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A AFTR teve acesso ao mais recente projeto e apresenta imagens da possível restauração, após local recebe propostas de se tornar Mercado Popular, “Cidade da Cerveja”, dentre outros projetos.

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Entre rachaduras, infiltrações e materiais enferrujados, a antiga Estação Ferroviária Barão de Mauá, conhecida como Leopoldina, preserva em seu interior e plataformas muitas relíquias como a bilheteria, trens históricos, e a abóbada do salão principal, dentre muitas outras. Inaugurado em 1926 e tombado como patrimônio histórico, o edifício é objeto de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) desde 2013. Contudo, dois eventos recentes podem impactar o futuro do local.

Projeto de restauração da fachada principal da estação. Imagem/Créditos: Projeto AAA Azevedo Agência de Arquitetura

A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) comprometeu-se a cumprir o último acordo com o MPF, prometendo entregar, até 7 de dezembro, o projeto executivo de restauração do edifício e das plataformas. Estas, juntamente com o prédio, receberão reformas e jardins, estimadas em R$ 25 milhões e com previsão de licitação para o início de 2024. Paralelamente, o prefeito Eduardo Paes negocia a compra do imóvel com o governo federal.

Projeção da fachada lateral da estação, após restauração. Imagem/Créditos: Projeto AAA Azevedo Agência de Arquitetura

Eduardo Paes sugeriu ao ex-Presidente Lula, por meio do X (antigo Twitter), a venda do prédio e terreno para que a Prefeitura possa realizar a reforma.

Sem circulação de trens desde 2011, a área, com 124 mil metros quadrados, é alvo da intenção de Paes de adquirir o terreno por completo, não apenas o terminal. O prefeito busca uma operação semelhante à realizada com o Edifício “A Noite” na Praça Mauá, vendido para a AZO Inc.

Imagem/Créditos: Projeto AAA Azevedo Agência de Arquitetura

A prefeitura apresentou um projeto de lei à Câmara de Vereadores, ampliando a possibilidade de uso de Certificados de Potencial Adicional Construtivo (CEPACs) na Leopoldina, tornando o local mais atrativo para o setor imobiliário. No entanto, já está em avançado andamento um projeto do Governo Federal para o local. A AFTR teve acesso ao projeto e divulga algumas imagens de como poderá ficar a estação, nesta matéria.

Imagem/Créditos: Projeto AAA Azevedo Agência de Arquitetura

Até dezembro, o escritório de arquitetura AAA concluirá o projeto de restauração do edifício e da área adjacente. Rodrigo Azevedo, líder do escritório, mencionou a possibilidade de iniciar as obras em seguida, com empresas patrocinando o empreendimento em troca de benefícios fiscais.

Carlos Rodrigues, coordenador-técnico da SPU, explicou que serão necessários pelo menos três anos de obras para recuperar o prédio, seu anexo e as plataformas. Ele afirmou que a concepção arquitetônica está pronta, e neste momento estão sendo detalhados projetos complementares do interior do edifício, como os de redes elétricas e hidráulicas. Ele informou que tudo foi aprovado pelo IPHAN, acrescentando que o que se encontra atualmente no terraço precisará ser removido, pois existem construções que não poderão permanecer.

Imagem/Créditos: Projeto AAA Azevedo Agência de Arquitetura

Dentro do edifício, de quatro andares incluindo o térreo, há tetos sem revestimento, fiação e tubulações arrancadas. Além da deterioração decorrente da falta de manutenção, o imóvel vem sendo depredado por conta de constantes invasões.

No térreo (primeiro pavimento), o busto do Barão de Mauá, pioneiro da ferrovia no Brasil, continua imponente. Sinais do passado estão também em nomes que designavam espaços, como a “sahida”, com a grafia antiga, e a charutaria . Até o terceiro andar, o que restou do acervo móvel teria sido transferido para um depósito. No quarto andar, no entanto, onde funcionou o órgão central do Serviço Social das Estradas de Ferro, espalhados por salas há computadores, papéis, armários de arquivo, divisórias, carimbos e até flores de pano.

Para o prédio, há a perspectiva de o Instituto Federal do Rio de Janeiro estabelecer o primeiro curso de Artes Técnicas do Brasil. Quanto ao terreno, planeja-se um conjunto habitacional financiado pelo BNDES e a criação de um parque arqueológico, considerando a descoberta, em 2013, de um sítio com relíquias da família imperial.

Imagem/Créditos: Projeto AAA Azevedo Agência de Arquitetura

Parte do terreno é ocupada pela Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central), e, conforme um acordo de maio de 2022, deveria ser desocupada, mas a falta de um cronograma e alegações financeiras têm impedido o cumprimento. Além disso, o complexo abriga vagões e composições antigas, sob responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que fazem parte do Acervo do Museu do Trem, no Engenho de Dentro.

Imagem/Créditos: Projeto AAA Azevedo Agência de Arquitetura

O Iphan afirmou que os trens tombados que estão na Leopoldina pertencem a União, mas estão sob a gestão do instituto. A Secretaria estadual de Transportes não deu previsão de a fábrica de aduelas e as peças serem retiradas do terreno federal. Disse que a Central removeu sucatas e materiais inservíveis da estação e que está “em contato com institutos e associações de preservação ferroviária para discutir a destinação adequada do material remanescente”.

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Imagem/Créditos: Projeto AAA Azevedo Agência de Arquitetura

Enquanto isso, ainda sobre o debate em redes sociais, algumas pessoas ressaltaram a importância de uma melhor comunicação do Governo Federal, buscando o empenho de diversos órgãos no andamento do projeto. Outro questionamento é se o prefeito Eduardo Paes estaria ciente desses detalhes relacionados ao projeto, e sugere uma liderança mais efetiva do governo para divulgação, que poderia atrair empresas interessadas em financiar as obras. O Presidente Lula, por sua vez, respondeu ao prefeito na mesma rede social, oferecendo a possibilidade de uma conversa para discutir e trabalhar em prol do Rio, sugerindo que Paes aproveite e compartilhe os planos que tenha para a estação.

Imagem: divulgação

 

A AFTR já apresentou há alguns anos uma proposta para o local, e aproveitou o debate na rede social para publicar e expor, durante o diálogo entre prefeito e presidente, este projeto. Caso não conheçam, vejam abaixo.

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Portal Rio – Reativando a Estação Leopoldina

Atualização de última hora: segundo Ricardo Lafayette, presidente da Associação Fluminense de Preservação Ferroviária (AFPF), foi iniciada uma intervenção na estação com o objetivo de recolocação de telas de proteção na fachada principal do prédio, mais uma vez.

Como comentado anteriormente, esperamos e torcemos que seja feito muito mais do que isso em breve.

 

 

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Com informações do Jornal Extra, O Dia, Lu Lacerda e O Globo
Texto escrito em 24 de novembro de 2023 às 21h48
Última atualização em 24 de novembro de 2023 às 21h48
Imagem de capa: divulgação SPU/AAA Azevedo Agência de Arquitetura

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  • AF Trilhos do Rio

    A Associação Ferroviária Trilhos do Rio - AFTR é um grupo de amigos, profissionais, entusiastas e pesquisadores ferroviários que organiza, desde o ano de 2009, eventos, atividades e pesquisas, tanto documentais quanto em campo, sobre a história e patrimônio ferroviário do estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de resgatar, preservar e divulgar a história e memória dos transportes sobre trilhos fluminenses.

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