Tempo de leitura: 12 minutos

Por Mozart Rosa

Portal Rio – Restaurando e operando a Estação Leopoldina
Um plano de negócios da AFTR para a Estação Leopoldina.

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Em algum momento de nossa história futura o bom senso prevalecerá, e nossos governantes entenderão a importância e viabilidade da restauração EM BASES MODERNAS, do transporte regional de passageiros sobre trilhos. Aviões às vezes param com a chuva e trens não, e tirando o aeroporto Santos Dumont, nenhum outro aeroporto no Brasil deixa o passageiro no centro da cidade. O trem poderá fazer isso com facilidade.

Fonte: Railway-News

Cada grande capital Brasileira precisará de uma grande estação ferroviária, ligando-a as suas principais cidades. No Rio de Janeiro temos a Estação Leopoldina que apresenta localização privilegiada, estando bem próxima ao coração político, econômico e administrativo da cidade do Rio de Janeiro, capital do estado.

: : Hoje encontra-se lamentavelmente desativada : :

Poderá em um futuro ser o ponto de partida e chegada dos trens vindo de diversas localidades de nosso estado, bem como de cidades dos estados de:

  • São Paulo
  • Minas Gerais
  • Espírito Santo

Iniciando o Processo

É preciso fazer a reforma das linhas de bitola métrica operadas pela Supervia nos trechos:

  • Saracuruna x Vila Inhomirim
  • Saracuruna x Guapimirim,

Com a Supervia declinando da operação desses trechos em benefício de uma subsidiaria ou de outra empresa, deverá ser o primeiro passo a ser dado. Parte dos trens vindo de diversas localidades passarão por ali. Iniciando trazendo regularmente pessoas da região de Magé, e arredores, para a Estação Leopoldina, posteriormente com a concretização do projeto Petropolis será dado um outro importantíssimo passo.

Abaixo algumas postagens sobre o tema:

>> Resumo e proposta p/a Bitola Métrica nas linhas da Supervia

>> O Trem p/Petrópolis e tudo que vem com ele

>> Proposta AFTR p/a volta dos Trens Regionais de Passageiros no Brasil

Trens como esse modelo podem possuir variadas características ideais para circular no trecho proposto: desde a fonte híbrida de energia para se locomover (Diesel e eletricidade) como de tração (livre aderência e cremalheira)
Fonte: Pinterest

Apenas com a reforma dessas linhas métricas utilizando-se VLTs a diesel urbanos, com a restauração da ligação para Petropolis, e com a criação de linhas de trens expressos fazendo a linha Gramacho x Duque de Caxias x Penha X São Cristovão x Barão de Mauá, vai ser gerado um movimento diário na Estação Leopoldina da ordem de 100.000 passageiros dia.

Plataforma da estação Penha em 2009, para as linhas de bitola métrica (atualmente erradicadas)
Fonte: Eduardo (‘Dado’)

As estações Duque de Caxias e Penha já tem, inclusive, plataformas exclusivas para a bitola métrica, mas atualmente desativadas.

: : A implantação de outros projetos da AFTR, entre eles a Ferrovia Centro-Sul Fluminense, fará esse número explodir : :

E isso precisa ser organizado, pois esperamos que com a concretização de nossos projetos, mais de uma concessionaria venha a embarcar e desembarcar passageiros na Estação Leopoldina.

: : Para organizar isso a AFTR criou o conceito do Portal Rio : :

PORTAL RIO

Chamaremos de Portal Rio o trecho entre Gramacho x Estação Leopoldina.

Inicialmente VLTs regionais a diesel eventualmente elétricos, posteriormente pendulares a diesel vindos de diversas localidades e pertencentes as diversas concessionárias que vão passar por ali.

VLT a diesel da Marcopolo, veículo adequado para uso em projetos de trens regionais.
Fonte: Divulgação Marcopolo

Trens Pendulares a diesel são o único tipo de veículo de média velocidade adequado a realidade geográfica do Sul / Sudeste brasileiro.

DC283 da Hokkaido Railway Company.
Foto: Wikipedia

Cada nova concessionaria a ser constituída terá sua concessão encerrada em Gramacho. Que será ampliada com diversas plataformas. A partir de Gramacho será concedida a todas as concessionárias que venham a ser constituídas uma permissão de uso do trecho Gramacho x Estação Leopoldina. Esse trecho do Portal Rio deverá ter um CCO exclusivo, onde custos deverão ser rateados entre as diversas concessionárias.

Fonte: Brasil Ferroviário

A AFTR entende que devemos pulverizar o setor ferroviário e o transporte ferroviário regional de passageiros, por meio de várias concessionarias. Claro que respeitando as empresas existentes. Somos frontalmente contra o modelo concentrador, introduzido formalmente no Brasil a partir do regime militar e herdado de Getúlio Vargas, implantado pelos militares talvez de forma inconsciente, mas extremamente nefasto para a economia. Se com o tempo essas concessionarias se fundirem será por uma conjunção do mercado e não do governo.

Já imaginaram algo assim ?
Fonte: montagem sobre foto do site Santorini Dave

O futuro da Estação Leopoldina é funcionar como uma versão sobre trilhos de um aeroporto, ou de uma rodoviária, com várias empresas diferentes vendendo seus bilhetes e operando suas próprias plataformas, rateando ainda os custos de operação (novamente algo inédito no Brasil). Não existe legislação específica atualmente tratando disso. Mas a AFTR tem propostas prontinhas para apresentar.

Fonte: Show me the Journey

Como será que as diversas concessionarias, que imaginamos venham a existir, utilizem a Estação Leopoldina?

Sugerimos dois modelos:

  • Modelo 1: O modelo das rodoviárias / aeroportos onde as empresas pagam uma taxa de utilização, embutida na tarifa para uso das plataformas;
  • Modelo 2: Transformar as plataformas e área de circulação da Estação Leopoldina em um grande CONDOMÍNIO, gerido pelas diversas concessionarias que atuarão ali. Sendo o prédio usado por instituições públicas ou privadas. Esse é o nosso preferido.

Uma das instituições a serem instaladas no prédio da Estação Leopoldina deve ser a PFF (Polícia Ferroviária Federal), instituição cuja existência é fundamental para andamento, concretização e desenvolvimento de qualquer projeto de trens regionais.

>> Clique aqui para ler um artigo da AFTR falando sobre a PFF e a legislação

 

SHOPPING LEOPOLDINA

Dada às características físicas, históricas e arquitetônicas da Estação Leopoldina é fundamental a construção do Shopping Leopoldina, no terreno em frente, para prestar serviços ao fluxo de passageiros gerados com o início de funcionamento da estação. Serviços esses inviáveis de serem prestados dentro do hall da Estação Leopoldina. Como bancos, lanchonetes, lojas de conveniência, salão de beleza. Serviços que nem existiam, ou não eram disponibilizados em estações ferroviárias, quando da construção da estação 90 anos atras.

A autorização para construção do Shopping Leopoldina pode gerar como contrapartida recursos para reforma da própria Estação Leopoldina

Proposta da AFTR de um Shopping com uma estação de VLT dentro integrando a Leopoldina ao sistema VLT

É possível que com a implantação e consolidação de propostas da AFTR como:

  • Ferrovia Centro Sul Fluminense;
  • A Ferrovia do Sol;
  • O Expresso Imperial;
  • Ferrovia da Serra do Mar.

Possamos com o decorrer dos anos ver chegar regularmente na estação Leopoldina trens vindos de:

  • Magé
  • Petrópolis
  • Cabo Frio
  • Rio Bonito
  • Itaboraí
  • Caratinga-MG
  • Ubá-MG
  • Valença
  • Vassouras
  • Nova Friburgo
  • São Paulo

entre outras cidades.

: : Nenhuma novidade: era assim no passado. A AFTR não inventa, apenas resgata um passado esquecido : :

Isso não é sonho nem utopia, iniciaremos com os passageiros da Baixada servidos pela bitola métrica, depois chegaremos a Petrópolis, Itaipava, e a partir daí os sonhos vão começando a virar realidade.

: : Isso já poderia estar acontecendo. A AFTR está brigando por isso faz tempo : :

Queremos devolver à Estação Leopoldina a sua grandeza e quem sabe um dia terminá-la.

Projeto original e nunca concluído da Estação Praia Formosa, a estação inicial da Leopoldina.
Posteriormente foi nomeada com muita justiça para estação Barão de Mauá

Leiam nossa sequência de textos A Guerra das Bitolas para entender o que ouve com as linhas que saíam da Leopoldina, e leiam um dos textos mais importantes para conhecer a situação desse trecho.

>> A Guerra das Bitolas 1 (complemento)

Mais uma ideia dos “jenios” da RFFSA que gastaram de forma desnecessária uma fortuna impondo o Estilo EFCB ao ramal de Duque de Caxias, e condenando a Estação Leopoldina a uma decadência desnecessária.

: : Existem enormes potencialidades, inclusive culturais, para a estação : :

 

PROPOSTAS PARA A ESTAÇÃO BARÃO DE MAUÁ / LEOPOLDINA

Proposta para a criação do Museu Ferroviário Nacional
Fonte: UFSC

EVENTOS

Um absurdo uma estação ferroviária como a Estação Leopoldina, com tanta história e localizada quase no Centro da cidade do Rio de Janeiro, desativada. Existem enormes potencialidades para ela, inclusive culturais. Um amplo espaço que poderá sediar muitos eventos. Com o Portal Rio em funcionamento, junto com o Shopping Leopoldina, dará a qualquer evento ali realizado um público cativo estimado em mais de 100.000 pessoas por dia. Um espaço que será disputado por muitos realizadores.

O FUTURO

No futuro o Brasil, com o desenvolvimento de trens regionais, a tendência é que grandes cidades venham a ter também grandes estações ferroviárias, e a Estação Leopoldina será uma delas.

E PODE SER, QUEM SABE, A PRIMEIRA DELAS. Criando tendências e estabelecendo padrões. Possibilitando às pessoas formas mais rápidas de acessarem os grandes centros. Algo que, como já dissemos, é inviável por aviões.

VLT RIO

Outra empresa, onde uma parceria será muito bem vinda, seria a do VLT Rio. A AFTR apresentou a concessionária VLT Rio proposta de ampliação de suas linhas visando ao atendimento da Estação Leopoldina em sua plenitude.

  • A linha 1 seria estendida para uma estação a ser construída dentro do Shopping Leopoldina, a ser construído em frente à estação Leopoldina, do outro lado da Rua, passando ali a ser a estação terminal da linha 1. Novamente não inventamos nada, nos baseamos em uma proposta do DER-GB da decada de 1960.

  • A Linha 2 teria um trecho elevado, passando pelos fundos de prédios abandonados na Rua General Luiz Mendes de Moraes, cruzando por cima a Francisco Bicalho, passando onde anteriormente existia o acesso ferroviário da Praia Formosa, mas agora em via elevada, ali seria construída uma estação, seguindo pela faixa de domínio da Leopoldina até a estação intermodal São Cristovão, Passando ali a ser a estação terminal da linha 2

Desenho 1: Linha elevada cruzando a Av. Francisco Bicalho com uma estação elevada próxima ao portão de acesso ao pátio por onde no passado passavam os trens para Praia Formosa.

Desenho 2: Prolongamento da linha elevada chegando a estação intermodal São Cristovão.

Teremos então a Estação Leopoldina sendo atendida por 2 linhas de VLT, um modal que já conquistou os usuários pela sua eficiência a confiança. Isso daria enorme conforto ao usuário, além de colocar passageiros de trens regionais e até mesmo de trens urbanos dentro da rede do VLT, acessando diversos modais e diversos pontos centrais da cidade do Rio de Janeiro.

CONCLUSÃO

O que a AFTR propõe é inédito, complexo, mas viável. E esperamos que dentro do setor público existam interlocutores capazes de entender tais propostas.

Um determinado político, certa vez, disse algo sobre o Rio de Janeiro:

“O rio de Janeiro é como um tambor, quando se bate nele seu som vai longe e todos no Brasil escutam”.

:: Tudo o que acontece no Rio de Janeiro influencia o Brasil ::

Propostas da AFTR como:

  • O Portal Rio
  • A Ferrovia Centro Sul Fluminense.
  • O Projeto Petropolis.

Quando executadas podem vir a influenciar e servir de modelos e exemplos de iniciativas a serem copiadas em outros estados, e assim revolucionar o transporte ferroviário do Brasil.

Ideias com o padrão de qualidade AFTR: Propostas tecnicamente perfeitas e economicamente viáveis. Feitas por gente que já administrou até barracas de cachorro-quente e que, portanto, sabe fazer negócios.

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“Não devemos ter medo das novas ideias! Elas podem significar a diferença entre o triunfo e o fracasso.”

Napoleon Hill

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Agradecemos a leitura. Até a próxima !

(A opinião constante deste artigo é de inteira responsabilidade do autor, não sendo, necessariamente ou totalmente, a posição e opinião da Associação)

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Autor

  • Mozart Fernando

    Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral da AFTR no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de diretor-técnico da instituição. Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966. Esse Engenheiro durante esse período trabalhando no setor de cremalheiras acompanhou o desmonte da E.F. Cantagalo e conhecia diversas histórias envolvendo o desmonte da Ferrovia de Petrópolis realizado pela mesma equipe. Histórias que muitos preferem esquecer. Parte dessa convivência extremamente valiosa está transcrita nos textos publicados pela AFTR. Não se considera um “especialista” em ferrovias, outra palavra que hoje no Brasil mais desmerece do que acrescenta. Se considera um “Homem de Negócios” e entende que o setor ferroviário só terá chance de se alavancar quando os responsáveis por ele também forem homens de negócios. Diferente de rodovias, as ferrovias são negócios. E usar para ferrovias os mesmos parâmetros balizares de construção e projeto usados em rodovias redundará em fracasso. Mozart Rosa é alguém que mais que projetos, quer apresentar Planos de Negócios para o setor.

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