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Olá Amigas e Amigos.

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Neste artigo trataremos de um assunto que por muitos é desconhecido: durante um curto período de tempo existiu uma pequena ferrovia em um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade, na zona sul do Rio de Janeiro.

Hoje, quando se pensa nesse assunto, relacionando trilhos à zona sul ou a um ponto turístico, normalmente se imagina que estaríamos falando do Metrô, dos Bondes erradicados há décadas, ou da Estrada de Ferro Corcovado, que tem início no bairro Cosme Velho. Mas até que quem pensou isso passou perto, pelo menos no ponto de vista da fama desta atração da cidade, mas não “matou a charada”.

Bonde Praia Vermelha fazendo o retorno na Urca, em frente à estação do Bondinho do Pão de Açúcar. Foto: Saudades do Rio (imagem colorida e restaurada por AI)

Enfim, vamos direto ao assunto, pois logo no princípio acredito que todos já terão ideia do local que estamos falando. Mas espere até o final, pode não ser exatamente o que pensas (disfarçaremos um pouco também, se não perde a graça). Pode ser difícil de acreditar, mas no decorrer do texto as provas e informações serão expostas, trazendo este mistério à tona e desvendando este e vários outros “segredos”, além de detalhes antes não revelados também da AFTR.

Bem vindo(a) a mais um artigo da AF Trilhos do Rio. Esperamos que curta, e desejamos desde já uma excelente leitura!


A MARCA AFTR

A AF Trilhos do Rio possui, desde sempre, o complexo montanhoso do Pão de Açúcar em seu logotipo. Quem nos conhece desde o nosso início talvez se lembre dos formatos diferenciados que este símbolo teve, e sua posterior evolução, até os dias de hoje. Mas fica a pergunta: porque o Pão de Açúcar foi o escolhido para o símbolo da AF Trilhos do Rio (poderia ser o Corcovado, certo?), se o local sequer possuiu um sistema de transporte por trilhos, apenas os Bondes no bairro da Urca, onde se localiza?

Detalhe de um dos primeiros logotipos da AFTR, em 2010. Foto: Juliana P. Moreira

Seria por ter, desde 1912, um sistema de transporte rigidamente guiado, o teleférico, apelidado carinhosamente e mais conhecido como “Bondinho do Pão de Açúcar“? A AFTR também debate sobre estes meios de transporte.

Outro logotipo da AFTR, de 2011, sempre com o Pão de Açúcar e os trilhos

Seria pelo símbolo parecer um boné, indumentária muito usada por um de seus fundadores e presidente por três mandatos?

Boné é uma peça de vestuário muito utilizada nas expedições de pesquisa AFTR. De lado, fica semelhante ao logotipo. Foto: Daddo Moreira em Lídice, 2017

Acreditem: esta pergunta já foi feita, confundiram o Pão de Açúcar com um boné (guardadas as devidas proporções, o desenho ficou parecido com um boné mesmo, virado de lado, pois o Morro da Urca é pequeno no desenho).

O tradicional e mais conhecido logotipo da AFTR. Posteriormente foi modernizado, mas nunca esquecido.

Entretanto muito mais está implícito neste símbolo, além da figura do Pão de Açúcar, Morro da Urca e os trilhos. Confiram a seguir!

 SIMBOLOGIA

Como dito várias vezes acima, a AFTR tem por logotipo o Pão de Açúcar, com o Morro da Urca ao lado, e trilhos abaixo. Mas tem alguma simbologia implícita nesta montagem? Muitos tem curiosidade a respeito deste assunto, e finalmente descreveremos todos os detalhes, acompanhem:

  • Pão de Açúcar e Morro da Urca: símbolo inconfundível da cidade do Rio de Janeiro e do próprio estado. Junto com o Morro do Corcovado e o trem que chega até quase o cume, junto ao monumento ao Cristo Redentor, o Pão de Açúcar também é igualmente conhecido em todo o mundo;
  • Cor em degradê de cinza: representa a rocha, os morros, gigantes de granito formados há mais de 600 milhões de anos e moldado pelos ventos, de acordo com algumas fontes. A denominação “Pão de Açúcar” deriva da semelhança com os “pães de açúcar” feitos em formas de barro nos engenhos no período colonial, ou aos recipientes utilizados para transportar açúcar do Brasil para a Europa, segundo historiadores;
  • Trilhos: determinam o foco da AFTR, os Trilhos do Rio de Janeiro, uma ferrovia unindo o estado em todos os aspectos. O desenho é composto por duas linhas em perspectiva e degradê, simulando trilhos de metal reluzente, apoiados por dormentes de madeira, estes com a cor RGB 200,170,0 constante em várias representações da instituição, mas com significados diferentes, como se verá a seguir;
  • Nome: Trilhos do Rio foi uma expressão criada por um de seus fundadores, e posteriormente presidente, ainda no ano de 2009. A intenção era apenas gravar vídeos sobre um tema que apreciava e tinha muita curiosidade e por foco de pesquisa e estudos: as ferrovias do Rio de Janeiro e o motivo de tantas extinções nesta malha. Como acreditava não ter muito tempo no futuro, saiu fazendo pesquisas e registrando tudo que fosse possível para futuras recordações. Mas posteriormente este motivo caiu por terra, tornando-se um objetivo de vida, não apenas no sentido de registrar mas de divulgar, tornar os dados conhecidos, e lutar pela preservação do que ainda existe e a recuperação do que foi perdido, nas ferrovias do estado do Rio de Janeiro;
  • Cores no nome: o branco nos primeiros termos (Trilhos) representa a pureza e simplicidade, a objetividade, a procura por fazer o melhor (características que as ferrovias tem por origem), e um rascunho sempre aberto à anotações, observações e novos conhecimentos. Devemos lembrar que a cor branca é a mistura de todas as cores, então todos os fatos, informações, linhas de pensamento, colaboradores e pessoas em geral são bem vindas e consideradas. Neste sentido deve-se ressaltar uma frase que é dita desde o início por um dos fundadores e presidente da AFTR:

 

Devemos sempre saber lidar com as diferenças” – Daddo Moreira

 

  • A cor alaranjada (novamente sob o código RGB 200,170,0) no texto “do Rio” representa o Rio de Janeiro em sua essência: terra ensolarada, de muito calor, tanto humano quanto no clima. Geralmente seus habitantes são receptivos e calorosos, e além disso e como todos sabem e os 50 graus à sombra não nos deixam mentir, o Rio de Janeiro é literalmente “chapa quente”;
  • Slogan: esta frase é relativamente mais recente e exprime mais uma vez uma característica e objetivo da AFTR. “Passado, presente e futuro: tudo na mesma linha” significa que todos os tempos estão presentes em nossas atividades, desde o resgate e preservação histórica (Passado); o acompanhamento, parcerias e contatos feitos durante o cotidiano e funcionamento dos sistemas de transporte sobre trilhos diariamente (Presente), até a elaboração e apresentação de propostas e projetos (Futuro). A AFTR tem o olho voltado para as ferrovias em todos os tempos possíveis.

Já explicamos toda a simbologia por trás dos itens da marca da AFTR, mas os elementos, além do significado, tem alguma outra ligação? Vamos relembrar e explicar antes um pouco da história do Pão de Açúcar como ponto turístico e símbolo do Rio de Janeiro, além de fazer parte do nosso símbolo também.

O GIGANTE DE ROCHA

O Pão de açúcar é um dos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro, e foi aos seus pés que o Rio de Janeiro nasceu (junto ao Morro Cara de Cão, onde Estácio de Sá fundou a cidade em 1565) e foi se desenvolvendo. A pedra que chamamos de Pão de Açúcar fica a oeste da entrada da Baía de Guanabara e recebeu este nome devido aos motivos e semelhanças citadas anteriormente. Assim os cartógrafos da época batizaram a pedra com esse nome.

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Pão de Açúcar visto do Morro da Babilônia em 1895. Foto de Marc Ferrez (imagem colorida e restaurada por AI)

Ainda segundo fontes históricas os primeiros a escalarem e atingirem o cume da pedra foram dois europeus: a alpinista e babá inglesa Henrietta Carstairs e, no dia seguinte, o soldado português José Maria Gonçalves. Ambos hastearam bandeiras de seus países no topo da pedra, no ano de 1817.

Devemos lembrar, por um motivo importante adiante, que o complexo do Pão de Açúcar é formado pelo penhasco do Pão de Açúcar e pelo Morro da Urca. O primeiro possui 396 metros de altura, sendo em sua maioria composto apenas por rocha e pouca vegetação; e o segundo possui 220 metros de altitude, tendo em seu entorno mata fechada e floresta de mata atlântica compondo o ambiente. Tanto um quanto o outro são acessíveis pelo teleférico ou por trilhas, sendo que o Pão de Açúcar pode ser alcançado através de uma “escalaminhada”, com trecho íngremes, não recomendado para quem tenha pouca experiência ou medo de altura.

O Morro da Urca, porém, possui trilha sinalizada e vários recursos de auxílio aos visitantes e caminhantes, sendo bem mais acessível e uma oportunidade de se chegar ao topo sem usar o “Bondinho”, que contudo tem o seu charme e merece ser utilizado: um passeio inesquecível a ser apreciado.

O “BONDINHO”

O projeto de construção do “bondinho” foi uma iniciativa ambiciosa e grandiosa que se alinhava às mudanças urbanas empreendidas no Rio de Janeiro no início do século XX, durante a gestão do prefeito Francisco Pereira Passos, entre 1903 e 1906. Com o objetivo de modernizar e sanear a cidade, diversas demolições foram realizadas, seguindo a política do “bota-abaixo”, como ficou popularmente conhecida. Essas transformações foram amplamente descritas por Alberto Figueiredo Pimentel no periódico Gazeta de Notícias, que cunhou a máxima “O Rio civiliza-se”, tornando-se o slogan da reforma urbana carioca na época da Belle Époque.

Teleférico saindo da primeira estação em direção ao Morro da Urca. Foto Antonio Caetano da Costa Ribeiro (1914)(imagem colorida e restaurada por AI)

Augusto Ferreira Ramos, criador do Bondinho do Pão de Açúcar, nasceu em 22 de agosto de 1860 na cidade de Cantagalo, no estado do Rio de Janeiro. Ele se formou em 1882 na Polytecnica do Império do Brasil, atualmente conhecida como Faculdade de Engenharia da UFRJ, e tornou-se sócio do Clube de Engenharia em 1894, por indicação de Conrado Jacob de Niemeyer. Augusto Ferreira Ramos faleceu em 28 de julho de 1939 em sua residência em Copacabana.

Fonte: Acervo Caminho Aéreo Pão de Açúcar (imagem colorida e restaurada por AI)

Foi um homem visionário, e teve a ideia de criar o bondinho durante a Exposição Nacional de 1908, que ocorreu na região da Urca, no Rio de Janeiro. A exposição foi realizada em comemoração ao centenário da Abertura dos Portos às Nações Amigas, inaugurada em 11 de agosto daquele ano. Ramos foi um dos coordenadores do pavilhão do estado de São Paulo devido ao café, um dos seus interesses, sobre o qual escreveu extensamente tanto sobre o seu cultivo como sobre sua comercialização. Na época, o café era o principal produto da balança comercial do Brasil.

A Gazeta de Notícias – 13/06/1912. Fonte: Biblioteca Nacional

Ramos percebeu que a construção de um caminho aéreo entre os morros da Baía de Guanabara poderia impulsionar o turismo na cidade. Com a ajuda de investidores, como Eduardo Guinle, Candido Gaffrée e Raymundo de Castro Maya, e o apoio do governo, Ramos fundou a Cia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, empresa que até hoje é a responsável pela operação do “Bondinho”.

Panorama da Exposição de 1908. Foto: Augusto Malta em 10 de maio (IMS) (imagem colorida e restaurada por AI)

Os bondinhos de madeira maciça foram trazidos da Alemanha e fixados nos cabos com o auxílio de guindastes. Foi contratada a empresa alemã J.Pohling, de Colônia, que fabricou e montou os equipamentos. As obras foram realizadas entre 1909 e 1912, e o bondinho foi inaugurado em 27 de outubro de 1912, ligando a Praia Vermelha ao Morro da Urca.

Anúncio no Jornal do Brasil em 03 de novembro de 1912. Atentem para o termo “trens” utilizado na matéria. Fonte: Biblioteca Nacional

O teleférico carioca, com suas duas linhas somando 1.325 metros, superou os dois únicos que existiam na época: o Monte Ulia, na Espanha, com uma extensão de 280 metros, e o de Wetterhorn, na Suíça, com 560 metros.

Teleférico do Monte Ulia em cartão postal vendido no eBay (imagem colorida e restaurada por AI)

O empreendimento custou uma fortuna, cerca de dois milhões de contos de réis, e centenas de operários, além de alpinistas, trabalharam em sua construção.

Construção do teleférico em 1912. Foto de Therezio Mascarenhas (imagem colorida e restaurada por AI)

Em 18 de janeiro de 1913 o bondinho no segundo trecho, entre o Morro da Urca e o Pão de Açúcar, começou a funcionar, completando a ligação até o topo do pico. Augusto Ferreira Ramos dirigiu a empresa até 1934, quando Carlos Pinto Monteiro assumiu a administração até 1962, quando então Cristóvão Leite de Castro assumiu a direção.

Fonte: Rio Then (imagem colorida e restaurada por AI)

Em 1969, a Companhia obteve permissão para duplicar a linha e, após algumas reformas, passou a contar com quatro novos bondinhos em 1972. Em 1993, Cristóvão passou o cargo para sua filha, Maria Ercília Leite de Castro, e em 2002, o bondinho passou por outra reforma, incluindo a substituição dos cabos de aço e melhorias na pintura, iluminação e sinalização. Em 2008, foram inaugurados quatro novos bondinhos e a operação foi digitalizada.

O novo “Bondinho” do Pão de Açúcar. Ao fundo, à esquerda, o Morro Cara de Cão, berço da fundação da cidade. Foto: Travel on a time budget

Em 2022, ano de seu centenário, o bondinho zerou suas emissões de carbono e passou a utilizar painéis solares para suprir o consumo de energia durante o funcionamento. Posteriormente teve início a construção de uma tirolesa, possibilitando aos visitantes “voarem” suspensos por cabos, a velocidades vertiginosas. Aguardemos mais esta atração…

É BONDINHO MAS NÃO É BONDE, ENTÃO…

Com tantas citações ao Pão de Açúcar até aqui neste texto, todos já devem estar imaginando que existiu uma ferrovia no topo do penhasco, certo? Bem, quem pensou nisso, e sentimos informar, não acertou mas passou muito perto da verdade, não foi exatamente isso…

Trabalhador em pequeno veículo para transporte de ferramentas e peças. Fonte: Tom Jones Photography (imagem colorida e restaurada por AI)

Durante a construção do sistema de teleféricos unindo o bairro da Urca, o Morro da Urca e o Pão de Açúcar, uma grande quantidade de trabalhadores foi necessária para a conclusão das obras. Muito material, muitas vezes com peso considerável, era transportado morro acima através de alpinistas que anteriormente alcançavam o topo dos morros e posteriormente içavam o material, além do material mais leve que era transportado manualmente por trilhas ou mesmo durante as escaladas. Com a conclusão da primeira etapa e estação, no Morro da Urca, parte do material necessário para a construção da estação Pão de Açúcar e toda sua infraestrutura já poderiam ser transportados até o Morro da Urca em bondes de carga, evitando parcialmente o transporte manual e o içamento. Posteriormente os dois morros foram unidos por um cabo e novamente por um veículo de carga, que auxiliava no transporte entre um ponto e o outro. Mas curiosamente, no Morro da Urca, existiu um sistema de transporte auxiliar que unia os dois extremos do local, as suas faces leste e oeste, o ponto de chegada vindo do bairro da Urca e o ponto de partida em direção ao Pão de Açúcar… e acreditem se quiser, era uma via férrea, uma “mini-ferrovia”!

Trilhos de uma via férrea misteriosa no Morro da Urca. Foto de 1914, autoria de Therezio Mascarenhas (imagem colorida e restaurada por AI)
Com muitas décadas de distância, uma foto recente feita aproximadamente do mesmo ponto da antiga. Fonte: Google Maps, imagem produzida por Just Walk

De acordo com um membro da AFTR e ex-funcionário da empresa responsável pela operação do sistema, estes trilhos serviram para o transporte de material entre a estação do teleférico que vinha da Praia Vermelha, e a estação de ligação com o Pão de Açúcar. Entre os objetos transportados havia peças mecânicas, madeira, material de construção, além do transporte de funcionários e operários responsáveis pela obra.

Via férrea no Morro da Urca em 1914. Foto de Antonio Caetano da Costa Ribeiro (imagem colorida e restaurada por AI)

Após a inauguração do segundo trecho do sistema de teleférico, em 1913, alcançando o penhasco do Pão de Açúcar, estes trilhos ainda serviram por um breve período para transporte de itens de acabamento das obras, abastecimento e reposição de objetos de uso cotidiano no funcionamento dos espaços públicos e administrativos, e também para transporte de turistas e visitantes, entre uma estação e outra.

Imagem do Morro da Urca durante a construção do sistema. Segundo fontes, o ano é 1910, e é possível visualizar os trilhos à direita. Foto: Therezio Mascarenhas (imagem colorida e restaurada por AI)

Em 1914, já próximo da sua retirada, essa via férrea transportou centenas de passageiros percorrendo o Morro da Urca de Leste a Oeste e vice-versa. A área comum neste espaço não dispunha nem de pavimentação, com os visitantes caminhando praticamente em trilhas abertas entre árvores. Com a instalação e aproveitamento destes trilhos para transporte, os turistas puderam aproveitar a visita com um pouco mais de comodidade e, por meio dos trilhos, se locomover mais rapidamente.

Os trilhos ainda estavam presentes no ambiente, sugerindo que tenham existido por aproximadamente 4 anos. Foto de Augusto Malta, 1914 (imagem colorida e restaurada por AI)

Não se tem muitos detalhes sobre o material rodante utilizado nesta pequena ferrovia, mas o que se deduz é que a bitola era inferior a 1 metro (possivelmente 0,60m ou 0,76m). Provavelmente as máquinas e equipamentos utilizados eram pequenos e relativamente leves, possivelmente trollers puxando vagonetes para transporte de carga e jardineiras para transporte de passageiros.

Neste postal pode-se notar, no canto inferior direito da imagem um dos trilhos da via férrea do Morro da Urca. Segundo fontes a imagem seria de 1905, o que parece improvável (imagem colorida e restaurada por AI)

Provavelmente não devia ter estações intermediárias, já que a distância percorrida não era muito grande, apenas entre a estação inicial e a estação final em cada face do Morro da Urca, onde os passageiros que chegavam no “Bondinho” poderiam opcionalmente embarcar neste transporte sobre trilhos até a estação do teleférico seguinte.

Percurso estimado da via férrea do Morro da Urca, com aproximadamente 300 metros de extensão. Esse traçado talvez fosse um pouco maior, para acesso às oficinas e depósitos e material existentes na época, próximos à estação 1. Imagem: montagem no Google Earth

Por fim, em 2022, ano do centenário do sistema, gostaríamos de ter publicado um artigo especial sobre o tema e este mistério desvendado (algumas imagens já tinham sido publicadas em 2021 no site “Trem de Dados”), mas pela falta de maiores informações decidimos adiar a publicação, trazendo estes segredos e detalhes, tanto do Pão de Açúcar e Morro da Urca quanto da própria Associação Ferroviária Trilhos do Rio. Entramos em contato na ocasião com a Cia. Caminho Aéreo Pão de Açúcar em 2022, para obtermos mais detalhes, mas não recebemos respostas. Contudo, em breve estaremos novamente em contato para nos informarmos e trazer novidades e dados sobre essa curiosidade, nesta atração turística que é mundialmente conhecida.

Foto: André Batistuzzo

 

 

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Agradecemos a leitura, até a próxima!

 

O conteúdo deste artigo é de responsabilidade do seu autor, não sendo necessariamente a opinião, total ou parcial, da instituição.

 

(Foto de capa: Enseada de Botafogo e Pão de Açúcar em 1880, mesclada com o logotipo da AF Trilhos do Rio. A imagem antiga foi colorida e restaurada por AI.)

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Autor

  • Daddo Moreira

    Formado em Arquivologia, pós-graduando em Engenharia Ferroviária, técnico em TI, produtor e editor multimídia, webmaster e webdesigner, pesquisador e historiador informal. No começo dos anos 2000 se aprofundou na área de mobilidade e transportes (e a preservação histórica inerente ao assunto, sobretudo envolvendo os transportes sobre trilhos), e a partir de contatos pessoais e virtuais participou de, e formou, grupos voltados para a disseminação do assunto, agregando informações através de pesquisas presenciais e em campo. Em 2014 fundou formalmente a AFTR - Associação Ferroviária Trilhos do Rio onde reuniu membros determinados a lutarem pela preservação e reativação de trechos ferroviários, além de todos os aspectos ligados às ações, como o resgate da memória e cultura regional, melhoria na mobilidade e consequentemente na qualidade de vida da população, etc Foi presidente e é o atual coordenador-geral da AFTR Não se considera melhor do que ninguém, procura estar sempre em constante evolução e aprendizado, e acumula experiências sendo sempre grato aos que o acompanha e apoia. "Informação e conhecimento: para se multiplicar, se divide"

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