ESTE SITE SERÁ DESCONTINUADO EM BREVE. FAVOR ACESSAR trilhosdorio.org
Tempo de leitura: 5 minutos

Técnicos sugerem alguns fatores, enquanto as causas da colisão estão sendo investigadas

Continua após a publicidade

 

Na manhã desta segunda-feira (13), dois trens colidiram na estação de Madureira, na Zona Norte do Rio. A SuperVia relatou que sete passageiros, que reclamaram de dores no corpo, receberam assistência da concessionária. Por volta das 7h, pouco depois da colisão, o Corpo de Bombeiros foi acionado e equipes do quartel de Campinho disseram prestar socorro a seis pessoas. Quatro delas foram liberadas, enquanto duas foram encaminhadas para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier.

Dois trens colidiram em Madureira. Imagem: Jornal O Dia/Redes Sociais

O acidente ocorreu no sentido Central do Brasil, na plataforma dos trens expressos. Segundo relatos em redes sociais, passageiros que estavam na estação ficaram sem informações. Uma testemunha expressou sua frustração, destacando a falta de uma equipe de logística e a confusão generalizada.

Apesar do choque não ter sido forte o suficiente para causar danos maiores às composições e ferimentos mais graves aos passageiros, um dos vagões chegou a descarrilar com o impacto. Os passageiros presentes na composição tiveram que desembarcar e percorrer a linha férrea até a estação. A empresa está atualmente conduzindo uma investigação para determinar as causas do incidente e, segundo relatos, a AGETRANSP e a Polícia Civil estiveram na estação após o ocorrido para procedimento de perícia e averiguação.

Passageiros caminhando na linha férrea. Imagem: Jornal O Dia

A circulação de trens da SuperVia foi normalizada por volta das 14h48 desta segunda-feira, após os técnicos da empresa realizarem os reparos necessários. “Os trens já seguem a programação para o horário”, afirmou a concessionária em comunicado no site e nas redes sociais.

Segundo alguns técnicos consultados, inclusive membros da AF Trilhos do Rio, alguns motivos podem ter causado a colisão. O trecho, dentre outros vários, tem sofrido constantemente com furtos de cabos e equipamentos, inclusive de sinalização, o que gera atrasos na circulação dos trens que precisam ser liberados via rádio e/ou ter o tráfego autorizado pelo Centro de Controle de Operações (CCO) da Supervia. Mesmo com as intervenções da Supervia, repondo o cabeamento furtado, em poucos dias, ou mesmo horas, tudo é furtado novamente.

Outro motivo comentado foi não ser imposta uma restrição de velocidade na ocasião, pois existe uma espécie de “ponto cego” na via E da estação de Madureira. Além disso, o modelo de trem (Alstom) que estava parado na plataforma é quase um carro mais curto que os modelos “chineses” (CRRC), e a visão do maquinista que estava vindo de Deodoro pode ter sido parcialmente ocultada devido ao último carro do Alstom estar encoberto pela escadaria da passarela da estação de Madureira, o que pode ter retardado a reação do maquinista, que acionou os freios de emergência mas sem distância suficiente para o trem parar antes de alcançar a estação, e colidir com o Alstom parado. Talvez se o trem parado fosse um “chinês”, o maquinista poderia ter visto antes a sua presença.

A escadaria no final da estação que pode ter ocultado a visão do maquinista do trem vindo de Deodoro, que colidiu com o trem parado na plataforma. Imagem: Jornal O Dia/Redes Sociais
Outro fator que gera suspeita sobre o ocorrido é que o sinaleiro entre Oswaldo Cruz e Madureira poderia devia estar sem correspondência por conta de furto, e alguém do CCO pode ter licenciado o prosseguimento do trem “chinês” saindo de Deodoro para Madureira antes de confirmar que o Alstom tinha saído da plataforma. Caso houvesse incerteza, um comando no rádio como “aguarde na superior de Madureira” poderia evitar o incidente.
De qualquer forma o sistema de localização ainda deveria funcionar mostrando no painel do CCO o bloco ocupado ( já que os dados são informados por corrente de baixa tensão nos trilhos, não dependendo de cabeamento). O ideal é não permitirem o trem do bloco seguinte avançar pro ocupado (o ideal seria manter um bloco, entre os trens em trânsito, desocupado). Mas isso só funciona usando o sinal das caixas de impedância e são justamente essas caixas que também estão sendo furtadas.
Outra hipótese, mais remota, é ter ocorrido falha no painel do CCO, pois por licenciamento via rádio o condutor não poderia avançar sem se comunicar e o CCO precisa confirmar a localização do trem seguinte e informar. Ou seja, para esta falha ocorrer seria preciso que o painel falhasse e mais de um operador se equivocasse ao passar as informações, liberando o tráfego, algo bem difícil de ocorrer.
Com informações do Jornal O Dia e membros da AF Trilhos do Rio
Texto escrito em 13 de novembro de 2023 às 21h01
Última atualização em 13 de novembro de 2023 às 21h01
Imagem de capa: Jornal O Dia

Loading

Autor

  • AF Trilhos do Rio

    A Associação Ferroviária Trilhos do Rio - AFTR é um grupo de amigos, profissionais, entusiastas e pesquisadores ferroviários que organiza, desde o ano de 2009, eventos, atividades e pesquisas, tanto documentais quanto em campo, sobre a história e patrimônio ferroviário do estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de resgatar, preservar e divulgar a história e memória dos transportes sobre trilhos fluminenses.

    Ver todos os posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

dezenove + 13 =

Previous post AF Trilhos do Rio reformula padrão gráfico e entra em nova fase
Next post A final da Taça das Favelas é dia 18/11 e a Supervia oferecerá apoio ao público e participantes
error: Este conteúdo não pode ser copiado. Caso use o arquivo, por favor cite a fonte.