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Artigo publicado em 23 de maio de 2023 às 21h36
Última atualização em 23 de maio de 2023 às 21h36

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Nesta terça-feira dia 23 de maio a AF Trilhos do Rio, através de seu coordenador-geral Daddo Moreira, esteve visitando as instalações do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (APERJ). O local está sendo reformado e reestruturado, e a AFTR contribuiu com informações históricas referentes ao prédio, que data do início do século XX e teve diversos usos, inclusive para alguns sistemas de transportes sobre trilhos do Rio de Janeiro.

Imagem do início do século XX, mostrando trilhos da linha de bonde em frente, e uma delas entrando no prédio. Foto (supostamente): Augusto Malta

O prédio da Praia de Botafogo nº 480 funcionou como estação conversora de energia, abrigo provisório e escritório central dos Bondes da Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico (CFCJB). Em princípios dos anos 1900, a Companhia obteve da Prefeitura licença para construir, no terreno que na época possuía a numeração 266/270, esta sub-estação, para o seu serviço de tração e viação. Após concluída a sub-estação, em novembro de 1911 passaram os carros da “CFCJB” a ser movidos por energia hidro-elétrica, fornecida pela Light.

Estátua “A Dansarina”, clicada por Marc Ferrez em 1905. Na extremidade esquerda nota-se um bonde. Na extremidade direita, o atual APERJ, na época prédio pertencente à CFCJB. Fonte: Brasiliana Fotográfica

Apesar de no passado ter trilhos de bonde entrando no prédio, o local não era propriamente uma garagem para permanência, mas um abrigo provisório para os veículos que tivessem sofrido problemas ou avarias durante o dia. À noite eles eram levados para a manutenção na garagem próxima ao Largo do Machado, local aliás que sobrevive parcialmente até hoje, com outros usos.

O prédio foi entregue, junto com vários outros prédios na Zona sul que pertenciam à CFCJB, ao Estado da Guanabara em 31 de dezembro de 1960.

Fonte: O Jornal, 05 de janeiro de 1961 – Página 5

Alguns anos depois foi criada, através da Lei nº 1.736, de 14 de novembro de 1968, a Companhia do Metropolitano, responsável por implementar o projeto do Metrô do Rio de Janeiro. Em 1969 esta recém-criada Companhia passou a ocupar parte do prédio do atual APERJ, para ser sede e escritórios, tendo o terceiro andar do prédio destinado para essas finalidades.

Recorte: Jornal em 04 de maio de 1969

Abaixo algumas outras imagens históricas desta edificação:

Em primeiro plano o Pavilhão Mourisco, e o prédio da CFCJB, atual APERJ, à esquerda. Autoria Anônima, acervo IMS, ano de 1922

 

Foto aérea de 1930 mostrando a Enseada de Botafogo. Ao centro, na avenida, o prédio da CFCJB, atual APERJ. Fonte: Holland S.H. / Brasiliana Fotográfica

 

Foto da Praia de Botafogo, acima o Morro do Corcovado, e abaixo parcialmente oculto pelas árvores, o prédio do atual. Foto de Aristógiton Malta, acervo AGCRJ, sem data

Através de contatos feitos com profissionais do APERJ e do Governo do Estado do Rio de Janeiro, foi agendada uma reunião para produção de material sobre a reforma e a história do prédio. O coordenador-geral da AFTR recebeu o convite para contribuir com informações e visitou hoje estas instalações arquivísticas pela primeira vez, constatando que está sendo realizado um grande e importante trabalho de reestruturação, em um local que simultaneamente contém e é repleto de história.

Foto: APERJ

Durante algumas horas percorremos e conhecemos algumas salas do Arquivo Público, que recebeu investimentos em sua infraestrutura incluindo melhorias estéticas, modernização de instalações com novos aparelhos de climatização e equipamentos de custódia documental, dentre outras intervenções.

Uma pequena parte do vasto acervo do APERJ. Foto: Daddo Moreira

 

Sala de consulta e atendimento aos pesquisadores. Foto: Daddo Moreira

Após este reconhecimento inicial, e conhecermos a receptiva e simpática equipe do APERJ, foi realizada uma sessão de fotos e uma entrevista com o coordenador-geral da AFTR, que contou parte da história do prédio e suas diversas finalidades no decorrer dos anos. Este material poderá servir para divulgação em material publicitário produzido pelo Governo do Estado e pelo próprio Arquivo Público.

Daddo Moreira concede entrevista sobre a história do prédio. Foto: APERJ

 

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De uma das belas janelas do edifício, um panorama do bairro de Botafogo, com o Pão de Açúcar ao fundo. Foto: Daddo Moreira

Aproveitamos para deixar o nosso agradecimento pelo convite e recepção – tanto dos funcionários do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro quanto da equipe de profissionais do Governo do Estado do Rio de Janeiro, responsáveis por coordenar as atividades da tarde de hoje – e reiterar que nos colocamos à disposição para o que nos for possível colaborar.

Agradecemos também a todos os colaboradores da Associação Ferroviária Trilhos do Rio, que tornaram possível realizar este trabalho de pesquisa sobre a história do prédio do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro.

 

Foto de capa: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro

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Autor

  • Daddo Moreira

    Formado em Arquivologia, pós-graduando em Engenharia Ferroviária, técnico em TI, produtor e editor multimídia, webmaster e webdesigner, pesquisador e historiador informal. No começo dos anos 2000 se aprofundou na área de mobilidade e transportes (e a preservação histórica inerente ao assunto, sobretudo envolvendo os transportes sobre trilhos), e a partir de contatos pessoais e virtuais participou de, e formou, grupos voltados para a disseminação do assunto, agregando informações através de pesquisas presenciais e em campo. Em 2014 fundou formalmente a AFTR - Associação Ferroviária Trilhos do Rio onde reuniu membros determinados a lutarem pela preservação e reativação de trechos ferroviários, além de todos os aspectos ligados às ações, como o resgate da memória e cultura regional, melhoria na mobilidade e consequentemente na qualidade de vida da população, etc Foi presidente e é o atual coordenador-geral da AFTR Não se considera melhor do que ninguém, procura estar sempre em constante evolução e aprendizado, e acumula experiências sendo sempre grato aos que o acompanha e apoia. "Informação e conhecimento: para se multiplicar, se divide"

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