Texto escrito por Mozart Rosa, em parceria com Carlos Eduardo Branco*
Campo Grande é o maior bairro do Rio de Janeiro, já foi mais próspero, tinha uma quantidade bem significativa de indústrias, mas sempre teve um sério problema que era e continua sendo a mobilidade. Embora seja um bairro aprazível, ainda ótimo para se morar, quem mora em Campo Grande tem enorme dificuldade em chegar com rapidez ao centro do Rio de Janeiro.
Como forma de minimizar esse problema, apresentamos uma proposta que pode ajudar. O Expresso Campo Grande. Um serviço expresso regular, ligando Campo Grande a Central do Brasil, com tarifa diferenciada.
Um serviço expresso operado inicialmente por litorinas e posteriormente por veículos próprios, a serem comprados por uma nova concessionaria que deverá operar esse serviço.
A razão para uma nova concessionária é simples, a Supervia que opera o sistema é uma empresa que transporta grandes volumes de passageiros, em diversos horários e opera trens elétricos, sua composição de custos é calculada assim. A litorina é movida a diesel, algo que é estranho para os profissionais de manutenção da Supervia, ótimos profissionais, mas em sua maioria com qualificação na área elétrica. Além da Litorina ter poucos horários previstos e um volume de passageiros bem menor.

Em princípio, pela brevidade para início da operação, essa ligação seria feita com as litorinas ainda existentes, existe uma dela parada e ainda um pouco funcional em Miguel Pereira, mas praticamente abandonada. E outra abandonada no depósito do DNIT em Santos Dumont–MG. Desconhecemos as condições atuais dessa Litorina de Santos Dumont.
Essa operação com litorinas seria provisória, a ideia é que com o tempo o empresariado adquira junto a Marcopolo, VLTs a diesel como os abaixo. VLTs que permitem espaço para dois cadeirantes, algo inédito no Brasil, e espaço para 100 pessoas divididos em duas classes, uma com poltronas largas para pessoas grandes e obesas e outra para pessoas comuns.
Seria um serviço de tarifa diferenciada que atenderia a quem estivesse disposto a pagar mais caro para chegar mais rápido, sentado e com conforto. Se as pessoas pagam atualmente até R$ 19,00 por uma passagem no ônibus especial sujeito aos engarrafamentos da Av. Brasil, certamente essas mesmas pessoas pagariam esse valor na Litorina, um serviço diferenciado, com um tempo de viagem previsto de 30 minutos. Esse serviço não tem a pretensão de concorrer com o trem, tanto pela quantidade reduzida de horários como pelo preço cobrado.

Um aviso importante para quem gostou de nossa proposta. Para que ela saia do papel, é preciso da concordância e da participação da Supervia, nada vai funcionar sem a participação dela. Ela precisa ser consultada e concordar com a ideia. Nada pode ser “na marra”. Ela pode eventualmente até cobrar um valor a título de direito de uso de suas linhas, da empresa que administrará o Expresso Campo Grande. O estado deve apenas intermediar isso. Esperamos que o estado tenha pessoas qualificadas para esse tipo de mediação.
Não sejamos como Vicente Feola na copa de 1958, que criou no quadro negro uma série de jogadas e candidamente Garrincha perguntou a ele, e disse a famosa frase “O Sr. combinou com os russos?” No caso, a Supervia.
Abaixo em vermelho a plataforma de canto existente na Estação Central do Brasil a ser usada inicialmente para o embarque e desembarque de passageiros na litorina e para os futuros veículos desse projeto. Posteriormente os embarques e desembarque, serão feitos na estação Leopoldina devidamente reformada.


A foto abaixo mostra em vermelho a plataforma abandonada em Campo Grande onde a composição faria a parada para embarque e desembarque de passageiros deste serviço.

Acima, aspecto externo da SECCIONADORA BS, local a ser usado depois de devidamente reformado para embarque e desembarque de passageiros, uso exclusivo desse serviço diferenciado.
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Imagem de capa: Foursquare, por Fábio B