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Nossa proposta para o Metrô da Freguesia.

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Quem conhece os meandros do Governo do Estado sabe das dificuldades de instituições governamentais em desenvolver propostas de mobilidade.

Os bastidores da expansão do metrô até a Barra, como é de conhecimento público, não foram nem um pouco republicanos, tendo em vista as condenações pela Lava Jato do ex-governador Sergio Cabral.

A cidade cresceu, nossa dinâmica atual de desenvolvimento difere da existente na década de 60, quando os projetos do metrô foram feitos. Portanto, o governo do estado, por meio de suas empresas teoricamente especializadas no assunto, deveria tentar entender essa nova dinâmica, algo impensável tendo em vista a burocratização dessas empresas.

Portanto, mais uma vez, nós da AFTR daremos nossa modesta opinião sobre esse assunto.

A EXPANSÃO PARA A FREGUESIA

A Freguesia, ao longo dos anos, foi um dos bairros que mais cresceu no município do Rio de Janeiro. De um bucólico bairro com diversas casas, especialmente na estrada dos Três Rios e arredores, se tornou um bairro com diversos condomínios. Tem uma população superior a 100.000 habitantes, isso sem contar bairros à sua volta como Gardênia Azul, Anil, além da própria Cidade de Deus. Estimamos um público diário da ordem de 200.000 habitantes ou mais, considerando a vinda de habitantes de outros bairros e a expansão do sistema além da Freguesia.

Propomos então uma expansão do Metrô para a Freguesia, a partir da construção de uma extensão de linha da atual estação Uruguai, no sentido Freguesia, por baixo do maciço da Tijuca.

Para isso, tecnicamente propomos a seguinte solução.

Uma obra feita por meio de duas técnicas:

  • Da estação Uruguai até próximo à Rua Garibaldi, onde as cotas de altura começam a ser mais acentuadas, o uso do sistema Cut And Cover.
  • A partir dali e atravessando o maciço da Tijuca, o uso de Tuneladora, o famoso tatuzão. Existem alguns imóveis que podem ser desapropriados para apoio e construção de um túnel extra para acesso de equipamentos e remoção de detritos. Segundo amigos especialistas no assunto consultados, pode-se usar também técnicas de perfuração apenas com dinamite a partir de determinado trecho onde começa o maciço da Tijuca. Próximo ao número 1000, onde fica o atual hospital São Francisco na Providência de Deus.
  • O Quality Shopping Center na Freguesia, cujo subsolo até recentemente estava fechado, pode servir como uma das estações.

O uso do sistema Cut And Cover, por ser um sistema mais barato que o da Tuneladora, é algo a ser estudado.

Sistema Cut And Cover usado na construção do metrô.
Aqui, cortando a av. Treze de Maio e a Praça Floriano.

Seria um prolongamento sem muitas estações.

  • Estação Uruguai (já construída)
  • Estação Três Rios (na descida da Serra)
  • Estação Freguesia (Dentro do Quality Shopping Center)

Considerando o uso de duas técnicas diferentes, poderia ter sua construção iniciada em ambos os extremos. E considerando as características da obra da forma como por nós proposta, poderia ser concluído em quatro anos.

Apenas lembrando que seria fundamental para o governo do estado encontrar algum meio de fazer a obra ligando a estação Estácio à estação Carioca. Se isso não for feito e, por questões eleitoreiras, algum governo resolver fazer essa ligação da Estação Uruguai à Freguesia, o sistema colapsará.

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Oferecer à empresa que administra o Metrô um tempo maior de concessão é uma opção.

Parte do túnel que passará por baixo do maciço da Tijuca, provavelmente poderá ser construído na própria rocha sem revestimento. Lembrando que tudo isso dependerá de estudos geológicos.

A própria Tuneladora a ser usada pode ser a que foi usada para fazer os túneis da linha 4 do metrô do Rio de Janeiro.

Aqui mais uma proposta da AFTR.

Boa parte do proposto aqui tem forte carga de empirismo, qualquer afirmação dependerá de estudos, mas fica aqui uma proposta.

 

Imagem de capa: Em Casa

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Autor

  • Mozart Fernando

    Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral da AFTR no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de diretor-técnico da instituição. Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966. Esse Engenheiro durante esse período trabalhando no setor de cremalheiras acompanhou o desmonte da E.F. Cantagalo e conhecia diversas histórias envolvendo o desmonte da Ferrovia de Petrópolis realizado pela mesma equipe. Histórias que muitos preferem esquecer. Parte dessa convivência extremamente valiosa está transcrita nos textos publicados pela AFTR. Não se considera um “especialista” em ferrovias, outra palavra que hoje no Brasil mais desmerece do que acrescenta. Se considera um “Homem de Negócios” e entende que o setor ferroviário só terá chance de se alavancar quando os responsáveis por ele também forem homens de negócios. Diferente de rodovias, as ferrovias são negócios. E usar para ferrovias os mesmos parâmetros balizares de construção e projeto usados em rodovias redundará em fracasso. Mozart Rosa é alguém que mais que projetos, quer apresentar Planos de Negócios para o setor.

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2 thoughts on “Nossa proposta para o Metrô chegar à Freguesia (Jacarepaguá)

  1. Uma idéia que por seus benefícios impõe-se como evidente. Porém, considerando a eficiência carioca, de que forma se convenceria um governador e/ou um prefeito local, ou candidato em disputa de tais cargos, a por em prática um projeto que não conseguirá inaugurar nem que obtenha 2 mandatos consecutivos ?
    Supondo ainda, no caso do governador, que não seja preso.

  2. Fico feliz que o Trilhos do Rio esteja discutindo propostas para a extensão do metrô para a Freguesia de Jacarepaguá. O debate é extremamente necessário. E não podemos deixar acontecer o que hoje tem sido comum no âmbito estudual (normalizou-se não investir mais em expansão da malha metroviária).

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