ESTE SITE SERÁ DESCONTINUADO EM BREVE. FAVOR ACESSAR trilhosdorio.org
Tempo de leitura: 9 minutos

Olá, Amigas e Amigos!
A proposta abaixo é um detalhamento de nosso texto publicado em 2021, onde apresentamos propostas visando revitalizar o Bonde de Santa Teresa e transformá-lo em um empreendimento lucrativo, que atenda à função para a qual deveria ter por aqueles que o salvaram da extinção.

Continua após a publicidade

O Bonde de Santa Teresa seria extinto na década de 60 e um grupo de moradores e intelectuais da época se mobilizaram para impedir sua extinção.

Infelizmente, o tempo e as sucessivas administrações públicas o transformaram no que é hoje, ainda um símbolo do bairro, mas em nada se parecendo com o que um dia já foi.

Essa é uma postagem para:

  • Quem gosta de história. Para esses, boa viagem.
  • Para quem gosta de trilhas. Para esses, bons passeios.
  • Para empreendedores. Para esses, bons negócios.

Bem vindos a mais um artigo e projeto exclusivo Trilhos do Rio. Desejamos a todos uma excelente leitura!


 

PROJETO TRILHOS DO RIO 7 – O Bonde Carioca
Uma versão empresarial e viável do Bonde de Santa Teresa.

A AFTR tem alguns credos:

  • Ter a visão além do alcance.
  • Nos propormos a apresentar soluções tecnicamente perfeitas e economicamente viáveis.

Ambos estão presentes nessa proposta.

A proposta da AFTR como sempre é inovadora, pretendemos transformar o atual bonde de Santa Teresa no Bonde Carioca, de um desastre financeiro com pouco apelo aos turistas que vem de fora, e do próprio Carioca que muitas vezes desconhece onde fica a estação Carioca do bonde, em um empreendimento lucrativo, bem diferente do que é hoje, claro que mantendo seu traçado original, mas acrescentando novos que de novos em sua maioria nada tem, foram traçados que existiram no passado e que vão aumentar significativamente o uso do novo bonde que passara a ter diversas linhas e serviços, e passara a ser além de um Bonde Turístico, um bonde dedicado ao transporte urbano de passageiros, integrando-o a outros modais da cidade, eventualmente incluindo inclusive com novos serviços.

E mantendo, apesar da modernidade, seu aspecto visual tão prezado pelo carioca.

Abaixo, nossa postagem feita em 2021.

O Bonde no Brasil e no mundo III: o renascer Carioca

1ª PARTE: DEDICADA AOS AMANTES DE HISTÓRIA

A HISTÓRIA DO BONDE DE SANTA TERESA

Continua após a publicidade

A concessão das linhas de bondes entre a cidade e os morros de Santa Teresa e Paula Mattos foi obtida em 1872 por empresários que fundaram a Companhia Ferro-Carril de Santa Teresa, transporte que inicialmente era feito por tração animal.

Acervo fotográfico da Light. Bonde a tração animal: Madureira – Irajá.

O bonde funcionou muito bem, obrigado, até a década de 60, antes do desmonte do morro de Santo Antonio em frente ao Largo da Carioca, onde o bonde tinha sua parada no Tabuleiro da Baiana, prédio que foi derrubado e em seu lugar construído o Edifício Av. Central.

Arcos da Lapa
Tabuleiro da Baiana, em frente ao Largo da Carioca. Fonte: site Bafafá.
Bonde passando no Tabuleiro da Baiana. Fonte: site Bafafá.
Edifício Avenida Central, nos anos 1960, construído onde era o prédio Tabuleiro da Baiana. Fonte: Diário do Rio.

Sobre o desmonte do Morro de Santo Antonio, abaixo link para o acervo digital do Jornal O Globo com fotos históricas belíssimas. Reproduzimos aqui apenas uma.

https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/morro-de-santo-antonio-av-chile-22212851

Fonte: Acervo O Globo

 

Fachada do Convento e Igreja de Santo Antônio.

Abaixo fotos do antes e depois da remoção do morro de Santo Antonio, com os prédios posteriormente construídos à sua volta. Interessados nas fotos em tamanho maior acessem o link abaixo de onde elas foram retiradas.

https://www.facebook.com/rio.ontem.e.hoje/posts/morro-de-santo-antonio-centrocontinuando-na-%C3%A1rea-do-morro-de-santo-antonio-encer/2059098997671056/

Abaixo fotos históricas da Garagem do Bonde que existia no morro de Santo Antonio. Posteriormente, no governo de Chagas Freitas, o terminal foi transferido para um terreno cedido pela Petrobras e passou a ter o nome de Estação Carioca, onde está até hoje.

Bondes de Santa Teresa na garagem do Morro de Santo Antônio.
Bonde de Santa Teresa chegando no Largo da Carioca, com a estação ainda localizada no edifício da Ordem Terceira da Penitência, na esquina da rua da Carioca. Ao fundo, o Tabuleiro da Baiana.
Garagem do morro de Santo Antônio, com os bondes já com as cores da CTC, em 1965: o início de uma longa decadência.

A partir da década de 60 começa a decadência do Bonde de Santa Teresa, justa e infelizmente quando o estado assume sua administração. A partir de então, foi uma decadência lenta e gradual.

No Governo Moreira Franco surge a possibilidade de um alento que acabou não se concretizando. Moreira Franco inicia um dos primeiros processos de concessão do Brasil ao realizar uma licitação para concessão do Bonde que foi ganha pelo então grupo Itaipava de postos de gasolina, que dentre os seus postos, o da Lagoa, chegou a ter dentro de suas instalações uma galeria de arte.

Posto de gasolina localizado na Lagoa Rodrigo de Freitas e que pertenceu a uma das maiores redes de postos de gasolina de nosso estado.

É preciso falar sobre esse evento, pois muito do que aconteceu naquela ocasião pode acontecer novamente, na ocasião um jovem morador de Santa Teresa que usou a situação para fazer carreira política, insuflou os moradores contra a concessão, o processo foi anulado e esse jovem hoje, já um senhor continua na política.

Foram usados na ocasião argumentos bem rasteiros e o mesmo não pode se repetir. Na ocasião, o pretenso futuro concessionário pretendia usar bondes modernos fechados e isso foi torpedeado pela população de Santa Teresa, insuflada por esse então jovem morador que se tornou político. Isso gerou o acidente de 2011, algo que deve ser lembrado para as futuras gerações.

Abaixo o link de uma matéria publicada em 2021:

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/08/27/dez-anos-apos-bonde-de-santa-teresa-tombar-e-matar-6-pessoas-ninguem-foi-preso-e-moradores-reclamam-do-servico-hoje.ghtml

A HISTÓRIA DOS BONDES

Conhecer a história dos bondes é simples, e ajuda muito ler as postagens sobre o tema aqui no site Trilhos do Rio. Abaixo mostramos as partes I e II de algumas nossas postagens sobre os bondes.

O Bonde no Brasil e no Mundo I: sua história

O Bonde no Brasil e no mundo II: a decadência no Rio de Janeiro

Mostramos que os bondes de Santa Teresa são os de segunda ou terceira geração, e já estamos com os VLTs do Rio na sétima, portanto estes bondes eram e são arcaicos, abertos, sem sistemas de segurança adequados. Mostramos inclusive relato de um cidadão que já na década de 80 alertava que em algum momento uma tragédia aconteceria e aconteceu.

Bonde operado pela CTC, fechado. Fonte: Arquivo Nacional
Antigo bonde de Santos, fechado.
Bonde da Penha, em São Paulo, fechado.
Bondes da CMTC em SP, fechados.
Bonde de São Gonçalo, fechado.
Bondes na Tijuca, fechados.
Bonde no centro do Rio de Janeiro, indo para as Barcas, fechado.

Apesar de lúdico, um bonde aberto como o de Santa Teresa é algo bem temerário, é preciso um pouco de coragem de quem administra o setor para reconhecer isso e contrariar algumas pessoas que defendem o bonde aberto. Dificilmente algum empresário vai propor administrar esse serviço se entre as cláusulas existir a de manter o bonde aberto. Não se trata prioritariamente da evasão de receita, mas da segurança do usuário. A partir de um determinado momento, bondes do mundo inteiro passaram a ser fechados, mas aqui no Brasil o de Santa Teresa se manteve aberto. Por quê?

Quem defende isso deve ter achado nada incomum o turista francês que caiu dos Arcos da Lapa e a série de acidentes que ocorrem com os usuários dos bondes. Um dado estatístico confiável pode ser obtido pelo SAMU que atende a região ou pelos Bombeiros do Destacamento de Santa Teresa.

https://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2011/06/homem-morre-apos-cair-de-bondinho-na-lapa.html

Será que o estado, em eventual contrato de concessão, vai assumir a responsabilidade por qualquer ação civil de indenização por acidente por conta do veículo aberto?

Encerrando aqui nossa parte histórica, a página da Wikipedia tem mais informações sobre o bonde de Santa Teresa.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bonde_de_Santa_Teresa

Obrigado a todos que chegaram até aqui, e não deixem de ler a parte 2, imperdível!

Compartilhe este artigo!

Projeto Trilhos do Rio 7 – O Bonde Carioca (parte 1)

Loading

Autor

  • Mozart Fernando

    Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral da AFTR no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de diretor-técnico da instituição. Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966. Esse Engenheiro durante esse período trabalhando no setor de cremalheiras acompanhou o desmonte da E.F. Cantagalo e conhecia diversas histórias envolvendo o desmonte da Ferrovia de Petrópolis realizado pela mesma equipe. Histórias que muitos preferem esquecer. Parte dessa convivência extremamente valiosa está transcrita nos textos publicados pela AFTR. Não se considera um “especialista” em ferrovias, outra palavra que hoje no Brasil mais desmerece do que acrescenta. Se considera um “Homem de Negócios” e entende que o setor ferroviário só terá chance de se alavancar quando os responsáveis por ele também forem homens de negócios. Diferente de rodovias, as ferrovias são negócios. E usar para ferrovias os mesmos parâmetros balizares de construção e projeto usados em rodovias redundará em fracasso. Mozart Rosa é alguém que mais que projetos, quer apresentar Planos de Negócios para o setor.

    Ver todos os posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

dezessete − dez =

Previous post Livro sobre a Estrada de Ferro Rio d’Ouro é lançado em livraria do Centro do Rio
Next post Setembro é mês de celebrações Trilhos do Rio: o que virá por aí?
error: Este conteúdo não pode ser copiado. Caso use o arquivo, por favor cite a fonte.