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Olá, Amigas e Amigos!

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Hoje se inicia um novo capítulo na história Trilhos do Rio. Após aproximadamente um ano de diálogos e ajustes foi criado na manhã do dia 13 de abril de 2024 o Departamento de Pesquisas e Projetos Trilhos do Rio.

Mas como isso ocorreu? No que consiste este departamento? A Associação Ferroviária Trilhos do Rio acabou? Calma, vamos explicar tudo, mas antes precisamos voltar um pouco no tempo, acompanhem!

 

DE 2009 ATÉ 2014

No ano de 2009 foi organizado um grupo de pesquisadores, usuários e estudiosos sobre as ferrovias do estado do Rio de Janeiro, que se reuniam e debatiam projetos, pesquisas e descobertas, além de publicar bastante material, principalmente de forma online, em comunidades do finado Orkut, no Facebook e em fóruns de debate como o SkyscraperCity e o TGVBR. Em 2011, este último passou por um longo período de instabilidade e, na preocupação de perdermos o conteúdo publicado até o momento, decidimos criar um fórum próprio, que veio a se tornar o pontapé inicial, o espaço próprio Trilhos do Rio, que tornou-se referência com suas pesquisas e “mistérios” desvendados…

Vestígios do ramal de Tinguá da Estrada de Ferro Rio d’Ouro. Fonte: Daddo Moreira/DPPTR em 2013

Desde o ano de 2009 as pesquisas em campo realizadas também foram destaque, e um dos seus fundadores e futuro presidente e coordenador-geral da instituição gravou em vídeo uma atividade que ficou marcada, sendo lembrada até hoje: a expedição solitária entre Piabetá e Guia de Pacobaíba, tentando percorrer o antigo leito da pioneira Estrada de Ferro Mauá.

Com a participação de um número crescente de membros no fórum e nas atividades de pesquisa, que sempre foram abertas ao público interessado em conhecer o nosso trabalho, a equipe foi sendo renovada e recebendo “sangue novo”. Mas queríamos mais: ser uma instituição formal, com CNPJ e Pessoa Jurídica próprios, uma instituição sem fins lucrativos que buscasse, através das pesquisas e projetos, trazer benefícios para a coletividade usuária dos transportes públicos, notadamente sobre trilhos.

 

DE 2014 A 2021

O ano de 2014 marcou a história Trilhos do Rio com a fundação da ONG Associação Ferroviária Trilhos do Rio (AFTR) e sua formalização como Pessoa Jurídica, após quase 4 horas de exaustiva reunião no Pavunense Futebol Clube, onde foi lido o estatuto criado pelo nosso primeiro Secretário-geral, Carlos Assis, sendo revisado e ajustado pelos fundadores presentes.

Reunião de fundação da AFTR em 16 de novembro de 2014. Fonte: Daddo Moreira/DPPTR

Neste episódio ocorreu aquela já famosa situação inusitada: após muitos minutos de leitura do estatuto, bem completo e abrangente aliás, começou em um salão anexo do clube um evento onde uma banda tocava músicas no estilo Rock no volume máximo! Neste momento tivemos a ideia de colocar um fone de ouvido que encontramos em um aparelho de som do clube, mas mesmo assim a acústica não colaborava. E então colocamos o fone dentro de um copo descartável e assim prosseguimos com a leitura do estatuto.

O secretário-geral Carlos Assis realizando a leitura do estatuto da AFTR e utilizando um copo descartável como microfone para amplificar a voz. Fonte: divulgação DPPTR

Esse período foi de ainda mais atividade, onde conseguimos visibilidade e acesso à políticos e concessionárias. Cesar Maia, Luis Paulo Correia da Rocha, o empresário Sávio Neves (da Estrada de Ferro Corcovado), visitas ao CCO da Supervia e ao CCO do VLT Carioca foram alguns dos eventos que merecem destaque.

Simulador do VLT Carioca no seu CCO, atual CIOM, na Gamboa. Fonte: Daddo Moreira/DPPTR em 2018

Contudo, no último dia de 2016 o presidente da instituição sofreu uma perda familiar considerável e em 2017 começou a nutrir um projeto antigo de buscar novos ares, sair do Rio de Janeiro, mas ainda mantendo as atividades da instituição, que foram vitais para a saúde emocional do mesmo neste período. Entretanto, como estavam em curso as suas aulas de nível superior, decidiu concluir a Universidade antes e depois tocar este projeto. Os anos de 2017 e 2018 se caracterizaram como os mais ativos da trajetória Trilhos do Rio, com atividades pelo interior do estado e até fora dele, em São Paulo e Minas Gerais.

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Daddo Moreira e Ralph Giesbrecht, responsável pelo site “Estações Ferroviárias do Brasil”, durante encontro realizado em São Paulo em julho de 2018. Fonte: Daddo Moreira/DPPTR

Até que chegou o começo do ano de 2020, e a pandemia COVID-19. No dia em que estava agendada uma atividade na região de Miguel Pereira decidimos cancelar na véspera, e coincidentemente no dia seguinte, quando deveria ocorrer a expedição, soubemos que a primeira vítima fatal da pandemia no Rio de Janeiro tinha utilizado os mesmos meios de transporte que nos levaria ao início da pesquisa: Conrado, em Miguel Pereira.

Fonte: G1

Passados muitos meses de pandemia, distanciamento social, e pouquíssimas atividades presenciais, foi decidida a extinção da Pessoa Jurídica da instituição. Esta decisão pesou também pela intenção do presidente sair do Rio de Janeiro mas ainda mais pela pesada carga tributária que incidia mensalmente. Curiosamente, na ocasião do encerramento do CNPJ da AFTR, constatou-se que diversas taxas e impostos estavam atrasados, algo que não era cobrado e nem conhecido: ao final foi benéfico o encerramento, pois talvez não soubéssemos tão cedo pela existência desses tributos e a situação poderia ficar mais complicada.

A partir de então a AFTR manteve-se como um Movimento Social, ou uma fábrica de ideias (tradução literal de Think Tank, comum em outros países), tendo suas atividades presenciais parcialmente retomadas e mantendo-se os sites, redes e mídias sociais.

 

A PARTIR DE 2022

No dia 10 de abril de 2022 foi fundada a Associação Ferroviária Melhoramentos do Brasil (AFMB), com o foco de se preservar, inicialmente, o trecho ferroviário da Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil, conhecida também como Linha Auxiliar, no trecho há anos abandonado entre Japeri e Paraíba do Sul. A única exceção, com o trecho mantido, era o curto percurso entre Governador Portela e Miguel Pereira, onde membros da Associação Fluminense de Preservação Ferroviária (AFPF) realizaram ações de preservação percorrendo constantemente os 4,5kms de linha com pequenos veículos ferroviários (trecho onde, aliás, foi implantado um Trem Turístico recentemente).

Foto social dos membros presentes à fundação da AFMB, em Paty do Alferes. Fonte: divulgação AFMB

Esta nova instituição preservacionista tem entre seus integrantes alguns membros que fizeram parte da AFPF e também da AFTR, que periodicamente trabalhavam em conjunto em atividades de preservação no trecho. Em 2023 o presidente da AFMB fez uma proposta ao atual coordenador-geral da AFTR: porque não juntar ainda mais as forças e ao mesmo tempo dar uma oportunidade da AFTR ter um caráter jurídico atrelado à AFMB, como um departamento da instituição?

Debatemos sobre essa possibilidade durante o ano, reunindo membros mais atuantes da AFTR e o presidente da AFMB, realizando inclusive uma reunião online com o tema.

Reunião online realizada em janeiro de 2023 com membros da AFTR e da AFMB. Fonte: divulgação

Algumas indefinições marcaram este período, mas a possibilidade mais atraente para ambas seria de fato a criação de um setor dentro da AFMB: assim, em março de 2024, foi definida a criação do Departamento de Pesquisas e Projetos Trilhos do Rio, que ficará dedicada a organização de pesquisas virtuais e presenciais, e elaboração de projetos para a preservação ferroviária no estado do Rio de Janeiro, além de propostas para melhorias no sistema de transporte sobre trilhos, atual e futuro, trabalhando em cooperação com a AFMB.

Foto-social da AGO da AFMB onde, dentre outros assuntos, foi definida a criação do do Departamento Trilhos do Rio

Em Assembleia realizada na cidade de Miguel Pereira no dia 13 de abril de 2024, com a presença de membros das instituições e outros presentes, foi formalizada  a criação do Departamento e a união entre as entidades.

Foto: Daddo Moreira
Foto: Daddo Moreira

Ambas porém permanecem independentes, podendo futuramente cada uma seguir seus próprios caminhos, mas no momento o foco é trabalhar em conjunto e se dedicar mais e mais em prol dos trilhos do estado do Rio de Janeiro. E que comecem (continuem) as pesquisas e projetos, vamos que vamos!

 

Texto escrito em 07 de abril de 2024 às 13h36
Última atualização em 13 de abril de 2024 às 19h20
Imagem de capa: evento de formalização do Departamento, ocorrido em Miguel Pereira. Fonte: Daddo Moreira/DPPTR

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  • AF Trilhos do Rio

    A Associação Ferroviária Trilhos do Rio - AFTR é um grupo de amigos, profissionais, entusiastas e pesquisadores ferroviários que organiza, desde o ano de 2009, eventos, atividades e pesquisas, tanto documentais quanto em campo, sobre a história e patrimônio ferroviário do estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de resgatar, preservar e divulgar a história e memória dos transportes sobre trilhos fluminenses.

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