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Por Mozart Rosa
Ilustrações e imagens: Eduardo (‘Dado’) e Filipe Anacleto

Diferente de Rodovias, Ferrovias são amigas da Natureza.

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Obras para construção de uma rodovia. Impacto ambiental grave e gritante.

Diferente de Rodovias, a Ferrovia não tem a possibilidade de paradas no meio do caminho, para apenas onde tem suas estações. O Trem leva sua carga e seus passageiros de uma estação a outra. Apenas isso.

Trecho da Linha do Litoral da EF Leopoldina em Rio Bonito
Foto: Eduardo (‘Dado’)

Depois de construída a Rodovia surgem o posto de gasolina, hotéis, restaurantes, moradias e outras construções às margens da via, tudo isso desmatando e destruindo a natureza, além de gerar detritos. As margens da ferrovia, porém, se mantêm intactas ao longo de séculos. Só as cidades, onde ela para em estações, se desenvolvem.

Paisagem que pode ser apreciada de uma ferrovia. O impacto é quase nulo no meio ambiente, se comparado com uma rodovia.
Foto: Eduardo (‘Dado’)

Portanto proibir a passagem de ferrovias por reservas florestais sob a alegação de destruição da natureza não é sensato. Coisa de quem não entende nem de natureza e muito menos de ferrovia.

Trecho do Ramal de Guapimirim, operado pela Supervia
Foto: Eduardo (‘Dado’)

O trem que passa por dentro de uma reserva ecológica sem destruí-la é o mesmo que pode levar bombeiros e água em caso de incêndio nessa reserva, a preservando e protegendo.

Veiculo para o Corpo de Bombeiros com capacidade para 80 homens e 2 salas de cirurgia.

Tanque de Água com capacidade para 60.000 litros de água. O canhão acima é o usado em veículos de controle de distúrbios pelas polícias militares do Brasil. Poderá ser usado em Reservas ambientais no combate a incêndios na época de estiagem.

A Alishan Forest Railway é uma ferrovia de 86 kms de extensão inaugurada em 1912 que funciona no condado de Chiayi, em Taiwan. Foi construída sempre respeitando a natureza, como podemos ver na imagem: várias pontes ao invés de aterros, respeitando e preservando o meio ambiente no entorno. Hoje é uma atração turística do país.

Abaixo vídeo da AFTR mostrando que o conceito que defendemos, mas em outro formato (o nosso é mais amplo), já é usado na Europa:

É preciso rever e compreender muitos conceitos.

Ferrovias e natureza lado a lado é um desses conceitos.

Reflitam.

Imagem destacada: Ramal de Guapimirim, em 2009. Foto: Eduardo (‘Dado’)

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Autor

  • Mozart Fernando

    Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral da AFTR no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de diretor-técnico da instituição. Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966. Esse Engenheiro durante esse período trabalhando no setor de cremalheiras acompanhou o desmonte da E.F. Cantagalo e conhecia diversas histórias envolvendo o desmonte da Ferrovia de Petrópolis realizado pela mesma equipe. Histórias que muitos preferem esquecer. Parte dessa convivência extremamente valiosa está transcrita nos textos publicados pela AFTR. Não se considera um “especialista” em ferrovias, outra palavra que hoje no Brasil mais desmerece do que acrescenta. Se considera um “Homem de Negócios” e entende que o setor ferroviário só terá chance de se alavancar quando os responsáveis por ele também forem homens de negócios. Diferente de rodovias, as ferrovias são negócios. E usar para ferrovias os mesmos parâmetros balizares de construção e projeto usados em rodovias redundará em fracasso. Mozart Rosa é alguém que mais que projetos, quer apresentar Planos de Negócios para o setor.

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