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Artigo publicado em 22 de maio de 2023 às 10h51
Última atualização em 22 de maio de 2023 às 11h03

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Recentemente foram publicadas no site da AFTR algumas oportunidades de emprego abertas nas concessionárias Metrô Rio (para condutoras), e para a MRS Logística (auxiliar de maquinista).

No caso do Metrô, as inscrições foram divulgadas em cima da hora, com pouco tempo para inscrição, mas mesmo assim a publicação atraiu muitas interessadas. Devido à grande procura e repercussão, decidimos publicar um artigo específico sobre o assunto, com testemunho de um de nossos membros, que participou de processos seletivos em ambas as empresas: MRS Logística e Metrô Rio. E ao final do artigo deixaremos os links para inscrição em cada uma das concessionárias de transporte sobre trilhos no estado do Rio de Janeiro.

Aproveitamos também para informar que os processos seletivos que um de nossos membros participou podem ter sofrido alterações, já que se passaram alguns anos, mas basicamente seriam dessa forma descrita. E ressaltamos que, ao contrário do que muito se comenta e pensa, as oportunidades não são preenchidas por indicação mas por seleção e qualificação dos currículos, propostas e respectivas vagas oferecidas. E cabe lembrar também que, sempre após todas as etapas de um processo seletivo, são promovidos cursos e/ou treinamentos para os candidatos aprovados, que normalmente duram vários meses, dependendo do cargo preenchido.

Sem mais delongas, vamos ao depoimento de Daddo Moreira, coordenador-geral da AFTR, sobre os processos seletivos que participou entre os anos de 2009 e 2011.

 

“Em 2008 decidi me inscrever para concorrer às vagas de trabalho nas empresas Supervia (trens de passageiros), Metrô Rio (metrô) e MRS Logística (trens de carga). Após mais de um ano, quando eu já tinha até me esquecido que tinha feito inscrição, a MRS Logística me mandou um e-mail informando data e horário para participar do processo seletivo visando participar de um curso de preparação e emprego como auxiliar de maquinista nos trens da carga da empresa. Na época eu mantinha contato constantemente com um amigo, pelo finado Orkut, que também tinha muita vontade de trabalhar na empresa, e fomos combinando de nos encontrarmos em Mangaratiba, local da primeira etapa do processo: uma prova escrita de português, matemática e raciocínio lógico.
No dia agendado saí às 4h da manhã para tentar chegar no local, a prova estava marcada para iniciar às 9h. Após pegar três conduções e muito congestionamento (a rodovia Rio – Santos estava em obras) acabei chegando com vinte minutos de atraso, sendo impedido de entrar para fazer a prova.
‘Meu mundo acabou’ naquele momento, fiquei desorientado e vagando pela cidade, acompanhando a linha ferroviária do ramal de Mangaratiba (Angra) por vários quilômetros, até que quando me dei conta nem sabia mais onde estava. Com a consciência no lugar, consegui retornar à rodovia e embarcar em um ônibus de volta para Itaguaí, depois para a Central e de lá para minha casa, tentando me conformar com o ocorrido. O amigo que eu conversava pelo Orkut conseguiu fazer a prova, entrar, participar do curso de preparação (em Minas Gerais) e trabalhar na empresa, fiquei muito feliz por essa conquista dele.
Semanas depois, para minha surpresa e felicidade, fui novamente chamado pela MRS, dessa vez para fazer a prova em Itaguaí, menos distante da minha residência. É importante ressaltar que um dos requisitos exigidos dos candidatos é que devam residir em locais específicos, próximos às áreas de atuação da MRS, salvo exceções. Como eu tenho parentes em Seropédica, e era permitida a participação de candidatos desta cidade, consegui comprovante de residência de uma tia e, se eu conseguisse o trabalho passaria a morar lá.
Desta vez consegui fazer a prova escrita, a primeira de seis etapas para conseguir trabalhar na empresa. Posteriormente, e a cada etapa percorrida e cumprida, aguardava ser chamado para a próxima. E assim passei pela prova escrita, pelo teste “psicotécnico” (principalmente de reflexo), dinâmica de grupo… até que chegou a “entrevista com os gestores”, onde os candidatos conversam diretamente com diretores da empresa. Neste dia demorei muito até encontrar o local (estação de Brisamar) e acho que não fui muito convincente em relação ao meu endereço residencial e de trabalho na ocasião, e não fui aprovado para a próxima etapa: os exames médicos. Assim que eu saí da entrevista já percebi que não tinha ido bem, e não me chamariam posteriormente, me conformando com a situação.
Alguns meses depois me surpreendi novamente: o Metrô entrou em contato com um convite para participar de um processo seletivo para condutor. Fiquei radiante, pois trabalhar com algo que gostamos é o objetivo de vida de praticamente todo mundo. Obviamente aceitei a proposta e comecei a participar das etapas, seis no total, incluindo dinâmica de grupo, prova escrita, um “mini-curso” (onde aprendi o básico de eletricidade e sobre o funcionamento de portas e bloqueios de segurança. Sorte da minha turma que eram dois dias e que caíram em uma sexta e em uma segunda-feira, dando tempo de estudar uma apostila no final de semana)”, teste psicotécnico, entrevista com os gestores e exame médico, não necessariamente nesta ordem.
Este processo seletivo reuniu várias turmas, cada uma com 10 participantes, aproximadamente. O intuito era ocupar as vagas necessárias para a expansão do Metrô que estava por vir: a Linha 4 e a operação durante os Jogos Olímpicos, que ocorreram cerca de 6 anos depois deste período.
Comecei bem a participação neste processo, mas um fator influenciou fortemente o meu insucesso ao final: o intervalo entre as etapas: meses! Em uma ocasião eu estava de férias do serviço, fazendo um curso em Macaé (morava na cidade do Rio de Janeiro, na época) e dormindo em Quissamã na casa de parentes. Dentro do ônibus, neste percurso Macaé – Quissamã, e já anoitecendo, recebo um telefonema no celular perguntando se eu poderia estar presente no CCO do Metrô no dia seguinte às 8h da manhã. Consegui, mas imaginem como é ter que descer do ônibus no meio da estrada, esperar outro no sentido contrário, ir para Macaé e conseguir comprar uma passagem para o Rio, chegar muito tarde em casa para no outro dia estar em mais uma etapa do processo? Mas com muita luta e determinação fui passando por todas as fases, até que chegou a quinta e penúltima etapa. Após a certeza da minha aprovação nesta, restava apenas o exame médico, última fase! Eu estava tão certo do sucesso que fiz exames por conta própria, em laboratórios particulares, e como sempre procurei manter a saúde em ordem, e de fato estava tudo bem, pedi demissão do atual emprego, aguardando apenas a chamada para a última etapa e dali em diante entrar no tão sonhado emprego no Metrô. Mas não foi bem assim… meses e meses se passaram, e pouco mais de um ano depois, me convidaram a retornar ao trabalho de onde eu tinha pedido demissão. Contas e dívidas chegando, voltei a trabalhar, tudo bem…
14 meses depois da última etapa cumprida, eis que recebo uma ligação: era o Metrô, me convocando para participar da última fase no dia seguinte! Falei com a patroa e ela quase caiu pra trás, mas me liberou para participar. Entretanto, e infelizmente, a véspera desse dia não foi nada boa, dormi muito mal, e já fui preocupado com o meu estado clínico e físico para os exames. Chegando lá ficamos sabendo que, devido ao processo ter demorado muito, iriam retomar tudo desde o princípio! E a primeira etapa, a daquele dia, seria entrevista com os gestores. Decidi, como de costume, enfrentar logo primeiro esse processo, me candidatando para ir na frente de todos daquela turma, mas durante o bate-papo com os diretores da empresa, não fui bem, desconcentrado e desorientado, certamente devido ao sono e noite mal dormida. Já saí da conversa sabendo que não iria passar, e infelizmente foi o que ocorreu.

Daddo Moreira complementa este depoimento e testemunho com algumas dicas:

“Apesar da experiência terminando de forma frustrante, agradeço muito por tudo que passei e aprendi. E posso concluir e colaborar dando uma ajuda e passando algumas dicas para quem queira e sonhe trabalhar no meio ferroviário e/ou metroviário (que na prática é a mesma coisa, transporte sobre trilhos):

  • Se informe sobre as oportunidades oferecidas;
  • Saiba mais sobre a rotina de cada profissão, às vezes algo pode não ser o que ou como parece, e isso vale para o melhor ou para o pior;
  • Estude e se dedique, buscando informações na internet, em sites, página e/ou grupos em Redes Sociais. Apesar de ainda existirem algumas pessoas sem paciência, certamente muitos poderão passar informações e ajudar em diversos aspectos;
  • Observe os locais de residência descritos no processo de seleção: normalmente operadoras ferroviárias que abrangem determinadas distâncias colocam como requisito que o candidato more próximo à via férrea, pátio ou estação específicos;
  • Não acredite em frases como “Só entra quem tem QI” (Quem indica), ou frases que desmereçam a oportunidade ou até mesmo a profissão, que é digna como qualquer outra;
  • Acredite em seus sonhos, seja o protagonista da sua vida, não o coadjuvante que aceita e ouve tudo sem filtrar os bons conselhos dos comentários depreciativos.
  • E por fim, dentre tantas outras dicas e sugestões importantes além das citadas: curta e compartilhe nossas publicações, e siga-nos nas nossas Redes Sociais: tentamos sempre trazer conteúdo importante e relevante para todos!”

 

Vejam abaixo um link de todas as empresas operadoras e concessionárias de transportes sobre trilhos que oferecem um espaço para cadastro de currículos e participação em processos seletivos. Só se alcança um objetivo quem tenta e busca seus objetivos, portanto desejamos a todos muito boa sorte e sucesso!

 


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MRS Logística


VLT Rio


Metrô Rio



Foto de Capa: Adobe Stock

 

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Autor

  • Daddo Moreira

    Formado em Arquivologia, pós-graduando em Engenharia Ferroviária, técnico em TI, produtor e editor multimídia, webmaster e webdesigner, pesquisador e historiador informal. No começo dos anos 2000 se aprofundou na área de mobilidade e transportes (e a preservação histórica inerente ao assunto, sobretudo envolvendo os transportes sobre trilhos), e a partir de contatos pessoais e virtuais participou de, e formou, grupos voltados para a disseminação do assunto, agregando informações através de pesquisas presenciais e em campo. Em 2014 fundou formalmente a AFTR - Associação Ferroviária Trilhos do Rio onde reuniu membros determinados a lutarem pela preservação e reativação de trechos ferroviários, além de todos os aspectos ligados às ações, como o resgate da memória e cultura regional, melhoria na mobilidade e consequentemente na qualidade de vida da população, etc Foi presidente e é o atual coordenador-geral da AFTR Não se considera melhor do que ninguém, procura estar sempre em constante evolução e aprendizado, e acumula experiências sendo sempre grato aos que o acompanha e apoia. "Informação e conhecimento: para se multiplicar, se divide"

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