Após uma noite de descanso reconfortante a caminhada recomeça e em poucos minutos já podemos apreciar o primeiro mirante do dia com uma lida vista para a cidade e para a baia de Angra, em seguida já entraremos no sétimo túnel com 66 metros e logo depois passaremos por um outro mirante. Após 15 minutos a mais de caminhada passaremos por uma torre de alta tensão e adentraremos no oitavo túnel com 89 metros de comprimento. Logo após túnel a linha férrea faz uma curva forte para a direita, fazendo um cotovelo, mas seguindo sempre subindo levemente a encosta da serra, adentrado ao vale que segue em direção a Lídice. Assim que cruzarmos o túnel passaremos pelo mirante do Frade, que é um dois mirantes mais bonitos dessa travessia. Desse ponto podemos apreciar a Pedra do Frade bem na nossa frente com a baia e ilhas de Angra bem aos seus pés, e tudo emoldurando por uma linda mata verde esmeralda, realmente um show!

Mirante do Frade
A pernada continua e 15 minutos depois do mirante passaremos pela nona ponte e com mais 10 pela placa de 25 quilômetros. A partir desse ponto a paisagem muda um pouco e os horizontes se expandem mostrando a beleza dessa serra com seus paredões e picos de granito coberto com uma densa mata atlântica. Passaremos em poucos minutos por um escorregamento de encosta ocorrido em janeiro de 2010 exatamente na mesma época ocorreu a tragédia das chuvas na cidade de Angra e na Ilha Grande, e é desde essa época que o trem não circula por esses trilhos.

Visual da travessia
1 quilômetro após o escorregamento chegaremos ao nono túnel (62m) e logo depois na décima ponte, sendo que ela é a segunda ponte em arco da travessia, realmente um déjà vu da primeira. Um ótimo lugar para um lanche reforçado e com certeza para tirar muitas fotos. Para enfeitar um pouco mais a moldura da ponte, nesse local podemos apreciar um lindo paredão de granito, que é por onde passa o nono túnel e uma pequena cachoeira visível bem no meio da ponte, realmente um lugar memorável.

Segunda ponte em arco
Seguindo, sempre, pelos trilhos em mais 15 minutos chegaremos na décima primeira ponte, onde teremos um mirante no seu final apontado para o Pico do Frade e para a Baia de Angra. Poucos minutos depois passaremos pelo décimo túnel (54 metros) e sairemos em uma encosta que foi preciso escavar a pedra para poder encaixar o perfeitamente os trilhos. Com mais uma hora de caminhada passaremos pelo décimo primeiro (113.30 metros), pelo décimo segundo túnel (120 metros) e pela décima segunda ponte que fica encravada em um bonito vale de onde é possível ver o contorno e os lindos paredões da serra.

Atravessando a décima segunda ponte
Com mais 5 minutos, desde a última ponte, passaremos pela placa de 31 quilômetros e com mais 10 pela décima terceira ponte, que é uma longa ponte que passa por cima de uma cachoeira, onde é possível descer para refrescar um pouco nas gélidas águas dessa queda. Aproveite também para tirar muitas fotos desse lindo local e para tirar a tradicional foto mostrando só a cabeça do pessoal entre os trilhos, é só descer o trilho para ficar em pé em cima do pilar de sustentação da ponte, mas se você tiver vertigem não faça isso, pois essa ponte também é bem alta passando sobre o leito rochoso do rio.

A alta décima terceira ponte
Continuando a caminhada logo em seguida passaremos pela décima quarta ponte, que é bem parecida com a anterior só que um pouco menor, e com um pouco menos de 10 minutos passaremos por um lindo paredão vertical de granito todo salpicado por bromélias e um minuto depois pela décima quinta ponte que cruza por cima de uma pequena queda d´água. Com mais 15 minutos chegaremos em um dois local mais bonitos de toda travessia, chegaremos a Cachoeira da Fenda, que é uma linha d´água que escorre de um enorme e alto paredão dentro de uma fenda perfeita desembocando praticamente em cima dos trilhos o que facilita muito o acesso para nos refrescarmos um pouco, principalmente nos dias de maior calor! Realmente esse é um local memorável dessa travessia.

Cachoeira da Fenda
Poucos minutos após a Cachoeira da Fenda chegaremos a outro local impar dessa travessia, passaremos pelo Chuveirinho que é também uma cachoeira só que essa cai exatamente em cima dos trilhos. O volume da água que deságua do alto dessa cachoeira é pequeno mais o vento ajuda a água a se espalhar e com o sol refletindo em suas águas é criando um lindo efeito prateado com um arco-íris em volta, mais um local magnífico para tirar muitas fotos.

O refrescante chuveirinho
Não guarde sua maquina fotográfica, pois quase em frente ao Chuveirinho no meio de um matagal, encontramos o melhor mirante desse nosso passeio. Desse mirante podemos ver bem a nossa esquerda o Frade de Angra com algumas outras montanhas também escarpadas, a baia de Angra com algumas ilhas, no centro uma linda planície verdes e a nossa direita altas montanhas dessa serra coberta com uma espessa mata atlântica.

Visual do Mirante do Chuveirinho
Logo depois do Chuveirinho passaremos pela décima sexta ponte que também possui uma boa vista do litoral, com mais 10 minutos passaremos pela placa de 35 quilômetros da ferrovia e com mais 20 chegaremos no túnel de número 14 que possui 124 metros, só que esse túnel seria o décimo terceiro, mas por motivo superstição está esculpido em suas paredes o número 14 e não o número 13 que seria o correto. Com mais 10 minutos após a saída do último túnel chegaremos no túnel de número 15, que é o maior túnel de toda travessia com seus 212 metros de extensão, não consigo nem imaginar a aflição de atravessar um túnel tão grande assim com a linha férrea em atividade.

Túnel de número 15 - O maior de toda a travessia