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Olá, Amigas e Amigos!

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Se há algo que nós aqui da AFTR fazemos com prazer é reconhecer o mérito de terceiros. A história é construída por diversos personagens, contudo alguns permanecem anônimos. Aqui tentaremos sempre que possível tirar algumas dessas pessoas do anonimato.

Esta postagem é uma homenagem a um grupo de antigos colegas de faculdade, cujos nomes o tempo e a falta de contato fizeram ser esquecidos, mas foram pessoas importantes pelo pouco que fizeram e pelo que tentaram fazer para a melhoria dos serviços da RFFSA, contra tudo e contra todos. A esse grupo, na época de jovens estagiários idealistas, nosso “muito obrigado”.

E o que a Turma do Balão Mágico tem a ver com os trens?

A verdadeira “Turma do Balão Mágico”, o grupo musical, nada tem a ver com ferrovias, essa é uma foto apenas ilustrativa. Mas na década de 1980 existiu dentro do edifício sede da RFFSA no Rio de Janeiro um grupo de profissionais que faziam parte de um setor, cujo nome se perdeu no tempo, que foi apelidado pelos outros funcionários de “Turma do Balão Mágico”. Esse setor, composto de jovens estagiários extremamente idealistas, tinha por objetivo modernizar e melhorar as operações da RFFSA e sofreu enorme boicote da maioria dos funcionários.

Foto ilustrativa: Projeto Museu Ferroviário (supostamente foto do acervo de Benício Guimarães)

A RFFSA funcionava como uma enorme repartição pública, onde cada setor funcionava como um feudo, e os senhores feudais viram como uma intromissão em seus domínios as ideias propostas por esses jovens, tendo como resultado disso boicotes e hostilidades. Então os funcionários em geral colocaram nesse grupo esse nome, que no final pegou. Segundo eles, “o grupo propunha ideias fantasiosas que jamais sairiam do papel”.

Diretoria da RFFSA em assinatura de convênio com o BNDES. Foto: Arquivo Nacional (19/08/1969)

Eles tinham propostas para melhorias de diversos setores e serviços prestados pela RFFSA, mas foram boicotados de todas as formas. Poucas ideias esse grupo conseguiram emplacar, uma delas foi a de usar os trilhos guardados de ferrovias erradicadas e fazer, nas estações, coberturas melhores para proteção dos passageiros em dias de chuva.

Foto: Mozart Rosa

Em Nilópolis (foto acima), e em diversas estações daquele trecho, o telhado da estação (década de 1980) era feito com madeiras e telhas francesas, e por vezes parecia até o telhado de um galinheiro abandonado, tudo quebrado e com goteiras para todo lado. Com a aplicação dessa proposta, tudo melhorou bastante. Isso se repetiu posteriormente em diversas estações hoje operadas pela Supervia.

Fonte: Tyba Online (imagem tratada por Inteligência Artificial)

Outro projeto, que posteriormente foi levado adiante, foi a bilhetagem eletrônica das estações. A RFFSA foi pioneira graças ao pessoal da “Turma do Balão Mágico”. Quem é mais antigo lembra dos “currais”, nos quais a população entrava para pagar a passagem. O pessoal da “Turma do Balão Mágico” propôs a bilhetagem eletrônica que posteriormente foi implantada. Eram bilhetes de papel com 1 ou 5 passagens.

Mas, no geral, pouca coisa foi levada adiante. Os componentes da “Turma do Balão Mágico” eram profissionais capazes, com visão moderna do que deveria ser feito, mas que foram boicotados pelos profissionais de carreira mais antigos, que eram ciosos em manter controle sobre as suas situações.

Foto ilustrativa: informativo REFER 1988

É interessante ver nos grupos de interessados em ferrovias pessoas que defendem a RFFSA sem nunca ter trabalhado lá e sem conhecer como ela funcionava. Fica a pergunta: se na época existissem câmeras, internet, facebook, essas pessoas fariam o mesmo que fazem hoje, essa ode à nostalgia, relembrando algo que nunca viveram? Afinal, estariam disponíveis para consulta pública e visualização certos devaneios da RFFSA.

Uma outra pergunta interessante a ser feita é: se, na época, esse pessoal da “Turma do Balão Mágico” tivesse sido bem-sucedido em suas propostas, a RFFSA teria sido extinta como foi?

Foto: Metodista

A esse pessoal esquecido, nosso muito obrigado. Pelo menos, vocês tentaram.

Segue abaixo uma frase que representa bem a situação vivida hoje por aqueles que defendem a RFFSA sem nunca ter trabalhado nela.

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Foto de capa: Business Railway

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Autor

  • Mozart Fernando

    Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral da AFTR no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de diretor-técnico da instituição. Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966. Esse Engenheiro durante esse período trabalhando no setor de cremalheiras acompanhou o desmonte da E.F. Cantagalo e conhecia diversas histórias envolvendo o desmonte da Ferrovia de Petrópolis realizado pela mesma equipe. Histórias que muitos preferem esquecer. Parte dessa convivência extremamente valiosa está transcrita nos textos publicados pela AFTR. Não se considera um “especialista” em ferrovias, outra palavra que hoje no Brasil mais desmerece do que acrescenta. Se considera um “Homem de Negócios” e entende que o setor ferroviário só terá chance de se alavancar quando os responsáveis por ele também forem homens de negócios. Diferente de rodovias, as ferrovias são negócios. E usar para ferrovias os mesmos parâmetros balizares de construção e projeto usados em rodovias redundará em fracasso. Mozart Rosa é alguém que mais que projetos, quer apresentar Planos de Negócios para o setor.

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