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Com informações do Jornal O Globo
Texto escrito em 23 de agosto de 2023 às 09h51
Última atualização em 23 de agosto de 2023 às 09h51

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Nos bastidores, uma discussão burocrática vem se desenrolando por meio de correspondências eletrônicas e oficiais desde o início deste ano, trazendo potenciais mudanças ao sistema metroviário do Rio. A MetrôRio, empresa concessionária responsável pela operação do Metrô no Rio de Janeiro, apresentou ao governo estadual uma proposta que contempla a conclusão das obras da Estação Gávea, a redução das tarifas e a extensão do contrato por dez anos, além da unificação dos contratos das Linhas 1 (Tijuca—Ipanema) e 2 (Pavuna—Estácio) com o da Linha 4 (Ipanema—Barra).

Na última segunda-feira, o governo lançou uma resolução conjunta envolvendo a Secretaria de Transportes, a RioTrilhos, a Procuradoria-Geral do Estado e a própria MetrôRio, com o intuito de formar grupos de trabalho responsáveis por analisar a viabilidade jurídica, técnica e econômica da proposta que visa a retomada das obras na Estação Gávea. Paralelamente, o estado planeja contratar uma empresa para estruturar a operacionalização unificada das linhas de metrô.

A MetrôRio, atualmente operando as Linhas 1 e 2, busca assumir a concessão da Linha 4, a Rio Barra-CRB. Em troca da unificação contratual, a empresa se compromete a investir R$ 600 milhões para concluir a Estação Gávea, cujas obras estão paralisadas desde 2015, e a reduzir a tarifa completa, atualmente em R$ 6,90, em R$ 0,40. As concessões para as Linhas 4, 1 e 2 encerram em 2036 e 2038 (renovada em 2007), respectivamente.

A MetrôRio argumenta que o “emaranhado jurídico, contratual, operacional e regulatório que cerca a Linha 4 constitui o principal obstáculo ao desenvolvimento do sistema metroviário do Estado do Rio”. A empresa também destaca os desafios advindos da pandemia de Covid-19, afirmando que resultaram na maior crise econômico-financeira da história do sistema metroviário estadual.

Além da Estação Gávea, a MetrôRio defende um acordo abrangente para resolver a questão da Linha 4. A empresa aponta uma equação econômica estimada em R$ 2 bilhões caso o acordo seja concretizado, incluindo a redução tarifária. Essa quantia também contempla a reversão para o estado de R$ 333,4 milhões referentes ao impacto da pandemia na demanda.

Enquanto os contratos das Linhas 1 e 2 se mostram lucrativos, a Linha 4 tem operado com prejuízos, conforme fontes das empresas. A MetrôRio informa que tem mantido diálogos com o governo visando a retomada dos investimentos no sistema metroviário, que estão interrompidos desde 2016. No entanto, detalhes adicionais serão divulgados após a conclusão das atividades dos grupos de trabalho.

No âmbito da sociedade, o presidente da Associação de Moradores da Gávea (AmaGávea), René Hasenclever, defende a participação da entidade nas discussões sobre a retomada das obras da estação do metrô no bairro. O engenheiro Maurício Ehrlich, da Coppe/UFRJ, ressalta a importância de concluir as obras da Gávea, afirmando que não há riscos significativos para as construções vizinhas. Ele cita estudos indicando que, no pior cenário, seria necessário um período de 13 anos para que ocorressem danos.

No contexto das obras da Linha 4, também surgem denúncias de fraudes em contratos públicos da gestão anterior. O Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado investigam possíveis superfaturamentos, mas destacam que não há impedimento para a retomada das obras da Estação Gávea. Enquanto as discussões prosseguem, o “tatuzão”, equipamento de escavação, permanece parado sob a Rua Igarapava, aguardando a conclusão dos 1.256 metros que faltam para interligar a Gávea à Estação Antero de Quental, no Leblon. A manutenção desse equipamento custa cerca de R$ 1 milhão por mês.

 

Foto de capa: Jornal O Globo / Brenno Carvalho 2019

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  • AF Trilhos do Rio

    A Associação Ferroviária Trilhos do Rio - AFTR é um grupo de amigos, profissionais, entusiastas e pesquisadores ferroviários que organiza, desde o ano de 2009, eventos, atividades e pesquisas, tanto documentais quanto em campo, sobre a história e patrimônio ferroviário do estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de resgatar, preservar e divulgar a história e memória dos transportes sobre trilhos fluminenses.

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