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Tempo de leitura: 4 minutos
Texto escrito por Mozart Rosa e revisão de ortografia e pontuação realizada por IA ChatGPT

Quantas vezes a Trilhos do Rio já apresentou as razões do fracasso das ferrovias no Brasil? Guerra das Bitolas, o tabelamento de tarifas feito pelos primeiros presidentes republicanos que acabou com o caixa das empresas, Getúlio Vargas, a RFFSA, a inabilidade política de alguns dirigentes, o desconhecimento da realidade dos ex-funcionários da RFFSA que se aventuram em falar do assunto em comissões políticas, e tem muito mais. Razões que somadas não cabem nos dedos da mão, o cardápio é vasto. Vamos apresentar aqui uma muito simples, medida de baixo custo que diversas empresas adotam para lançar um produto ou entender as tendências do mercado, algo que muitos ligados à tentativa de revigorar o mercado ferroviário nem sabem que existe.

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Bem vindo(s) a mais um artigo exclusivo do site Trilhos do Rio. Desejamos a todos uma excelente leitura!


Workshop Corporativo: o que isso tem a ver com as Ferrovias?

Quer entender mais um dos motivos, dos vários que existem, do fracasso da reativação das ferrovias? O que é considerado um workshop? Definição segundo o Google: O workshop é um evento onde acontece uma reunião de pessoas interessadas em determinado assunto para aperfeiçoar técnicas por meio da explicação de palestrantes e de atividades práticas.

Considerando que ferrovias são um negócio, que quem detém o poder de regulamentar o setor ferroviário é o governo seja estadual ou federal, e quem tem dinheiro para bancar novas ferrovias são os empresários, por que nunca se ouviu falar de governos promovendo Workshops com empresários para divulgar propostas para reativação ou construção de trechos ferroviários? Afinal, quem efetivamente teria interesse e tem condições para investir nesse negócio?

Esse tipo de evento é corriqueiro no Brasil entre empresários, onde de um lado estão os vendedores e do outro os compradores de algum produto ou serviço, para fechamento e a criação de negócios, lançamento de algum produto e costuma acontecer em outros países com a participação de governos. A interação entre os empresários e os políticos presentes possibilita a geração de novos negócios, seria como a reunião dos portugueses em seus clubes onde depois de muita comida e muito vinho, negócios eram criados e parcerias fechadas, episódio citado no artigo “Plano de Negócios I”. Esse tipo de evento no Brasil, pelo menos aqui em nosso estado, inexiste com a participação do governo. Vejam o exemplo de Chico Recarey e entendam como o workshop é importante para o fechamento de negócios.

O que é um plano de negócios? O modelo Chico Recarey

Entenderam parte do problema? Mais uma?

Enquanto nossos políticos continuarem a escutar aqueles que, na sua ignorância do assunto, insistirem que os empresários foram os vilões responsáveis pela derrocada das ferrovias e não o próprio pessoal da RFFSA, esqueçam, nada vai acontecer, nada vai mudar. Lamentavelmente, essas reuniões nunca aconteceram, por exemplo, na Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras. Os parlamentares que participaram dessa comissão deram ouvidos a ex-funcionários da RFFSA que tinham ojeriza a empresários, se acostumaram a viver à custa do estado. A RFFSA foi uma empresa que em sua existência nunca deu lucro e exercia com mão de ferro o monopólio a que tinha direito. E ao final, nada efetivamente aconteceu. Nenhum metro de trilho foi construído em Minas Gerais e a comissão teve uma atuação prática pífia. Nada diferente do que aconteceu no Rio de Janeiro, onde existe um proeminente ferroviarista que já trabalhou na secretaria de transportes do Rio de Janeiro, foi conselheiro de um antigo secretário de transportes, e que em reuniões na antiga sede Trilhos do Rio dizia que “devíamos manter segredo de nossas intenções”, afinal “foi o empresário do ônibus que acabou com o setor de transporte ferroviário”. Imaginem o tipo de conselho que esse senhor forneceu ao antigo secretário de transportes…

Apesar de tudo isso, nós continuaremos a escrever esses artigos na esperança de que gerações futuras os leiam e os entendam. Esperamos também que um dia nossas propostas sejam apresentadas ao empresariado em Workshops, quem sabe o que poderá acontecer?

Forte abraço a todos.

 

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Agradecemos a leitura, até a próxima!

O conteúdo deste artigo pode refletir, ou não, a opinião da instituição, sendo de inteira responsabilidade de seu autor.

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Texto escrito em 26 de abril de 2024 às 21h10
Última atualização em 09 de maio de 2024 às 18h36
Imagem de capa: divulgação

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Autor

  • Mozart Fernando

    Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral da AFTR no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de diretor-técnico da instituição. Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966. Esse Engenheiro durante esse período trabalhando no setor de cremalheiras acompanhou o desmonte da E.F. Cantagalo e conhecia diversas histórias envolvendo o desmonte da Ferrovia de Petrópolis realizado pela mesma equipe. Histórias que muitos preferem esquecer. Parte dessa convivência extremamente valiosa está transcrita nos textos publicados pela AFTR. Não se considera um “especialista” em ferrovias, outra palavra que hoje no Brasil mais desmerece do que acrescenta. Se considera um “Homem de Negócios” e entende que o setor ferroviário só terá chance de se alavancar quando os responsáveis por ele também forem homens de negócios. Diferente de rodovias, as ferrovias são negócios. E usar para ferrovias os mesmos parâmetros balizares de construção e projeto usados em rodovias redundará em fracasso. Mozart Rosa é alguém que mais que projetos, quer apresentar Planos de Negócios para o setor.

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