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Antes de tudo, queremos dexar claro que este artigo não contesta, de nenhuma maneira, a importância que a locomotiva “Baroneza” possui e o seu real valor como patrimônio histórico das ferrovias e do país. Queremos apenas contar uma parte da história que muitos ainda não conhecem, sobre as ferrovias e a pioneira Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis, conhecida como Estrada de Ferro Mauá.

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A primeira ferrovia do Brasil começou a ser construída no dia 29 de agosto de 1852, quando foi lançada a pedra fundamental da obra, com a presença de diversas autoridades, incluindo Dom Pedro II.

Fonte: Wikipedia

Idealizada por Irneu Evangelista de Souza, a ferrovia seria inaugurada no dia 23 de abril de 1854, mas devido ao mau tempo o seu primeiro trecho, ligando Guia de Pacobaíba a Fragoso, foi inaugurado uma semana depois, no dia 30 de abril, data em que se celebra o dia do Ferroviário e o dia da Baixada Fluminense. Neste dia a locomotiva Baroneza deu início a circulação ferroviária no Brasil, sendo a primeira locomotiva a operar comercialmente em nosso território.

Locomotiva Baroneza e dois carros de passageiros nas oficinas, ano desconhecido
Foto: Arquivo Nacional

Contudo, um fato pouco comentado e divulgado, é que a Baroneza foi de fato a primeira a circular comercialmente em uma ferrovia no Brasil mas não foi a primeira locomotiva a vapor a circular no Brasil. Irineu Evangelista de Souza, o idealizador do projeto, adquiriu junto ao fabricante inglês William Fairbairn and Sons quatro locomotivas a vapor, em bitola Indiana de 1676mm e com tração 2-2-2-T, dentre elas a própria Baroneza e uma outra locomotiva chamada Manchester. Esta foi utilizada durante as obras de construção da ferrovia, transportando material para aterros e outros variados, sendo considerada por esse motivo a primeira locomotiva a vapor a circular no país.

Sir William Fairbairn, foto feita em 1860 por CA Duval & Co (Charles Allen Du Val) e cedida por Algernon Graves em 1916.
Fonte: National Portrait Gallery

Pouco tempo depois, em 1862 e após cerca de 400 produzidas, o fabricante inglês deixou de construir locomotivas a vapor, continuando a trabalhar com outros equipamentos como navios e guindastes.

Locomotiva nº 4 da ferrovia inglesa Liverpool & Manchester Railway. Esta máquina operou entre 1847 e 1905. Foto de Domínio Público

Infelizmente não se tem imagens ou registros desta locomotiva nem das outras duas que fizeram parte da frota inicial da E.F. Mauá.

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Autor

  • Eduardo ('Dado')

    Formado em Arquivologia, pós-graduando em Engenharia Ferroviária, técnico em TI, produtor e editor multimídia, webmaster e webdesigner, pesquisador e historiador informal. No começo dos anos 2000 se aprofundou na área de mobilidade e transportes (e a preservação histórica inerente ao assunto, sobretudo envolvendo os transportes sobre trilhos), e a partir de contatos pessoais e virtuais participou de, e formou, grupos voltados para a disseminação do assunto, agregando informações através de pesquisas presenciais e em campo. Em 2014 fundou formalmente a AFTR - Associação Ferroviária Trilhos do Rio onde reuniu membros determinados a lutarem pela preservação e reativação de trechos ferroviários, além de todos os aspectos ligados às ações, como o resgate da memória e cultura regional, melhoria na mobilidade e consequentemente na qualidade de vida da população, etc Foi presidente e é o atual coordenador-geral da AFTR Não se considera melhor do que ninguém, procura estar sempre em constante evolução e aprendizado, e acumula experiências sendo sempre grato aos que o acompanha e apoia. "Informação e conhecimento: para se multiplicar, se divide"

One thought on “A Baroneza não foi a primeira

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