamos à caminhada, agora na reta final, mas nem por isso de menor distância e dificuldade. Em diversos trechos do antigo leito, os trilhos encontram-se isolados dentro de "propriedades" ou obstruídos por casas !

Trilhos dentro do terreno, isolados por uma cêrca

Trecho do leito escavado para a construção de uma casa !
Mais alguns quilômetros e cortes na rocha depois, a altitude vai diminuindo e começamos a visualizar ao nosso lado direito as lindas águas do Rio Santana. Este rio vai nos acompanhar e nos agraciar com sua beleza até o final da nossa caminhada.

Rio Santana
Em determinado trecho, ouve-se um ruído alto, eu pensei ser trovoada ou alguma explosão. Mas era uma majestosa queda d'água !
A beleza do vale do Rio Santana é espetacular ! Como que não tem um trem circulando nesta região mais ???
40 minutos após passarmos pela estação de Vera Cruz, chegamos ao que restou da estação Monte Líbano: apenas sua plataforma, encoberta de mato.

Imagens da plataforma da estação Monte Líbano.
Poucos metros após a estação Monte Líbano, cruzamos a Ponte de mesmo nome. Aliás, uma pessoa menos desavisada poderia aqui pegar o caminho errado, pois após a ponte há um desnível que em um primeiro momento parece não ser de um antigo leito ferroviário. O caminho à esquerda, antes da ponte, parece mais o leito, mas logo depois ele sobe vertiginosamente, rumo a um lago que fica no topo da Serra do Couto. Passamos sobre a ponte e seguimos em frente.
Este trecho é com certeza um dos mais lindos da antiga ferrovia, e com certeza é o mais belo que eu já percorri ! O antigo leito ferroviário, a cada curva, descortina uma paisagem deslumbrante, inesquecível e incrivelmente bela, mostrando um entardecer de tirar o fôlego. Para completar, o leito por si só já mostra sua beleza própria também ...

Mais um magnífico corte na rocha, dentre vários outros !

Em determinado trecho, logo após outro corte, vi que havia uma mini estrutura em cimento, projetada em direção ao vale. Uma espécie de mirante ! Alcancei o final desta estrutura e ... que visão espetacular !
Logo após fiz esta outra imagem abaixo. Fui muito feliz ao fazer esta foto, eu a vejo e posso sentir o ar puro da serra ! Dizem que Miguel Pereira possui o terceiro melhor clima do mundo, e quem sou para dizer o contrário ! Eu senti ! E a imagem virou o papel de parede do meu computador ...

Na imagem, Luiz Eduardo, Edson Vander e Cesar, descendo a serra. Já era quase 18kms percorridos, mas a sensação era que nada poderia nos parar ! Ninguém ficou cansado !

A bela imagem também é a imagem da desolação: um trilho enferrujado é a única testemunha usual do belo local

O trem tem que voltar ! ! ! Não é possível um negócio desses !
Mais alguns minutos e acabei ficando um pouco para trás, em relação ao restante do grupo. Em uma curva para a direita, algo me chamoun a atenção: uma estrutura de concreto, sob a mata densa e lotada de carrapatos ! Segundo registros feitos pelo Carlos Latuff, ali teria sido a estação Monte Sinai, antiga Engenheiro Adel.

Segundo Carlos Latuff, que percorreu o trecho, e Nelson Mendonça, que fez a imagem abaixo, ali teria sido a estação Monte Sinai, antiga Engenheiro Adel ... só que não !

Suposta estação Monte Sinai, fotografada por Nelson Mendonça em 2007
Uma surpresa foi reservada nós. Após eu fazer os dois registros acima, chegamos a um trecho inesperado: a mata se fecha, mas se fecha tanto, que em determinados trechos tivemos que passar agachados ou engatinhando. E já era quase 17:30, estava anoitecendo !

Trecho de mata fechada à frente !
Ficamos bem apreensivos, pois ainda faltava mais ou menos uns 5kms para alcançar a estação de Arcádia, nosso destino final. Mas àquela hora, estaríamos condenados a ficar presos na mata, devido à escuridão. Felizmente, tínhamos lanternas a disposição. E continuamos pela mata ...

Trecho de mata fechada
Até que chegamos a um trecho obstruído por grandes pedras. Com certeza esse foi um dos "motivos" que fizeram o trem parar de circular no trecho, quando na verdade o que falou foi boa vontade política e um esquema mafioso que prefiro não entrar em detalhes aqui ...

Trecho obstruído por pedras
Seguimos em frente. A situação estava cada vez ficando mais crítica, devido ao anoitecer e à mata que continuava fechada e de dificil acesso !

A mata continuava fechada ! Risco de cobras e outros animais, que poderiam se assustar graças à medida tomada pelo Edson, que era bater com um pedaço de madeira pelo caminho, ajudando também a abrir caminho na mata.
Até que tivemos uma surpresa ! Uma caixa d'água ! Será que havia alguma estação próximo, pois normalmente é uma regra ter uma caixa d'água junto a uma estação ... então:

Caixa d'água perdida no meio da mata
Encontramos uma plataforma !

Sendo assim, esta era a Parada Engenheiro Adel, antiga Monte Sinai ! A quilometragem batia certinho, e a posição nos mapas e nas imagens de satélite também ! Então, o que teria sido a estrutura que vi lá em cima, fotografada também por Nelson Mendonça em 2007 ? Um posto telegráfico ? Um posto de observação ? Uma obra de contenção (improvável) ?

Poste telegráfico, antes do leito obstruído.
Continuamos, e logo após este poste da imagem abaixo, tivemos uma surpresa desagradável: o leito sumiu ! Um deslizamento deve ter arrasado o leito, impossibilitando nossa caminhada. Decidimos descer em direção ao Rio Santana, onde havia uma ponte que atendia um sítio. Assim alcançamos o outro lado do rio.
Vejam abaixo, na imagem panorâmica, de onde viemos: a linha passa lá em cima, no meio do morro.
Tivemos que continuar do outro lado do Rio Santana, por uma estrada de terra batida. Ao longe, pudemos avistar algumas curiosidades no antigo leito, como uma grande ponte metálica, vista abaixo em zoom 26x:

Esta ponte pode ser vista atentamente na imagem panorâmica mais acima.
O dia estava escurecendo, e tentamos apertar o passo. Estávamos no caminho certo, mas não sabíamos em quanto tempo chegaríamos em Arcádia. A estrada serpenteava a encosta, subindo e descendo, se aproximando e se distanciando do Rio Santana. O antigo leito, do outro lado da Rio e no meio do morro, tornava-se cada vez mais tênue à distância. A noite estava chegando e nada funcionava no local: celular e até o GPS não conseguia sinal ! Pelo caminho, algumas poucas residências, umas inclusive abandonadas, como a vista abaixo:
E nada de chegarmos em Arcádia !
Ao passarmos por uma fundação que eu não me lembro o nome, perguntamos a uma pessoa se faltava muito chegar, e ele nos deu um tempo aproximado de 10 minutos. Que bom, já estava praticamente de noite. Antes de chegarmos, fizemos mais duas fotos, pois minha câmera teve a bateria zerada logo em seguida:

A última foto do grupo reunido. Eu nem montei o tripé, para não perder tempo, por isso não apareci na foto ...

A última foto. Logo depois acabou a bateria da câmera. Após chegarmos a Arcádia nem fomos fotografar a estação, pois ficamos preocupados com o horário do ônibus. Alguns de nós fizemos um rápido lanche e logo depois, uns 10 minutos, chegou o ônibus, que nos levou de volta a Japeri.
Fim de aventura, uma aventura histórica e inesquecível !
