Texto escrito por Mozart Rosa e revisão de ortografia e pontuação realizada por IA através do CoPilot Microsoft![]() |
Este artigo é dedicado a todos os Mineiros*.
Olá, Amigas e Amigos. Bem vindas(os) a mais um artigo exclusivo Trilhos do Rio. Hoje falaremos novamente sobre Plano de Negócios, de forma mais abrangente e talvez tão completa como nunca antes, abrangendo o universo ferroviário e a importância de diversos fatores atrelados às ferrovias, como a logística, eficiência em transporte, economia, produtividade etc
Agradecemos a visita e desejamos uma excelente leitura!
A AFTR publicou recentemente um texto chamado “Plano de Negócios”, onde apresentava ideias de como novas ferrovias poderiam ser constituídas com o apoio do empresariado, citando o exemplo de Chico Recarey e de como ele montava suas empresas, confiram abaixo.
Hoje publicamos neste artigo a segunda parte daquele texto, apresentando mais ideias e aprofundando-as. Consideramos este texto também um complemento da postagem sobre as potencialidades da ligação ferroviária entre o Rio de Janeiro e Três Rios, e posteriormente Minas Gerais, passando por Petrópolis, expostas na postagem abaixo, onde contamos a história da proposta que fizemos ao governo do estado e quase a emplacamos. O link está abaixo:
[EXCLUSIVO] A proposta do trem para Petrópolis feita pela AFTR
Incluímos também aqui uma proposta que já fazia parte dessa postagem e que resolvemos rebatizar em homenagem ao cartunista Ziraldo, recentemente falecido, Mineiro de Caratinga que sempre amou sua terra: uma proposta de reativação da linha ligando Três Rios a Caratinga. Uma homenagem a quem fez parte de nossa infância.
· • Plano de Negócios II • ·
OBJETIVOS DE NOSSAS PROPOSTAS
Que fique claro: todas as propostas de novas ferrovias apresentadas pela AFTR contemplam o investimento e a participação de empresários, principalmente do setor rodoviário de carga ou de passageiros. Sua participação na construção e operação dessas novas empresas é fundamental. Sem eles, nada acontecerá. Ao excluírem o empresariado de qualquer discussão sobre o tema, como tem sido feito, continuaremos a viver esse marasmo. Queremos a reconstrução de trechos ferroviários com a participação do empresariado, algo bem diferente do que alguns chamados defensores das ferrovias advogam e que, com essa postura, nunca alcançam nenhum objetivo.
COMO OS ESTADOS PODEM FOMENTAR A CONSTRUÇÃO DE FERROVIAS
Como já dissemos diversas vezes, a RFFSA, durante sua existência, foi a empresa com o maior prejuízo, o maior número de funcionários e o maior patrimônio do Brasil. Com a sua extinção, todo o seu monumental patrimônio foi transferido para o SPU – Serviço de Patrimônio da União. Esse patrimônio é composto por prédios, galpões, oficinas e vias permanentes desativadas e abandonadas, incluindo inúmeros túneis e viadutos que cruzam diversos rios e estradas espalhadas pelo Brasil. Além disso, existem túneis passando por debaixo de diversos morros que estão atualmente abandonados. Esses viadutos e túneis, que continuam sendo de propriedade do governo federal, poderiam ser recuperados para reuso como parte da via permanente de novas ferrovias.
Sendo assim, nós da AFTR apresentamos aqui duas opções de ideias que podem ser usadas pelos estados para fomentar o desenvolvimento das ferrovias, diminuindo seus custos de construção. Antes, mostraremos alguns exemplos de pontes e túneis abandonados. Há uma enorme quantidade de obras de engenharia construídas que, com a devida reforma, poderiam voltar a servir ao setor.
Exemplo de Pontes e Túneis Abandonados:
Fotos tiradas do Blog Trem Expresso*
A maioria desses bens encontra-se no Estado de Minas Gerais, e tem muito mais. Esses túneis, apesar de antigos e construídos para as locomotivas e composições do passado (que eram bem menores que as atuais), podem perfeitamente ser readequados para a passagem de composições modernas. Basta rebaixá-los, como fez a E.F.C.B. nos túneis da Serra do Mar, que foram rebaixados quase 50 cm para comportar as locomotivas e composições modernas.
Exemplos de estações e galpões abandonados:




E tem muito mais, tanto galpões como túneis e viadutos.
QUAIS AS SOLUÇÕES?
Opção 1
Uma forma bem sensata para governos estaduais fomentarem a construção de ferrovias pelo empresariado é solicitar ao SPU a transferência desse patrimônio para os estados. Além disso, propor para o empresariado interessado na construção de novas ferrovias a transferência desse patrimônio imobiliário atualmente inativo em regime de comodato, de modo a baratear os custos de construção. Caberia ao estado fornecer as licenças de obra e outros instrumentos jurídicos que garantiriam ao empresário o seu investimento.
Algumas ferrovias antigas poderiam ser reconstruídas com a ajuda desse mecanismo. Um exemplo disso são as antigas linhas da EFOM em Minas Gerais, que passavam por Arcos, Rio Vermelho, Lavras, Divinópolis, entre outras cidades da região. Hoje, com o transporte misto e as tecnologias modernas, essas ferrovias poderiam se tornar bem rentáveis. A reconstrução como no passado, em bitola métrica (bem mais barata e mais adequada à geografia da região do que a bitola larga), permitiria posteriormente a integração com ferrovias construídas no Rio de Janeiro. Isso possibilitaria que as empresas interessadas e seus clientes chegassem ao Rio de Janeiro, seus portos e seu mercado consumidor1. Nada impede que a VLI continue operando sua rota de calcário.
Cada estado cuidaria das ferrovias dentro de sua área geográfica, sendo da competência dos construtores encontrar meios de interligá-las.
Isso não é novidade no mundo. Como exemplo, podemos citar o que acontece na Espanha, onde temos os exemplos abaixo de pequenas ferrovias, nada dos projetos megalomaníacos característicos do Brasil:
FEVE – Ferrocarriles de Via Estrecha (Atualmente incorporada à RENFE).
FGC – Ferrocarriles de la Generalitad de Catalunya
Euskotren – Operadora de trens do país Basco
- Com a exceção da FGC, que opera linhas em diversas bitolas (1668mm, 1435mm e 1000mm), as demais são todas em bitola de 1000mm.
- Eram geridas por entes regionais (FEVE não mais, pois foi incorporada à RENFE).
- Possuem operação de passageiros e cargas.
Outra ferrovia bem interessante de ser recuperada seria a extinta linha ligando Rio Vermelho a Sítio, a antiga “bitolinha” de 762 mm, sendo recuperada em bitola métrica e operando também com cargas mistas.

A maior parte das linhas da EFOM foi criminosamente extinta. Sua reconstrução, feita por diversas empresas distintas, seria extremamente viável. A VLI pode fazer parte disso, chegando ao Rio de Janeiro por acordo com as futuras e prováveis concessionárias que viessem a existir. Desde que, é claro, o Caminho de Morsing seja construído.
Projetos AFTR 6 – Traçado alternativo RJ x SP (Variante de Morsing) (1)
Projetos AFTR 6 – Traçado alternativo RJ x SP (Variante de Morsing) (2)
Projetos AFTR 6 – Traçado Alternativo RJ x SP (Variante de Morsing) (Final)
Deve-se cogitar a reativação do Porto de Angra dos Reis, desativado por questões ambientais. No entanto, vem ocorrendo de forma contínua invasões e ocupações de áreas de forma desordenada na região, ignorando essas mesmas questões ambientais.
A reconstrução dessa ferrovia seria um enorme sopro impulsionador do desenvolvimento daquela região de Minas Gerais.

- A fábrica de laticínios Piracanjuba possui uma unidade industrial em Três Rios, sendo hoje uma das únicas fábricas de processamento de leite existentes no estado do Rio de Janeiro. Ela recebe todo o leite que processa de Minas Gerais. A recuperação dessa ferrovia poderia possibilitar o retorno do transporte de leite cru, como no passado, por meio de ferrovias, utilizando os veículos propostos pela AFTR. A agilidade do trem permitiria buscar leite em locais mais distantes. Além disso, a Piracanjuba poderia usar a ferrovia para transportar sua produção até as cidades atendidas pela linha no estado do Rio, como Petrópolis, chegando ao Rio de Janeiro, seus portos e seu mercado consumidor3. No sentido inverso, a ferrovia poderia fornecer insumos para toda a região mineira, partindo do Rio de Janeiro.

Alguém consegue mensurar o desenvolvimento que isso traria para as regiões produtoras de leite de Minas Gerais?
O veículo abaixo é o UNIMOG, produzido pela Mercedes-Benz no Brasil. Ele pode servir para tracionar pequenas composições de carga, embora seja inadequado para tracionar veículos de carga de empresas como MRS e E.F.V.M. No entanto, é adequado para tracionar pequenas composições de leite ou frangos, por exemplo.

É necessário verificar junto à Mercedes-Benz a eficiência desse veículo em operações contínuas e em baixa velocidade, no regime de trabalho típico da operação ferroviária. O conceito Genset, testado nos EUA e no Brasil (a ALL construiu uma unidade denominada UMM21C), consistia na reconstrução a partir de uma locomotiva existente, substituindo seu motor diesel por dois ou três conjuntos motor+gerador, gerando de 700hp a 2100hp conforme a necessidade. No entanto, essas máquinas estão sendo descartadas, pois os motores usados (a maioria de caminhão) não comportam a carga de trabalho.