Dado. Eu também nunca tinha reparado, até ler o livro no AGCRJ e começar lá mesmo a tentar me lembrar dos pontos chave para elaborar o meu quebra-cabeça.
Parece que realmente essa interligação é muito antiga e talvez até antes do advento da ferrovia. O fato é que ao consultar um mapa dos anos 70 do século XIX já postado no fórum, o que seria hoje as Ruas Arquias Cordeiro e Dias da Cruz (caminho de Dentro na época), já existiam.
Esse mapa é contemporâneo a parada Perna de Pau, mas nenhuma referência é feita sobre ela.
O que ainda me deixa um pouco intrigado com o tal passadouro em frente à Dias da Cruz, conforme citado o livro é que evidentemente atesta que o pátio inferior da plataforma do Méier tinha a plataforma mais curta em comparação a hoje, já que no pátio superior já comprovamos até por fotos que a era mais curta mesmo.
Até hoje dá para ver a "cicatriz" em forma de rampa na plataforma na parte voltada para Todos os Santos, mas não dá para ver no início da mesma, voltado para o Engenho Novo.
Isso pode indicar que pode ter havido uma reforma na plataforma entre o período que foi construída a 4ª linha em 1903 e o acidente ocorrido em 1911. Como a passarela foi construída em 1921 apenas, isso pode indicar que não houve interligação via veículo por um bom período ali, já que havia a alternativa da cancela da Rua Medina, mas aquele não era o caminho dos bondes na época.
De qualquer forma, a foto postada em 1918 aqui, a qual posterei de novo parece indicar que em 1918, essa cancela da Rua Medina já estava fechada.
Não sei se todos aqui se lembram do viaduto de bondes que existia onde hoje é a estação de Silva Freire, partindo dali, até o ponto mais alto da Rua 24 de Maio, mas a função desse "viaduto" não imagino que seria substituir a passagem, pois houve superposição de épocas.
Se tal fato for comprovado, então a plataforma poderia ter sido alongada (direção E.Novo) e os passageiros passaram a ingressar pelos trilhos, já sem passagem para veículos sobre a linha a partir de pouco tempo após o tal acidente.
Outra possibilidade é que a plataforma somente foi alongada (na direção E.Novo) com a construção da passarela, o que parece mais óbvio, mas me intriga o formato em esquina daquele prédio antigo que aparece na primeira foto que postei nesse tópico.
Em função disso, cheguei a uma 3ª possibilidade, que seria mais remota, que os veículos ao cruzar a linha fariam um "S" e não acessavam a Dias da Cruz diretamente a partir da Arquias Cordeiro, mas passando pelo trecho da 24 de Maio, mas acho difícil aceitar isso.
Isso acarretaria que o comprimento da plataforma voltada para o E.Novo seria original como é hoje, explicando a ausência de "cicatrizes", já que as pedras utilizadas lá parecem ser as utilizadas em plataformas muito antigas.
De qualquer forma aquele cantinho do prédio parece indicar que havia ali uma passagem para pedestres.
Resumindo, acredito que houve uma sucessão de eventos ali, desde o tal acidente em 1911 até o fechamento da cancela. O livro "insinua" que tal acidente possa ter sido a causa da eliminação da cancela, pois a passarela seria construída somente em 1921, mas a cancela teria ficado aberta até lá?
Acredito que não.
Só para reforçar, a passagem existente na Rua Silva Freire embaixo da linha, pouco antes da estação do Engenho Novo foi aberta apenas em 1922 e o viaduto de bondes sobre a linha demolido em 1925.
Vou continuar observando se existe alguma emenda na plataforma da estação. Já percebi pessoas me olhando de forma estranha quando eu olhava concentradamente para a plataforma, mas não estou nem aí.
DadoDJ escreveu:Show, Adenilson !
Eu nunca tinha percebido a ligação que existia entre as ruas Arquias Cordeiro e Dias da Cruz !
