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Por Mozart Rosa

Update do texto 1 de “A Guerra das Bitolas”

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De todas as fotos publicadas em textos da AFTR talvez a mais emblemática seja a foto abaixo, mostrando a estação de Manguinhos (ainda com o nome de Amorim) da antiga EF do Norte, atual ramal de Gramacho/Saracuruna. Em destaque as quatro linhas em bitola métrica que atendiam o trecho naquela época.

Imagem colorizada a partir da original monocromática
Fonte original: Arquivo Nacional

Essas linhas partiam da Estação Leopoldina (Barão de Mauá) e chegavam a Petrópolis e Teresópolis, além de outras cidades e localidades do recôncavo da Baía de Guanabara e do Norte-Fluminense via Magé e Itaboraí. Também alcançavam Três Rios via ligação São Bento x Ambaí (entre 1968 e 1988) e a partir de Miguel Pereira, por onde os trens passavam via Linha Auxiliar, alcançava também Vassouras, Valença e outros pontos do interior do estado.

De Três Rios era possível se chegar a Ubá, Caratinga e a Cataguazes, dentre outras cidades de Minas Gerais. Hoje é impossível pois várias destas ferrovias não passam mais pelas localidades, foram extintas.

Perceberam o quanto essa loucura de alargamento desenfreado de linhas prejudicou varias cidades do Estado do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.

A simples eletrificação de duas linhas no trecho Barão de Mauá x Gramacho x Saracuruna mantendo a bitola métrica nas quatro linhas atenderia plenamente ao ramal em seu trecho suburbano.

Não existem diferenças volumétricas e de capacidades significativas nos vagões (carros) de passageiros usados em bitola métrica e nos de bitola larga. Nada que um aumento de frequência das composições não cubra.

Ao alargar duas linhas os “jenios” do passado conseguiram estrangular a capacidade da métrica.

Abaixo um vídeo-clipe com Ney Matogrosso, gravado neste trecho ferroviário, mostrando as linhas métricas sobreviventes indo até a Leopoldina e posteriormente removidas na gestão de Sergio Cabral.

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Agradecemos a leitura. Até a próxima !

(A opinião constante deste artigo é de inteira responsabilidade do autor, não sendo, necessariamente, a posição e opinião da Associação)

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Autor

  • Mozart Fernando

    Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral da AFTR no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de diretor-técnico da instituição. Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966. Esse Engenheiro durante esse período trabalhando no setor de cremalheiras acompanhou o desmonte da E.F. Cantagalo e conhecia diversas histórias envolvendo o desmonte da Ferrovia de Petrópolis realizado pela mesma equipe. Histórias que muitos preferem esquecer. Parte dessa convivência extremamente valiosa está transcrita nos textos publicados pela AFTR. Não se considera um “especialista” em ferrovias, outra palavra que hoje no Brasil mais desmerece do que acrescenta. Se considera um “Homem de Negócios” e entende que o setor ferroviário só terá chance de se alavancar quando os responsáveis por ele também forem homens de negócios. Diferente de rodovias, as ferrovias são negócios. E usar para ferrovias os mesmos parâmetros balizares de construção e projeto usados em rodovias redundará em fracasso. Mozart Rosa é alguém que mais que projetos, quer apresentar Planos de Negócios para o setor.

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