Sobre a foto postada pelo Hugo, tive a liberdade de captura-la para tentar com alguns desenhos, facilitar o que eu estava tentando explicar.
Ao fundo do trem, vejo edificações que não parecem ter uma harmonia ou coerência arquitetônica.
Coloquei setas azul, vermelha e verde no que ao meu ver, parecem edificações diferentes, sendo na pior das hipóteses a edificação apontada com seta verde, o que parece ser uma estação.
De qualquer forma, está estranho, analisando o outro lado sendo uma estação, que as pessoas tirassem fotos em descenso do trem no meio do nada.

Seria mais coerente tirar uma foto da plataforma.
A segunda foto com as setas foi tirada de outro ângulo e já não mostra a casa apontada com a seta azul.
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Agora uma informação importante: Baseado em fotos e mapas antigos, vimos o pátio de Irajá com linha singela ao lado esquerdo da estação (sentido Colégio), mas a estação foi inaugurada em 1930 ou por aí.
Antes disso, a parada de Irajá era um local sem plataforma e que possuia uma chave de uma para 2 linhas. A parada era na esquina da atual Monsenhor Félix, mas antes desta (sentido Colégio).
Estranhamente a linha seguia dupla ao "cruzar" com a Monsenhor Félix, onde havia uma outra chave, tornando a linha singela aproximadamente onde anos mais tarde seria inaugurada a estação de trem.
Isso é estranho, pois forçaria uma composição mais comprida esperar por outra em Irajá, fechando a passagem da Monsenhor Félix, que não tinha esse nome, mas já possuia linhas de bonde, pois há a referência de bitola de 1,45m em seu sentido.
Todas as informações acima foram consultadas em plantas da Rio D'ouro de 1917 e que resgatei no Arquivo Nacional. Devido a um problema de ordem técnica com as fotos, tive que devolva-las à instituição para a resolução do problema, mas em breve pretendo posta-las como fiz com as plantas de 1884.

Resumindo: Na parada de Irajá, havia linha dupla em 1917 e provavelmente em 1909 (ano da reportagem) podendo justificar o local com linha dupla como sendo Irajá, juntamente com a primeira explicação acima da llinha pontilhada.
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Para encerrar, resgatei uma foto postada pelo forista Melekh (grande Melekh

Vejam a estação ao fundo logo depois da Monsenhor Félix e em primeiro plano, ainda antes da Monsenhor (sentido Colégio), a linha singela em uma parte mais escura da rua.
Se lembram quando eu falei que a linha passava muito próxima ao comércio, podendo causar uma ilusão de ótica como parte da ferrovia, dependendo do ângulo?
Pela foto vocês vão entender a minha explicação.
Nessa parte escura da rua, reparem com atenção na foto abaixo, como parece haver resquício de uma segunda linha.
Essa parte escura da rua era a parada do Irajá, segundo a planta de 1917, mais próxima da atual estação do metrô em relação a estação de trem, do outro lado da Monsenhor Félix. Uma imagem valem mais que 1000 palavras.

De acordo com as explicações acima, pode ser que o jornal esteja correto e o local seja mesmo Irajá.

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Uma observação: Antes da chave de linha da parada de Irajá, havia um desvio para o ramal de pedreira de Irajá. Sei que a pedreira de Turiaçú é mais famosa, mas alguém já tinha ouvido falar no ramal de Irajá?
Depois poderei tecer mais detalhes. Me digam onde postar e se já há um tópico com esse tema.
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Sobre a estação de Inhaúma, parabéns Hugo. Acho que a reportagem que você postou foi a "cereja do bolo" do que já tinhamos quase 100% de certeza.
Quer dizer que o ano foi 1934?
Se não me engano, tinha especulado entre 1938 e 1945, mas foi há mais tempo que eu tinha pensado. Muito bom.
