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Texto enviado por Vasco Acioli, urbanista e arquiteto*

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Seria desejável que o uso proposto para a Estação Leopoldina, tivesse também a previsão da retomada do uso ferroviário, ainda mais depois do golaço da Prefeitura no TIG – Terminal Intermodal Gentileza, integrando BRT, VLT, linhas municipais, intermunicipais e interestaduais.

O mundo amplia suas fronteiras ferroviárias domésticas e transnacionais. Exemplos: o porto-a-porto Landbridge da Arábia Saudita; na Europa, os projetos de mobilidade sustentável estão recebendo 85 bilhões de Euros; nos EUA, US$106 bilhões em transporte ferroviário de passageiros e investimentos em trânsito; o corredor TransPérsia, da Índia ao Mediterrâneo. Sobre a China e sua expansão da malha ferroviária, merece um texto à parte.

Pode-se argumentar que citei apenas PIBs invejáveis. No entanto, há acordo assinado para o corredor de Lobito, em Angola. Governos africanos recebem propostas da China, via Iniciativa Cinturão e Rota, e dos EUA, interessados em conter a crescente influência asiática. Em El Salvador, o Trem Pacífico irá de Acajutla a San Salvador, seguindo pela costa e conexão a monotrilho na área central. Mesmo no Brasil, teremos o upgrade da linha São Paulo-Campinas, com ampliação do serviço, parada em Jundiaí e três novas estações (Louveira, Vinhedo e Valinhos).

Não vale choramingar que “não temos dinheiro”. Soluções existem. Bem estruturada PPP está sendo montada em Portugal na ferrovia Lisboa-Porto. O BRICS oferece melhores condições do que tínhamos. Linhas de crédito do BNDES p/ a revitalização de áreas degradadas ao longo dos trilhos.

Outros instrumentos estão sendo testados. Na Europa, as PSO (Public Service Obligation) mudam paradigmas e atraem operadores tradicionais e novos grupos focados em infraestrutura, provocando uma saudável otimização dos sistemas na Alemanha, Holanda e outros.

O governo federal, ao assinar o acordo que transferiu o bem ao ente municipal, poderia ter exigido essa condição. Do lado da Prefeitura, seu corpo técnico qualificadíssimo pode ser de extrema valia na estruturação da concessão em consórcio interfederativo.

Não podemos trocar essa oportunidade de desenvolvimento apenas pela revitalização do prédio da estação, que obviamente tem que ser feita, e os demais usos aventados. Ao longo da linha existem vários terrenos que podem entrar no negócio e receber as unidades residenciais propostas.

Não precisamos (por enquanto) pensar em trem-bala, mas é imperativo pelo menos, resgatar a vocação e uso original da Estação Barão de Mauá. Podemos iniciar como Irineu Evangelista de Sousa, que em 1854 construiu 14km de linha férrea entre Mauá e Fragoso. É pouco para os padrões atuais, mas já é um excelente começo.

Quilômetros de palavras escritas sobre resgatar a malha ferroviária, destruída e vilipendiada. Toneladas de trilhos roubados, estações com arquitetura de incrível qualidade invadidas e depredadas… Vamos perder mais esta chance?

Texto escrito por Vasco Acioli em março de 2024 (neste link) e compartilhado em 18 de abril de 2024 às 16h06
Última atualização em 18 de abril de 2024 às 21h14
Imagem de capa: divulgação

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Autor

  • AF Trilhos do Rio

    A Associação Ferroviária Trilhos do Rio - AFTR é um grupo de amigos, profissionais, entusiastas e pesquisadores ferroviários que organiza, desde o ano de 2009, eventos, atividades e pesquisas, tanto documentais quanto em campo, sobre a história e patrimônio ferroviário do estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de resgatar, preservar e divulgar a história e memória dos transportes sobre trilhos fluminenses.

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