ESTE SITE SERÁ DESCONTINUADO EM BREVE. FAVOR ACESSAR trilhosdorio.org
Tempo de leitura: 6 minutos

Olá, Amigas e Amigos! Hoje iniciamos este texto fazendo algumas perguntas:

Continua após a publicidade

Alguém conhece o Ringling Brothers Circus?
Alguém já ouviu falar de P.T. Barnum?

Possivelmente não, mas faremos ainda uma última pergunta:

O que tudo isso tem a ver com ferrovias?

É o que veremos no artigo exclusivo de hoje do site da AF Trilhos do Rio.
Sejam todos bem vindos, desejamos uma excelente leitura!


Para começar vamos responder a estes questionamentos iniciais:

O Ringling Brothers Circus é o maior circo dos Estados Unidos e foi fundado por P. T. Barnum no século XIX. P.T. Barnum foi o criador do que chamamos hoje de Show Business; foi o primeiro a investir de forma profissional no ramo do entretenimento. Teria dito uma frase famosa: “a cada minuto nasce um trouxa”. Ele criou o primeiro circo de horrores do mundo, ou como alguns preferem, o primeiro show de variedades, com atrações como a mulher barbada, a sereia, o homem com força descomunal, a mulher que se transforma em macaco e outras bizarrices. Quem morou em cidades do interior do Brasil e tem mais de 50 anos certamente viu esse tipo de espetáculo nos circos que existiam, graças a P. T. Barnum, que criou o conceito e o exportou para o mundo. Uma de suas grandes realizações foi a criação do que posteriormente viria a ser o já mencionado Ringling Brothers Circus, existente até hoje.

Imagem: Milner Library

E fica a pergunta: o que tudo isso tem a ver com o nosso tema recorrente, que são as ferrovias? Para responder corretamente a essa pergunta, é preciso contextualizar toda a situação e falar também sobre a pujança dos Estados Unidos como nação. Várias teorias para explicar essa pujança são debatidas, mas nunca se fala da importância do setor ferroviário nessa prosperidade, algo que facilitou muito a logística em um país daquele tamanho. Nunca se menciona a pujança alcançada por empresas como Heinz, Swift e muitas outras, que, graças à logística proporcionada pelas ferrovias, se transformaram de empresas regionais em empresas nacionais e, posteriormente, em multinacionais. Outros fatores influenciaram, mas as ferrovias tiveram um enorme papel nessa prosperidade econômica.

Abaixo, um link de uma postagem da AFTR, mostrando isso.

Heinz, Swift, e as ferrovias: o que têm em comum?

A livre iniciativa, o liberalismo econômico, explica muita coisa, mas as ferrovias e a logística que elas permitiram fazem parte dessa equação. Aqui mostraremos mais um caso em que as ferrovias foram fundamentais para o desenvolvimento de um setor: P. T. Barnum conseguiu todo o seu sucesso graças às ferrovias. Transportar animais de grande porte como elefantes e transportar toda a infraestrutura necessária para fazer funcionar um circo enorme como o dele em um país daquele tamanho demandava uma quantidade absurda de veículos de tamanhos bem avantajados, e apenas as ferrovias podiam satisfazer esses requisitos.

Fonte: Youtube (doug33020)

O link abaixo mostra cenas do filme Dumbo de 2019. É um filme ficcional cuja história todos já devem ter ouvido falar. Ele conta a história de um filhote de elefante que podia voar e morava em um circo. Este filme em live action é baseado em um desenho produzido pela Disney em 1941. Apesar de ser pura fantasia, o filme mostra com riqueza de detalhes a operação logística necessária para operar e mudar um circo de lugar, com diversos vagões e locomotivas. Toda essa parte mostrada no filme era extremamente real, era assim mesmo que as coisas funcionavam.

O filme inteiro está disponível na plataforma Disney+ e no YouTube, sendo recomendado para os amantes de ferrovias pela riqueza de detalhes mostrada.

Imagem: Library of Congress / Copyright by Glasier, Brockton, Mass (1907)

Isso também acontecia com o circo e os shows criados por P.T. Barnum, um grande empreendedor que não teria conseguido o sucesso que alcançou sem a rede ferroviária existente nos Estados Unidos. Sempre lembrando que essa rede foi construída e operada por empresários, diferentemente do Brasil, onde o governo interferiu e desencorajou novos empresários no setor. Esse episódio é contado com maestria pelo Sr. Ademar Benevolo em seu livro, onde no início do século, o governo descapitalizou as empresas existentes, desestimulando a entrada de novos empresários no setor.

Continua após a publicidade

Ademar Benévolo, o homem, o mito (Parte 1)

Aparentemente, apesar de ser o livro mais vendido do mundo, a Bíblia é o menos lido. Se as pessoas atuantes no setor ferroviário a lessem, entenderiam melhor a frase do evangelho de João 8:32:

 

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

 

Infelizmente, o setor ferroviário no Brasil é o menos estudado, com teorias da conspiração mal embasadas. Como já mencionamos diversas vezes, conhecer a verdade sobre o que aconteceu é fundamental para que as novas gerações formulem políticas realistas que façam o setor decolar. Infelizmente, isso não está acontecendo.

Imagem: Custódio Coimbra / Agência O Globo

A AFTR iniciou uma série de publicações onde analisa o livro do Sr. Ademar Benevolo, um documento histórico que mostra a intervenção dos governos no início da República no setor ferroviário. Este fato, documentado, infelizmente é desconhecido pela maioria daqueles que se dizem entendidos do setor, lamentável.

 

Gostou? Curtiu?
Compartilhe!
Agradecemos a leitura, até a próxima!

 

Imagem de capa: divulgação

O texto constante neste artigo pode expressar, ou não, total ou parcialmente, a opinião da instituição, sendo de inteira responsabilidade do autor;

Loading

Autor

  • Mozart Fernando

    Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral da AFTR no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de diretor-técnico da instituição. Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966. Esse Engenheiro durante esse período trabalhando no setor de cremalheiras acompanhou o desmonte da E.F. Cantagalo e conhecia diversas histórias envolvendo o desmonte da Ferrovia de Petrópolis realizado pela mesma equipe. Histórias que muitos preferem esquecer. Parte dessa convivência extremamente valiosa está transcrita nos textos publicados pela AFTR. Não se considera um “especialista” em ferrovias, outra palavra que hoje no Brasil mais desmerece do que acrescenta. Se considera um “Homem de Negócios” e entende que o setor ferroviário só terá chance de se alavancar quando os responsáveis por ele também forem homens de negócios. Diferente de rodovias, as ferrovias são negócios. E usar para ferrovias os mesmos parâmetros balizares de construção e projeto usados em rodovias redundará em fracasso. Mozart Rosa é alguém que mais que projetos, quer apresentar Planos de Negócios para o setor.

    Ver todos os posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

um × 3 =

Previous post Alterações importantes no tráfego de trens neste final de semana
Next post VLT Carioca recebe prêmio pela criação de App
error: Este conteúdo não pode ser copiado. Caso use o arquivo, por favor cite a fonte.