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Olá, Amigas e Amigos.
Neste ano de 2024 teremos eleições municipais e – na tentativa de ser uma ligação e levar aos candidatos alguns fatores que a população necessita, principalmente na questão de mobilidade, transportes e preservação histórico-ferroviária – estamos publicando textos direcionados aos principais candidatos, de acordo com as pesquisas de intenção de voto.
Dando continuidade a estes artigos, hoje esta Carta Aberta é direcionada ao atual prefeito, e candidato à reeleição, Eduardo Paes.
Desde já agradecemos e desejamos a todos uma excelente leitura!

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Carta Aberta ao Prefeito Eduardo Paes, Candidato à Reeleição.

Exmo. Sr. Prefeito. O Sr. é candidato à reeleição do segundo maior município, em população e eleitores, do Brasil.

Infelizmente, algumas pessoas que o Sr. convidou para auxiliá-lo a administrar algumas áreas, especificamente a de transportes, são, para dizer, no mínimo, muito ruins. Com poucas exceções, que inclusive conhecemos.

Fizeram o projeto de um BRT passando pela Av. Brasil, e conseguiram a proeza de não o integrar a nenhuma das linhas férreas por onde ele passa.

Agora, alguém de sua equipe lhe deu a ideia de, no terreno onde fica a estação Leopoldina, construir conjuntos habitacionais populares e construir uma nova cidade do samba, e aparentemente seu pessoal da área de transporte nada se opôs. Caramba, quanto desconhecimento das potencialidades do local.

Sr. Prefeito, precisamos de muitas coisas, “pão e circo” certamente não são uma delas. Aparentemente, seus auxiliares andam lendo muitas histórias dos imperadores romanos, especialmente daquele que cunhou essa frase acima, ao inaugurar o Coliseu.

Precisamos de mobilidade decente, e restaurar a estação Leopoldina à sua vocação original faria parte desse contexto.

O Sr. sabia que dali partiam e chegavam trens que transportaram de Minas Gerais gente como o Ziraldo? Gente como o Sr. Ruy Barreto, o maior exportador de café que o Rio de Janeiro já teve?

E os nossos portos hoje nem exportam café, quanta decadência?

O Sr. sabia que a ligação Rio x Petrópolis era uma ligação extremamente viável financeiramente e que, por conta dos monumentais prejuízos da RFFSA que não investia no sistema, ela foi extinta?

O Sr. sabia que a Guerra das Bitolas contribuiu para isso?

Se o Sr. não sabia de nada disso, é normal, mas fique à vontade para nos procurar e conhecer um pouco da história das ferrovias. Se quiser, traga seus auxiliares dessa área que certamente também desconhecem.

Nem precisa nos procurar, basta ler nossas postagens e aprender.

Estamos à disposição para explicar tudo e mais um pouco sobre mobilidade e sobre nosso passado ferroviário.

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Essa barbaridade, se implementada, aumentaria a decadência econômica de nosso estado.

O Sr. tem ideia do potencial turístico que teria a estação Leopoldina restaurada a sua condição de estação ferroviária para partida e chegada de trens regionais?

Turistas que vêm para o Rio de Janeiro, principalmente os europeus, adoram andar de trem. O Sr. tem ideia de quanto isso vai representar em aumento do movimento turístico do Rio de Janeiro? E em arrecadação? Acreditamos que bem mais que uma nova cidade do samba ou imóveis construídos ali.

Sr. prefeito, respeite a estação Leopoldina e seu passado. Respeite nossos antepassados, não seja mais um político vítima da maldição dos ferroviários mortos que sempre alcança aqueles que querem destruir o seu legado.

Se o Sr. insistir, isso pode até custar a sua reeleição. Isto não é uma coação, é apenas um conselho. Ouça os ativistas e especialistas ferroviários e em mobilidade integrada aos trilhos.

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Autor

  • Mozart Fernando

    Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral da AFTR no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de diretor-técnico da instituição. Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966. Esse Engenheiro durante esse período trabalhando no setor de cremalheiras acompanhou o desmonte da E.F. Cantagalo e conhecia diversas histórias envolvendo o desmonte da Ferrovia de Petrópolis realizado pela mesma equipe. Histórias que muitos preferem esquecer. Parte dessa convivência extremamente valiosa está transcrita nos textos publicados pela AFTR. Não se considera um “especialista” em ferrovias, outra palavra que hoje no Brasil mais desmerece do que acrescenta. Se considera um “Homem de Negócios” e entende que o setor ferroviário só terá chance de se alavancar quando os responsáveis por ele também forem homens de negócios. Diferente de rodovias, as ferrovias são negócios. E usar para ferrovias os mesmos parâmetros balizares de construção e projeto usados em rodovias redundará em fracasso. Mozart Rosa é alguém que mais que projetos, quer apresentar Planos de Negócios para o setor.

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