Por Wilson PS

Colaboração: Eduardo (‘Dado’)

Tempo de leitura: 4 minutos

No artigo de hoje pedimos que o(a) prezado(a) leitor(a) puxe na memória três lembranças, caso tenham conhecimento:

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  • O filme de terror, ambientado em um parque de diversões mas especificamente dentro do brinquedo chamado “Trem-Fantasma”, que tem por título o título desse artigo?
  • O apelido dado aos trens do Ramal Guapimirim, no final da década de 1990 e começo dos anos 2000: “Trem-Fantasma”;
  • O acidente com o Bonde de Santa Teresa, ocorrido no ano de 2011.

No caso do acidente com o bonde de Santa Teresa os prezados leitores tiveram conhecimento que o sistema mecânico do veículo acidentado tinha partes amarradas com arame? Pois é, a história está se repetindo, mas agora no sistema de trens metropolitanos em bitola métrica da SuperVia, nos ramais Saracuruna – Vila Inhomirim e Saracuruna – Guapimirim.

Acidente com Bonde em Santa Teresa em agosto de 2011
Fonte: AFP via BBC

Recebemos recentemente um vídeo que mostra uma peça de uma das locomotivas, usada no trecho de Guapimirim, amarrada com arame. Provavelmente isso não está certo…

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A locomotiva em questão é a de nº 2363, adquirida ainda pela Estrada de ferro Leopoldina nos fins da década de 1950: uma demonstração clara que a SuperVia nunca investiu no arcaico sistema movido pela tração a diesel e, ao que tudo indica, a mesma concessionária não pretende resolver ou ao menos amenizar em nada o problema.

Locomotiva 2363, ainda na época da operação pela CENTRAL Logística
Foto: Eduardo (‘Dado’) em 2009

Recentemente uma locomotiva e os carros de passageiros de um trem, que cumpriria o último horário do dia no ramal Guapimirim, apresentaram avaria e o serviço foi cancelado. Os passageiros, que dependeriam do serviço, ficam como? Literalmente a pé, pois nem em dias de manutenção em alguns trechos administrados pela concessionária são disponibilizados mais ônibus para o transporte, como era feito há alguns anos.

Fonte: imagem de Mensageiro Instântaneo

Enquanto isso a população continua exposta ao perigo constante, utilizando-se do “trem da morte”, um outro apelido que infelizmente retrata o descaso e a falta de investimento pela concessionária e pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, que tem responsabilidade assinada em contrato com a manutenção e funcionamento adequado do serviço.

Aparelho de Mudança de Via (AMV) ainda manual, em uso no ramal Vila Inhomirim
Foto: Eduardo (‘Dado’)

E como se já não bastasse temos uma Agência reguladora que na prática apenas registra e divulga problemas e fatos ocorridos no sistema sobre trilhos, e quando muito aplica multas que são irrisórias aos responsáveis.

Um dos “Homens-Prancheta” da AGETRANSP em ação
Fonte: Twitter

Como podemos classificar isso?

Não é um parque de diversões, mas certamente um Circo onde os usuários, as verdadeiras vítimas, são feitos de palhaços?

Parabéns aos envolvidos.


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Agradecemos a leitura, até a próxima!

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Autor

  • Mozart Fernando

    Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral da AFTR no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de diretor-técnico da instituição. Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966. Esse Engenheiro durante esse período trabalhando no setor de cremalheiras acompanhou o desmonte da E.F. Cantagalo e conhecia diversas histórias envolvendo o desmonte da Ferrovia de Petrópolis realizado pela mesma equipe. Histórias que muitos preferem esquecer. Parte dessa convivência extremamente valiosa está transcrita nos textos publicados pela AFTR. Não se considera um “especialista” em ferrovias, outra palavra que hoje no Brasil mais desmerece do que acrescenta. Se considera um “Homem de Negócios” e entende que o setor ferroviário só terá chance de se alavancar quando os responsáveis por ele também forem homens de negócios. Diferente de rodovias, as ferrovias são negócios. E usar para ferrovias os mesmos parâmetros balizares de construção e projeto usados em rodovias redundará em fracasso. Mozart Rosa é alguém que mais que projetos, quer apresentar Planos de Negócios para o setor.

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