Técnicos sugerem alguns fatores, enquanto as causas da colisão estão sendo investigadas
Na manhã desta segunda-feira (13), dois trens colidiram na estação de Madureira, na Zona Norte do Rio. A SuperVia relatou que sete passageiros, que reclamaram de dores no corpo, receberam assistência da concessionária. Por volta das 7h, pouco depois da colisão, o Corpo de Bombeiros foi acionado e equipes do quartel de Campinho disseram prestar socorro a seis pessoas. Quatro delas foram liberadas, enquanto duas foram encaminhadas para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier.

O acidente ocorreu no sentido Central do Brasil, na plataforma dos trens expressos. Segundo relatos em redes sociais, passageiros que estavam na estação ficaram sem informações. Uma testemunha expressou sua frustração, destacando a falta de uma equipe de logística e a confusão generalizada.
Apesar do choque não ter sido forte o suficiente para causar danos maiores às composições e ferimentos mais graves aos passageiros, um dos vagões chegou a descarrilar com o impacto. Os passageiros presentes na composição tiveram que desembarcar e percorrer a linha férrea até a estação. A empresa está atualmente conduzindo uma investigação para determinar as causas do incidente e, segundo relatos, a AGETRANSP e a Polícia Civil estiveram na estação após o ocorrido para procedimento de perícia e averiguação.

A circulação de trens da SuperVia foi normalizada por volta das 14h48 desta segunda-feira, após os técnicos da empresa realizarem os reparos necessários. “Os trens já seguem a programação para o horário”, afirmou a concessionária em comunicado no site e nas redes sociais.
Segundo alguns técnicos consultados, inclusive membros da AF Trilhos do Rio, alguns motivos podem ter causado a colisão. O trecho, dentre outros vários, tem sofrido constantemente com furtos de cabos e equipamentos, inclusive de sinalização, o que gera atrasos na circulação dos trens que precisam ser liberados via rádio e/ou ter o tráfego autorizado pelo Centro de Controle de Operações (CCO) da Supervia. Mesmo com as intervenções da Supervia, repondo o cabeamento furtado, em poucos dias, ou mesmo horas, tudo é furtado novamente.
Outro motivo comentado foi não ser imposta uma restrição de velocidade na ocasião, pois existe uma espécie de “ponto cego” na via E da estação de Madureira. Além disso, o modelo de trem (Alstom) que estava parado na plataforma é quase um carro mais curto que os modelos “chineses” (CRRC), e a visão do maquinista que estava vindo de Deodoro pode ter sido parcialmente ocultada devido ao último carro do Alstom estar encoberto pela escadaria da passarela da estação de Madureira, o que pode ter retardado a reação do maquinista, que acionou os freios de emergência mas sem distância suficiente para o trem parar antes de alcançar a estação, e colidir com o Alstom parado. Talvez se o trem parado fosse um “chinês”, o maquinista poderia ter visto antes a sua presença.

Texto escrito em 13 de novembro de 2023 às 21h01
Última atualização em 13 de novembro de 2023 às 21h01
Imagem de capa: Jornal O Dia