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Essa é uma postagem diferente, é um pouco autobiográfica, por mostrar como começou o interesse do autor pelas ferrovias, e mostra alguém, além do próprio pai, alguém por quem o autor teve enorme respeito e admiração.

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Considerando que ainda estamos em agosto, mês do Dia dos Pais, dedicamos essa postagem a um excelente pai, tremendo empresário, grande amigo, ótimo marido, e que tinha uma profissão que em sua época foi de extrema importância para a população e que hoje foi esquecida ou é pouco conhecida ou lembrada.

E mostra obviamente muito da história do que aconteceu com nossas ferrovias e de alguns bastidores desconhecidos.

ATENÇÃO: a descrição no texto desta atividade comercial, e algumas imagens, poderiam chocar alguns de nossos prezados leitores, principalmente os vegetarianos ou veganos. Tentamos adequar as palavras para que não causem impactos, mas antes de quaisquer comentários, nos reservamos ao direito de comunicar previamente sobre o teor deste artigo e desta atividade comum, existente há muitos anos.

Bem vindos a mais um artigo exclusivo do site Trilhos do Rio. Desejamos a todos uma excelente leitura!


 

O COMÉRCIO DE CARNES NO BRASIL E AS FERROVIAS

Poderíamos chamar essa postagem apenas de “A história do bife”, mas nem de longe esse título representaria tudo o que tem aqui. História ferroviária, história de nosso país, origem de nossos hábitos alimentares, história de um dos menores municípios do Brasil, homenagens… hoje aos interessados este artigo contém muito conhecimento e informações.

Primeiro contaremos um pouco desta história, tão colocada em segundo plano, onde o que tem valido atualmente são narrativas fantasiosas. Falemos sobre aquilo que para nós brasileiros faz parte de nosso cotidiano. As carnes usadas nos churrascos de domingo, em sopas, nos bifes, nos ensopados… mas como elas chegam nos mercados e em nossas mesas?

Imagem puramente ilustrativa.

O Brasil não tinha gado, nosso gado veio originalmente de Portugal e aqui se reproduziu, obviamente a carne que compramos na gôndola dos mercados, não surge do nada, ela passa por todo um processo que começa com o abate e posteriormente fracionado em partes, para ser posteriormente comercializadas e eventualmente processadas. Mas antes de tudo isso, é transportado de fazendas para ser abatido.

Hoje esse abate é feito, em abatedouros com toda higiene, aonde as partes do boi são ensacadas em embalagens a vácuo, resfriadas, guardadas em enormes câmaras frigorificas e depois vendidas para o comércio, transportadas em caminhões frigoríficos para os mercados onde são colocadas à venda ou vendidas em partes, para o consumidor final. Mas como era feito no passado?

OS PRIMEIROS MATADOUROS DO BRASIL

O primeiro matadouro oficial da cidade do Rio de Janeiro e do Brasil, foi instalado em 1774 por ordem do vice-rei Marquês de Lavradio na praia de Santa Luzia, perto de onde hoje está o obelisco da Av. Rio Branco. À época, a orla até a igreja de Santa Luzia era desprovida de moradias, e o caminho existente era frequentemente invadido pelo mar. Essa situação começou a mudar quando D. João, devoto de Santa Luzia, mandou alargar o caminho para possibilitar a passagem de sua carruagem.

No mapa acima, pode-se ver assinalado o matadouro, próximo ao convento da Ajuda e ao Passeio Público. Em 1853, com a maior frequência nas cercanias, o local foi se tornando impróprio e insalubre e sua permanência no local ficou insustentável, razão pela qual o transferiram para um local, chamado de aterrado de São Cristóvão, onde hoje é a Praça da Bandeira. Neste novo local, o matadouro propiciou o desenvolvimento do entorno, progresso que acabou por provocar, em 1881, uma nova mudança, desta vez para Santa Cruz.

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Pórtico do antigo Matadouro Público (Praça da Bandeira — 1950).

O matadouro foi construído a partir de 1845, em terrenos da antiga Chácara do Curtume, mas por dificuldades em relação ao terreno pantanoso, só foi inaugurado em 1853.

O projeto foi elaborado pelo engenheiro Paulo Barbosa da Silva e compreendia duas casas para administração, dois currais, dois pátios e quatro casas para abate. O único remanescente das construções do antigo matadouro é o pórtico neoclássico de acesso. A composição é atribuída a José Maria Jacinto Rabelo. Grande arco pleno encimado por frontão em cujo tímpano, inserido num oval, lia-se até 1979: “A ilustríssima Câmara Municipal, que serviu do ano 1844 ao de 1848, fez construir este edifício”.

O Matadouro da Cidade foi transferido, em 1881, para a antiga fazenda dos Jesuítas, em Santa Cruz e os pavilhões da praça da Bandeira, demolidos. O pórtico foi restaurado pela Prefeitura em 1906.

O pórtico fica na Praça da Bandeira, número 44 onde atualmente é a Escola Nacional de Circo.

Esse fragmento do texto sobre o matadouro da Praça da Bandeira foi retirado da página do Facebook, A Tijuca de antigamente, texto escrito por Marcello Ferreira| Monumentos do Rio

Foto atual do que sobrou do matadouro, o Pórtico.

Em 1884 a Estrada de Ferro D. Pedro II, abriu o ramal do Matadouro, com os trilhos contornando o prédio, distante apenas 700 m da Estação de Santa Cruz. Este ramal funcionou até os anos 80, quando foi desativado.

Foto da antiga sede administrativa do Matadouro de Santa Cruz.

A página abaixo tem inúmeras fotos e informações sobre o Matadouro de Santa Cruz.

O LENDÁRIO MATADOURO DE SANTA CRUZ

O que aconteceu no Rio de Janeiro se replicou para diversas localidades do Brasil, onde o estado, em suas diversas instâncias basicamente municipais, construía os matadouros e os marchantes pagavam uma taxa de uso. Talvez, uma das primeiras PPPs conhecidas. Mais abaixo falaremos desses profissionais e dessa desconhecida profissão.

O Brasil passou a ter diversos Matadouros Municipais, aqui no estado do Rio de Janeiro podemos citar os matadouros de Nilópolis, Campos, Petrópolis entre outros.

Foto do Matadouro Municipal de Nilópolis, início do século XX.
Outra foto do Matadouro Municipal de Nilópolis, no início do século.

A maioria dos matadouros, e esse de Nilópolis não era uma exceção, tinha acessos ferroviários: as ferrovias eram fundamentais para o recebimento do gado, para posterior abate.

Foto de gado chegando por ferrovia, provavelmente em Cruzeiro.
Vagão de Gado.
Miniatura de um vagão de gado de uma ferrovia americana.

MARCHANTES: QUEM ERAM E SUA IMPORTÂNCIA

Entendamos primeiro o que eram os marchantes, vejamos o que dizem os dicionários:

Significado de Marchante: Substantivo masculino e feminino. Quem compra gado para vender sua carne a açougues; negociante de carne bovina.

Agora, vejamos, conforme os dicionários, o significado de uma palavra bem parecida e conhecida pelas pessoas.

Significado de Marchand: substantivo masculino e feminino. Pessoa que negocia ou comercializa obras de arte, normalmente quadros: o marchand do museu tem se dedicado a vender arte moderna.

Perceberam a diferença?

São palavras que, embora parecidas, nada têm em comum, são palavras que significam comerciantes, mas de produtos dispares, uma delas não faz mais parte de nosso cotidiano. Mas já fez muito, e ninguém lembra ou mesmo teve o conhecimento de sua existência. Mostraremos a importância dessa profissão, que influenciou muito a vida de nossos pais e avós, e explicaremos melhor quem era o que eram.

O marchante era alguém que tinha uma equipe de pessoas especializadas em desossar os animais, além do homem que fazia a matança dos animais. Eram equipes numerosas e cada um tinha a sua função.

O Marchante era o responsável pela compra do gado junto aos fazendeiros, ligava fazia a encomenda e era o responsável pelo frete, depois de tudo concluído fazia uma Ordem de Pagamento que demorava alguns dias e então o gado era despachado pelo trem, era também responsável por pagar as taxas devidas ao matadouro para o uso do espaço.

Como veem, chamar os marchantes apenas de comerciantes de carne é subestimar sua importância.

Voltemos as ferrovias, o gado era prioridade 1, na lista de prioridade de produtos transportados pela RFFSA, era a chamada carga viva, nada poderia pará-lo e era preciso que viajasse a noite para não ficar nervoso e agitado com as luzes e a movimentação do trem, e não destruir os vagões com coices, seu transporte precedia todos os outros, vejam abaixo o artigo da AFTR sobre o tema:

As prioridades no transporte ferroviário

O gado, ao chegar ao matadouro, era desembarcado e, após ser abatido, era desossado, fracionado e colocado nos inúmeros caminhões que no dia seguinte fariam a distribuição do produto.

Se diz que do gado se aproveita até o berro, tudo era aproveitado.

ALGUMAS CURIOSIDADES

A picanha, como corte nobre, pelo menos aqui no Rio e talvez no Brasil, começa a fazer parte do cardápio das pessoas a partir da década de 80. Até então, ela não era um tipo específico de corte, fazia parte da alcatra e era retirada apenas por alguns profissionais, era chamada de chiclete.

Cada marchante tinha sua área de atuação, sua equipe de profissionais e uma pequena frota de pequenos caminhões sem equipamentos de refrigeração usados para distribuição do produto. Os caminhões ditos refrigerados eram de zinco e usavam gelo coberto com serragem, para manter a carne, algo bem arcaico. As carnes ficavam nos caminhões por até uma semana, até serem todas vendidas para os açougues.

A primeira empresa no Brasil a fornecer equipamentos de refrigeração para caminhões foi a Termo king, no final da década de 70, até então isso inexistia no Brasil.

Link para a página da Termo king: https://www.thermoking.com.br/la/pt.html

NOSSO HOMENAGEADO

Abaixo foto ainda bem jovem de Francisco Aragão, nosso homenageado, um dos maiores marchantes da Baixada Fluminense. Sua área de atuação compreendia todo o município de Nilópolis, o atual município de Mesquitas, parte do município de Nova Iguaçu, o município de São João de Meriti, e parte da Pavuna. Tinha uma frota de pequenos caminhões que abastecia toda essa região.

Francisco Aragão: Nascimento 26.01.1922, Falecimento 09.04.2013

No entorno dos matadouros existiam diversos marchantes com suas respectivas equipes que atendiam uma enorme área geográfica.

Agradeçamos todos a pessoas como o Sr. Chiquinho, acima que foi responsável pela segurança alimentar de algumas gerações de moradores da baixada, existiram muitos outros Marchantes como ele, essa profissão foi extinta por conta da modernidade, mas eles deveriam ser reconhecidos e não esquecidos como foram.

A PROFISSIONALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE CARNES

A tradição dos Marchantes e sua forma de atuação veio de Portugal, o desenvolvimento das cidades e a extinção dos matadouros municipais, e dos açougues os condenaram a extinção, isso seria natural tendo em vista que a maioria dos matadouros municipais foram cercados pelo crescimento das cidades, e posteriormente extintos, quem vê a foto do matadouro de Nilópolis que nem existe mais, do início do século e a área urbana que se formou em volta dele hoje, observa bem isso. Isso aconteceu em todas as cidades que tinham esses matadouros.

Eles foram substituídos pelos modernos frigoríficos, afastados dos grandes centros, com instalações que além de serem adequadas ao abate de animais tem filtros de ar próprios para evitar o cheiro desagradável que tais estabelecimentos exalam, além de centrais de tratamentos dos efluentes que essa atividade produz. A própria comercialização de carnes também mudou com o fechamento de diversos açougues e sua atividade sendo substituída pelos supermercados.

Mas o transporte das carnes e dos animais que poderiam ser feitos via ferroviária não existe mais, a RFFSA, extinguiu abruptamente esse transporte alegando “prejuízos”, mas a história completa e real nunca foi contada.

Esse transporte de gado e de carnes acabou simplesmente, pois como já mostrado anteriormente era prioridade 1 e considerando que a prioridade 9 era minério de ferro o produto mais lucrativo transportado pela RFFSA, os Homens de Ferro conseguiram emplacar na diretoria da RFFSA pessoas apadrinhadas por eles, assim foi fácil, extinguir o transporte de gado e carnes e outros produtos para priorizar o de minérios. Foi uma decisão de cunho POLÍTICO.

Não podemos apenas criticar esses homens, a RFFSA era uma bagunça administrativa e foi uma empresa que sempre deu prejuízo, o que esses homens fizeram foi baseado na constante falta de recursos da RFFSA por conta de seu crônico prejuízo, foi fazer cumprir aquele ditado popular:

“Farinha pouca, meu pirão primeiro”

Talvez, se no Brasil não tivéssemos o maldito monopólio ferroviário, inútil e desnecessário, empresários poderiam ter investido na construção de ferrovias para transporte de carga geral, gado inclusive.

Recomendamos a leitura de nossa postagem sobre custos de construção para compreenderem que uma ferrovia para transporte de minério de ferro realmente é superdimensionada para o transporte de carga geral, incluindo gado.

Quanto custa, por quilômetro, a construção de ferrovias no Brasil?

OS HOMENS DE FERRO

Antonio Augusto Azevedo Antunes

 

Eliezer Batista.

Os Homens de Ferro foram esses senhores acima, o primeiro foi o presidente da CAEMI, posteriormente absorvida pela Vale, o segundo presidente da Companhia Vale do Rio Doce por mais de 10 anos, as maiores mineradoras do Brasil.

Que fique claro, aqui não vai nenhuma crítica a esses senhores, eles fizeram, o que era preciso para alavancar o desempenho de suas empresas, as críticas devem ser feitas aos que impuseram o monopólio ferroviário no Brasil que gerou aberrações como a RFFSA.

O MODELO USADO NO BRASIL PARA A COMERCIALIZAÇÃO E TRANSPORTE DE CARNE

O Brasil copiou basicamente o modelo usado no mundo para o transporte e a comercialização de gado e de carnes. A coisa começa a mudar com a constituição da primeira empresa frigorífica nos moldes do que conhecemos hoje, a Swift, nos Estados Unidos, que começa a profissionalizar o comércio de carnes, construindo frigoríficos próprios. E claro, usando as ferrovias para o transporte de gado.

Conheçam um pouco da história da Swift lendo o nosso texto abaixo:

Heinz, Swift, e as ferrovias: o que têm em comum?

Surge então na história do transporte de carnes por ferrovia no Brasil outro personagem extremamente importante: Mr. Watkins, homem que fundou a SONAREC — Sociedade Nacional Reconstrutora, no atual município de Mesquita, essa que foi a maior fábrica de vagões frigoríficos do Brasil.

Local onde ficava a Sonarec, atualmente é a Prefeitura de Mesquita. Foto enviada pelo associado Marcio Cardoso.

Não podemos deixar de citar nesse processo de profissionalização do setor, uma das pessoas mais importantes para o setor ferroviário, para São Paulo e para a história do Brasil que foi o conselheiro Antonio Prado.

Antônio da Silva Prado, ou Conselheiro Antônio Prado

Nascido em São Paulo em 1840, falecido no Rio de Janeiro em 1929, foi um dos mais importantes empresários e políticos brasileiros. Ajudou a elaborar a Lei dos Sexagenários e a Lei Aurea, foi fundador e presidente da Companhia Paulista de Estradas de Ferro e fundou aquele que foi o primeiro frigorífico do Brasil, a Companhia Frigorífica Agropastoril, no município de Barretos em São Paulo, sendo um dos primeiros e um dos maiores exportadores de carne do Brasil, posteriormente o frigorífico foi vendido ao Frigorífico Anglo, de origem inglesa.

Companhia Frigorífica Agropastoril

Mais Informações sobre a Companhia Frigorífica Agropastoril:

A FERROVIA PAULISTA

Interessados em conhecer melhor a vida desse fantástico brasileiro existe mais informações sobre ele da Wikipedia:

WIKIPEDIA

Abaixo, página do site Estações Ferroviárias, mostrando a estação aberta para atender ao frigorífico e sua importância:

ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS DO BRASIL

O ENCERRAMENTO DE UM CICLO

Durante anos o convívio entre os Marchantes e os frigoríficos indústrias foi harmônico, cada um atendia seu próprio segmento de mercado, ao extinguir o serviço de transporte de gado a RFFSA acabou por um período, com a carne fornecida pelos Marchantes e durante esse período desorganizou o fornecimento de carnes em todo o Brasil. Isso ocorreu, pois os marchantes em sua totalidade orbitavam em volta dos matadouros municipais que eram abastecidos pelas ferrovias, e isso simplesmente de uma hora para outra deixou de ocorrer.

Pelo menos em Nilópolis, essa quebra no fornecimento de carne para os açougues durou entre quatro e seis meses, tempo para os pecuaristas encontrarem novas formas de enviar o gado, no caso por caminhões.

Além do problema social criado, onde as equipes dos marchantes e os próprios marchantes ficaram sem produzir e gerar renda, foi algo nunca noticiado.

Para os pecuaristas encontrarem novos meios de transporte, foi um processo demorado, foi preciso criar carrocerias próprias e encontrar quem as fabricasse.

A RFFSA foi um desastre empresarial, não adianta esconder isso, bastava ver seus balanços. Ao extinguir esse serviço de transporte, além de outros, sem aviso, embaralhou todo um sistema de comercialização de carnes oriundo do império, fazendo com que fosse substituído “aos trancos e barrancos”.

Existiram espalhados pelo Brasil uma série de estações chamada de estações frigorificas e outra chamada de leiteria, que passavam por dentro de fazendas e embora tivessem o nome de estações eram simples paradas destinadas a recolher ou o gado, ou o leite produzido, que hoje com as ferrovias propostas pela AFTR poderiam ser reativadas. Na época das chuvas, muitas fazendas têm suas estradas interrompidas, isso com as ferrovias é mais difícil de acontecer, vejam vídeo produzido pela AFTR sobe o tema:

Esse tipo de transporte certamente não despertará interesse nas empresas ferroviárias existentes, mas despertará interesse nas novas empresas ferroviárias construídas considerando custos de construção menores, como já mostrado em postagens anteriores da AFTR:

Acima, exemplo de um antigo leito ferroviário desativado. Nunca houve relatos de que aqui um trem tenha sido bloqueado pelas chuvas, vemos a situação atual do trecho pós-chuva intransitável até para ciclistas.

NILÓPOLIS: HOMENAGEM A ESSE PEQUENO MUNICÍPIO

Nilópolis é o menor município do estado do Rio de Janeiro, com uma área total de 19,4 km², emancipado de Nova Iguaçu em 1947, seu nome é uma homenagem ao presidente da República Nilo Peçanha, um estudo da Embrapa divulgado em outubro de 2017, concluiu que Nilópolis é o município de maior densidade populacional urbana no Brasil, com mais de 16.000 habitantes por quilômetro quadrado. Tem uma das igrejas mais antigas do estado, a capela de São Mateus, inaugurada em 1637, localizada na Rua Antônio Cardoso Leal, 241, o antigo matadouro não existe mais e no seu lugar foi construído o Centro Municipal de Eventos.

Capela de São Mateus.
Centro Municipal de Eventos, foto da frente do local.
Centro Municipal de Eventos, foto lateral do local.

Agradecimentos.

Parte das informações foram retiradas das páginas abaixo, as quais muito agradecemos:

https://rio-curioso.blogspot.com/2007/06/matadouro.html

https://animalbusiness.com.br/artigo-o-lendario-matadouro-de-santa-cruz/

https://diariodorio.com/historia-do-matadouro-da-cidade-do-rio-de-janeiro/

www.serqueira.com.br (fora do ar atualmente, mas armazenada no site Trem de Dados, publicação em breve)

http://www.estacoesferroviarias.com.br/

IN MEMORIAN

Esse texto é dedicado a memória de Francisco Aragão, um dos maiores Marchantes que existiu na Baixada fluminense, excelente profissional, excelente marido, excelente pai, excelente amigo, excelente empresário e um ótimo e desbocado jogador de futebol do time de master do Esporte Clube Nova Cidade, além de torcedor do Fluminense. Deixou ótimas lembranças e muitas saudades.

Símbolo do Esporte Clube Nova Cidade.

Essa postagem não seria completa sem falar no aspecto filantrópico e devocional dos Marchantes espalhados pelo Brasil e de Francisco Aragão.

A Igreja do Divino Espírito Santo, localizada em Olinda, no município de Nilopolis, foi construída com recursos dos Marchantes e anualmente com o apoio desses Marchantes fazia uma feijoada comemorativa com os gêneros sendo fornecido pelos diversos Marchantes.

Isso quando eles ainda existiam e atuavam, na década de 70.

Igreja do Divino Espírito Santo

Os Marchantes eram devotos de São Bartolomeu, santo protetor dos açougueiros e dos comerciantes em geral. Sua data é celebrada em 24 de agosto, ou seja, na data em que este artigo está sendo publicado.

São Bartolomeu

REMINISCÊNCIAS

O autor deste artigo deveria ter entre 10 e 12 anos quando, chegando de uma viagem com os pais, percebendo o carro parado, acorda e vê seu pai ao lado de Francisco Aragão, o Sr. Chiquinho, conversando, ao longe só a voz dos dois, um murmúrio, ao fundo a composição de vagões parada, carregados de bois sendo iluminados pela luz dos postes, os bois taciturnos e quietos, aguardando o momento de entrar. Quem sabe, já percebendo o que os aguardava, isso tudo misturado com a névoa da madrugada e um silêncio absoluto. Todos os elementos existentes em um filme Art Noir, todos os elementos presentes.

Acreditem, isso para uma criança foi uma visão inesquecível que jamais será esquecida.

Obrigado aos que chegaram aqui.

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Autor

  • Mozart Fernando

    Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral da AFTR no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de diretor-técnico da instituição. Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966. Esse Engenheiro durante esse período trabalhando no setor de cremalheiras acompanhou o desmonte da E.F. Cantagalo e conhecia diversas histórias envolvendo o desmonte da Ferrovia de Petrópolis realizado pela mesma equipe. Histórias que muitos preferem esquecer. Parte dessa convivência extremamente valiosa está transcrita nos textos publicados pela AFTR. Não se considera um “especialista” em ferrovias, outra palavra que hoje no Brasil mais desmerece do que acrescenta. Se considera um “Homem de Negócios” e entende que o setor ferroviário só terá chance de se alavancar quando os responsáveis por ele também forem homens de negócios. Diferente de rodovias, as ferrovias são negócios. E usar para ferrovias os mesmos parâmetros balizares de construção e projeto usados em rodovias redundará em fracasso. Mozart Rosa é alguém que mais que projetos, quer apresentar Planos de Negócios para o setor.

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