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Artigo publicado em 08 de julho às 12h
Última atualização em 07 de julho às 21h38

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Olá, Amigas e Amigos.
Já mostramos recentemente aqui a Olga, a russinha que fala português, fazendo o percurso ferroviário entre Moscou x São Petesburgo, as duas maiores cidades da Rússia. Hoje falaremos sobre Valeria Fomina (canal “Uma Russa no Brasil”), outra russa que se apaixonou pelo Brasil e fixou residência em nosso país, especificamente no Rio de Janeiro.

Nesse vídeo, ela mostra a viagem de trem que fez entre Volgogrado e Samara, cidade próxima à sua cidade natal, Tolyatti, uma viagem de 16 horas percorrendo uma distância de 790 km.

Acompanhem o vídeo com atenção e vejam as diferenças brutais do que é atualmente esse serviço prestado pela RDZ, uma estatal, e o que era prestado pela RFFSA.

Fonte: Canal Uma Russa no Brasil

Aos 0’14”, ela inicia o vídeo mostrando nossa deficiência. Somos um país continental sem ferrovias, enquanto a Rússia, com o dobro do tamanho do Brasil, é cortada por ferrovias.

Aos 5’17”, ela entra na estação ferroviária, e que estação!

Fonte: Canal Uma Russa no Brasil

Aos 6’18”, aparece o trem. E que trem, com mais de 10 carros!

Aos 8’00”, chegada ao vagão/carro de destino.

Fonte: Canal Uma Russa no Brasil

Aos 8’38”, ela mostra que está no vagão de classe mais inferior do trem, portanto, de passagem mais barata. É um vagão com camas. No decorrer do vídeo, ela vai mostrar as diversas outras classes.

Aos 10’00”, ela mostra as acomodações, as camas e como esse trem é funcional.

Fonte: Canal Uma Russa no Brasil

Aos 10’48”, ela mostra o banheiro, extremamente prático. Aos 11’25”, observem que ela mostra o vaso sanitário, que já opera em sistema idêntico ao de aviões, onde os dejetos, diferente dos antigos trens brasileiros, não são mais jogados na linha, e sim recolhidos em algum local específico e depois descartados.

Fonte: Canal Uma Russa no Brasil

Aos 14’17”, ela passeia por outro vagão e observem a estabilidade. E lá não é bitola larga, é uma bitola menor, mas existe lá algo que aqui não existia: uma manutenção cuidadosa.

Aos 14’52”, ela chega no chamado vagão “coupe”, um vagão de passagem mais cara, com cabines mais reservadas.

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Observem que, no decorrer do vídeo, quando ela atravessa de um vagão para o outro, passa por diversas proteções evitando acidentes, os chamados Gangway Connection. Isso não existia nos trens da RFFSA, onde era tudo aberto, sujeitando o usuário a acidentes.

Aos 16’11”, ela mostra o banheiro do vagão de primeira classe. Observem o tamanho.

Fonte: Canal Uma Russa no Brasil

Aos 17’20”, ela mostra o vagão restaurante. Observem as cadeiras e a existência de um local de venda de produtos com preços caríssimos, preços típicos de avião.

Aos 18’10”, ela comenta sobre os preços e fala do custo de uma garrafa de água.

Fonte: Canal Uma Russa no Brasil

Aos 18’30”, ela assume o lado “farofeira” e mostra que esse comportamento está presente em toda a população humana, não só nos brasileiros.

Aos 20’18”, aparece uma “doida” querendo fazer amizade, que fala que no Brasil tem muito macaco. Caramba, isso nos persegue.

Aos 20’24”, ela mostra que tem água quente disponível nos vagões, o que possibilita fazer macarrão instantâneo ou qualquer prato que dependa de água quente. Uma boa ideia a ser implantada em um futuro em trens regionais no Brasil (temos fé que isso ainda vai acontecer).

Fonte: Canal Uma Russa no Brasil

Aos 23’59”, ela mostra o material fornecido para dormir, lençóis e fronhas higienizados e lacrados. Bem diferente do fornecido pela RFFSA, com cheiro de mofo (sabemos por experiência própria).

Aos 28’58”, mais farofeiros comendo e que levaram sua comida. Viva a farofa!

Fonte: Canal Uma Russa no Brasil

Aos 30’08”, ela fala algo inédito e desconhecido aqui no Brasil: o trem lá tem um “comandante”, que foi conversar com ela e com a mãe para saber se estava tudo bem e se elas estavam satisfeitas.

Nota: a AFTR sempre defendeu que se usasse nos trens regionais os parâmetros da aviação. Está aí, os russos mostrando que novamente, mais uma vez, tínhamos razão.

Aos 31’13”, ela mostra as pessoas dormindo ocupando o trem, uma imagem que para quem é brasileiro, acostumado com a muvuca e a bagunça, nos faz sentir em casa.

Fonte: Canal Uma Russa no Brasil

Aos 31’50”, ela mostra que, assim como os ônibus interestaduais, os trens lá também têm várias paradas.

Aos 34’03”, finalmente ela chega à cidade de Samara, de onde ela pegará outro veículo até a cidade de Tolyatti, sua cidade natal. Observem a estação de trem, algo monumental e pouco frequente no Brasil.

Fonte: Canal Uma Russa no Brasil

Aos 34’27”, ela fala do preço da passagem, ₽ 1.500,00 (um mil e quinhentos rublos). Alertamos que simplesmente converter o preço da passagem para real, como certamente muitos adeptos da presença de estatais no setor e de subsídios farão, é algo temerário, pois existem várias diferenças entre Brasil e Rússia a serem consideradas. As diferenças econômicas são enormes, principalmente o poder de compra que prioritariamente deve ser considerado pois se ganha em Rublos e se gasta em Rublos, aqui se ganha em Reais e se gasta em Reais.

Fonte: The Jamestown Foundation

Embora a RDZ, empresa ferroviária que presta esse serviço, seja uma estatal, o conceito de estatal na Rússia é totalmente diferente do brasileiro. Lá existe uma cobrança por resultados. Exemplo disso foi o “comandante” do trem, ter ido conversar com a Valeria e a mãe dela para saber se estava tudo em ordem, algo impensável aqui no Brasil por funcionários da RFFSA, responsáveis, por exemplo, pelos trens Rio x São Paulo.

Um vídeo muito interessante sobre as ferrovias na Rússia. E fica a pergunta: por que lá deu certo, e ainda hoje está dando, e aqui não? Boa parte das respostas e as respectivas soluções estão nas postagens da AFTR aqui no site, basta pesquisar.

Temos muito o que aprender com a Rússia, pelo menos nessa área, por incrível que pareça.

 

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Até a próxima!

 

O teor deste artigo pode ser ou não, total ou parcialmente, a opinião da instituição, sendo de inteira responsabilidade de seu autor.

Foto de capa: Canal Uma Russa no Brasil

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Autor

  • Mozart Fernando

    Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral da AFTR no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de diretor-técnico da instituição. Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966. Esse Engenheiro durante esse período trabalhando no setor de cremalheiras acompanhou o desmonte da E.F. Cantagalo e conhecia diversas histórias envolvendo o desmonte da Ferrovia de Petrópolis realizado pela mesma equipe. Histórias que muitos preferem esquecer. Parte dessa convivência extremamente valiosa está transcrita nos textos publicados pela AFTR. Não se considera um “especialista” em ferrovias, outra palavra que hoje no Brasil mais desmerece do que acrescenta. Se considera um “Homem de Negócios” e entende que o setor ferroviário só terá chance de se alavancar quando os responsáveis por ele também forem homens de negócios. Diferente de rodovias, as ferrovias são negócios. E usar para ferrovias os mesmos parâmetros balizares de construção e projeto usados em rodovias redundará em fracasso. Mozart Rosa é alguém que mais que projetos, quer apresentar Planos de Negócios para o setor.

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