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No dia de hoje, 25 de março, se completa 125 anos de inauguração plena, e início do tráfego oficialmente, de um trecho tido como inicial da Estrada de Ferro Melhoramentos do Brazil/Brasil. Em celebração por esta data, apresentamos abaixo um curto resumo dessa importante ferrovia.

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Fonte: CRL

Anteriormente e no projeto original conhecida por Estrada de Ferro de São Francisco Xavier ao Commercio (atual Sebastião de Lacerda), e posteriormente chamada de Linha Auxiliar da EF Central do Brasil, esta ferrovia teve o tráfego inicial inaugurado em 1898 entre as estações de Mangueira e Belém, atual Japeri, onde até hoje existe a estação, mas muito descaracterizada.

De acordo com o Relatório Ministerial de Viação e Obras Públicas (e com a grafia) daquele ano, a ferrovia contava com as seguintes Estações (E) e Paradas (P):

  • Mangueira (E)
  • Silva e Souza (P)
  • Jockey-Club (P)
  • Heredia de Sá (P)
  • Doutor Vieira Fazenda (P)
  • Cesario Machado (P)
  • Engenheiro Del Castillo (P)
  • Ziese (P)
  • Cintra Vidal (P)
  • Terra Nova (P)
  • Thomaz Coelho (P)
  • Cruvello Cavalcanti (P)
  • Engenheiro Leal (P)
  • Eduardo Araujo (P)
  • Madureira (ex-Coronel Magalhães) (P)
  • Inharajá (P)
  • Sapé (P)
  • Honorio Gurgel (P)
  • Munguengue (P)
  • Sapopemba (na ligação com a EF Central do Brasil) (E)
  • Camboatá (P)
  • Costa Barros (E)
  • Andrade Araújo (E)
  • Cayoaba (P)
  • Ambahy (E)
  • São José (P)
  • Doutor Carlos Sampaio (E)
  • Aljesur (P)
  • Theophilo Cunha (P)
  • Belém (E)

Posteriormente suas linhas subiram a serra, em livre aderência (sem o uso de tração auxiliada por cremalheira, comum em ferrovias serranas) e sem túneis (ao contrário da EF Central do Brasil, com mais de uma dezena de túneis), o que levou o responsável pela obra, o engenheiro Paulo de Frontin, a ser conhecido como o “engenheiro sem igual”.

A ferrovia teve seu tráfego iniciado em bitola métrica, sendo posteriormente instalada a bitola larga em sistema de bitola mista até as proximidades de Engenheiro Adel, na serra da Viúva. Entretanto este alargamento foi removido em parte do trecho, permanecendo em bitola larga até a conexão com Engenheiro Pedreira (na linha do Centro da EF Central do Brasil) e de Japeri em diante permaneceu em bitola métrica, sendo abandonado este trecho na década de 1990.

A nossa parceira Associação Fluminense de Preservação Ferroviária (AFPF) preservou cerca de 25 quilômetros de linha entre Governador Portela e Avelar por alguns anos, mantendo a atividade depois e em 4,5kms entre Governador Portela e Miguel Pereira, trecho onde está sendo instalado um serviço de Trem Turístico atualmente.

Com belíssimas paisagens e a imponência do Viaduto Paulo de Frontin, a mais importante obra de arte da ferrovia e um dos grandes marcos de engenharia instalados no país, a ferrovia hoje resiste, além do trecho turístico citado anteriormente:

  • apenas para trens de carga entre o Cais do Porto do Rio de Janeiro e a ligação com a Linha do Centro da EF Central do Brasil em Engenheiro Pedreira;
  • em parte do ramal Belford Roxo da Supervia (entre São Cristóvão e Costa Barros);
  • no trecho a partir de Três Rios em direção a Minas Gerais onde está sendo implementado o Trem Rio-Minas pela OSCIP Amigos do Trem, outra de nossas parcerias;
  • e em pequenos trechos onde ONGs como a nossa parceira Associação Ferroviária Melhoramentos do Brasil (AFMB), e nós mesmos da AF Trilhos do Rio em cooperação com esta última, onde são realizados serviços de preservação e pesquisa histórico-ferroviária.

Aguardem para o mês de abril, mês do ferroviário e das ferrovias, algumas surpresas envolvendo este assunto e muitas outras novidades!

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Autor

  • Daddo Moreira

    Formado em Arquivologia, pós-graduando em Engenharia Ferroviária, técnico em TI, produtor e editor multimídia, webmaster e webdesigner, pesquisador e historiador informal. No começo dos anos 2000 se aprofundou na área de mobilidade e transportes (e a preservação histórica inerente ao assunto, sobretudo envolvendo os transportes sobre trilhos), e a partir de contatos pessoais e virtuais participou de, e formou, grupos voltados para a disseminação do assunto, agregando informações através de pesquisas presenciais e em campo. Em 2014 fundou formalmente a AFTR - Associação Ferroviária Trilhos do Rio onde reuniu membros determinados a lutarem pela preservação e reativação de trechos ferroviários, além de todos os aspectos ligados às ações, como o resgate da memória e cultura regional, melhoria na mobilidade e consequentemente na qualidade de vida da população, etc Foi presidente e é o atual coordenador-geral da AFTR Não se considera melhor do que ninguém, procura estar sempre em constante evolução e aprendizado, e acumula experiências sendo sempre grato aos que o acompanha e apoia. "Informação e conhecimento: para se multiplicar, se divide"

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