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Por Carlos A.Ramos (‘Melekh’)

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Saudações ferroviaristas.

Farei um breve relato desta expedição-aventura:

Saí de casa umas 04h50min aproximadamente, embarquei no trem em Pilares, desci na Central e peguei o ônibus para Niterói, não tenho certeza do numero, mas acho que era o 100.

Desembarquei no ponto após a descida da ponte e caminhei por alguns minutos até a Estação Santana do Maruí, a mesma que todos conhecemos.

O horário da partida do trem era 7:00hs ou 7h30min, mas o trem chegou atrasado e acabou saindo umas 8:10hs. 

Antes da partida, conversei com os PFF que ao meu pedido, me mostraram a Carteira Funcional da Policia Ferroviária Federal, parecida com a que te enviei.

Os PFF me confidenciaram que o governo estava para “legalizar” a função e assim seriam absorvidos pelo Ministério da Justiça…

Bom, o trem partiu e conversei com o Maquinista, pedindo para que ele esperasse um pouco nas estações, pois eu registraria em fotos as mesmas… e isso fiz com algumas.

No curso na viagem, um agente da Central Logística vinha fazendo a cobrança da passagem, e num ímpeto, acabei comprando quase todos os tickets da passagem, que custavam uns R$ 0,80 se não me falha a memória.

Em determinado momento, já próximo de Alcântara, o trem apresentou problemas e ficou um tempo parado, com uns funcionários da Central Logística tentando consertá-lo. Neste ínterim os Policiais Ferroviários davam cobertura, pois o local era área de risco.

Sanado o problema, a viagem prosseguiu e mais a frente, próximo a área de domínio da ferrovia, havia um corpo de um homem assassinado, com a PM resguardando o local.

Chegando a Visconde de Itaboraí, perguntei qual seria o horário que o trem retornaria a Niterói e me informaram que o trem estaria com problema e teria que ser levado a Oficina em Triagem. Conversei com alguns funcionários e soube que o trem seguiria para Guapimirim, onde buscaria outros vagões e levaria junto para a Oficina.

Num derradeiro impulso, mostrei a minha carteira da AFPF que me tinha sido entregue recentemente pelo saudoso Luis Octávio, e esta como num passe de mágica, me “abriu as portas” para o inicio de uma Viagem Ferroviária Impar e que acredito, jamais fora realizada por uma outra pessoa.

Aguardamos por alguns minutos, aproximadamente uns 25 minutos, quando o maquinista me avisou que já estava de partida e me perguntou se eu queria ir à locomotiva com ele ou nos vagões… preferi ir nos vagões. O trem partiu, pegou o desvio e adentrou na linha, rumo a Magé, nesse ínterim, tirei algumas fotos, algumas não revelei em papel.

Chegando a Magé, aguardamos um pouco e seguimos para Guapimirim e lá chegando, foram juntados mais uns três vagões, formando um comboio com os vagões que vieram de Niterói.

Novamente paramos em Magé, pois precisávamos esperar o Cargueiro da FCA que estava próximo… o mesmo surgiu uns 20 minutos aproximados…. não posso descrever com palavras o quanto me emocionou, ainda fico ao lembrar.

Fiquei a fotografar e admirar toda aquela situação na qual estava vivenciando, sabendo que ainda viria mais surpresas a frente. Tudo eu anotava em um caderninho…, horários, nome dos funcionários, guardas, maquinistas, telefones, endereços… infelizmente perdi essas anotações. Após a passagem do Cargueiro da FCA, prosseguimos a viagem e em algumas estações, parávamos para algumas fotos; agora eu já estava viajando na cabine da locomotiva com outros maquinistas e funcionários.

Chegamos então em Saracuruna, quando os mesmos foram almoçar, eu aproveitei para ir a um bar no local e fiz uma “boquinha” e voltei, pois prosseguiríamos a viagem até a Oficina de Triagem.

Ao contrario do que disse o companheiro Bernardo, segui pela bitola métrica na composição até as Oficinas de Triagem, chegando já na hora do grande movimento de retorno dos trabalhadores.

Na foto da Estação Triagem poderá ver a grande quantidade de pessoas, o detalhe é que ainda a plataforma não tinha sido aumentada e adaptada para as composições, fruto de diversas reclamações dos usuários.

Em Triagem passei para a plataforma do Ramal Belford Roxo e embarquei no trem rumo a Pilares (Cintra Vidal) e para fechar, fiz uma foto com o Cargueiro da MRS, já ao anoitecer.

Este é o meu breve relato…..

 

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Autor

  • Eduardo ('Dado')

    Formado em Arquivologia, pós-graduando em Engenharia Ferroviária, técnico em TI, produtor e editor multimídia, webmaster e webdesigner, pesquisador e historiador informal. No começo dos anos 2000 se aprofundou na área de mobilidade e transportes (e a preservação histórica inerente ao assunto, sobretudo envolvendo os transportes sobre trilhos), e a partir de contatos pessoais e virtuais participou de, e formou, grupos voltados para a disseminação do assunto, agregando informações através de pesquisas presenciais e em campo. Em 2014 fundou formalmente a AFTR - Associação Ferroviária Trilhos do Rio onde reuniu membros determinados a lutarem pela preservação e reativação de trechos ferroviários, além de todos os aspectos ligados às ações, como o resgate da memória e cultura regional, melhoria na mobilidade e consequentemente na qualidade de vida da população, etc Foi presidente e é o atual coordenador-geral da AFTR Não se considera melhor do que ninguém, procura estar sempre em constante evolução e aprendizado, e acumula experiências sendo sempre grato aos que o acompanha e apoia. "Informação e conhecimento: para se multiplicar, se divide"

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